Um levantamento feito neste ano pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) avaliou 295 companhias brasileiras e apontou que 78% delas têm mulheres em cargos de liderança. Pouco mais da metade (57,5%) contam com ao menos uma mulher no conselho administrativo. E 22,4% das companhias avaliadas não têm nenhuma profissional no C-Level (os cargos de diretoria) ou conselhos. “Quanto mais mulheres integrarem os conselhos das empresas, maior será a pluralidade na gestão. As mulheres estão conectadas à transformação e inovação e são fundamentais nesses processos”, diz Rachel Maia, conselheira administrativa da Vale, Banco do Brasil, CVC e Grupo SOMA.
Esse movimento acontece no momento em que as empresas buscam saídas para atuar em novos mercados, já que é importante falar a mesma língua e entender o consumidor e os clientes a serem conquistados. “Hoje, esse é um dos principais desafios do mundo dos negócios: as empresas são compostas por profissionais que, em sua maioria, não representam os grupos sociais a quem esses negócios servem”, diz Lisiane Lemos, cofundadora do Conselheira 101, programa de incentivo à presença de mulheres negras e não-negras nos conselhos administrativos. A diversidade pode fazer toda a diferença ao se criar estratégias de marketing, por exemplo. E há também os ganhos em reputação e imagem. “Sabendo que há mulheres negras e outras minorias sociais nos conselhos e outros cargos de liderança, as pessoas que se identificam com esses grupos vão consumir mais esses produtos e serviços.”
Além de apoiar estratégias de negócio mais coerentes, a diversidade de gênero entre os líderes de uma empresa pode influenciar as decisões tomadas pela direção e promover mudanças na cultura organizacional. “O equilíbrio de forças entre homens e mulheres num conselho pode orientar executivos a um direcionamento mais ético para os negócios, valorizando vozes e opiniões distintas na organização”, diz Rachel.
Aqui, 7 conselheiras de grandes empresas contam o que levam para a sala de reuniões:
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Divulgação Rachel Maia, membro do conselho administrativo da Vale, do Grupo Soma, do Banco do Brasil e da CVC
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Divulgação Marisa e Arco Educação
Carla Schmitzberger
Carla Schmitzberger é conselheira administrativa independente da Marisa e Arco Educação. Foi diretora da Alpargatas/Havaianas e vice-presidente de marketing do Citibank e Credicard.
“A presença de mulheres em conselhos pode abrir portas não apenas para a diversidade, como gerar mais relevância para a empresa em seu mercado. Esse impacto vem também da habilidade de fazer perguntas diferentes, de um ângulo novo.” -
Divulgação Vibe Saúde
Patrícia Garrido
A healthtech Vibe Saúde conta com Patrícia Garrido como integrante de seu conselho consultivo.
“Minha expectativa era de participar das pautas estratégicas de negócio e ampliar a representatividade nesta esfera corporativa. A variedade de perfis é fundamental para as empresas conseguirem dar conta dos desafios atuais.” -
Divulgação Santo Antônio Energia
Solange David
Desde o início do ano, Solange David é presidente do conselho de administração da Santo Antônio Energia, a primeira mulher a ocupar esse cargo em uma das maiores geradoras hídricas do país.
“Além de ser um marco importante em relação à presença de mulheres na tomada de decisão do setor, significa um desafio profissional: o de trazer diversidade para o quadro e agregar valor à organização, já que as mulheres costumam englobar as contribuições de cada um e propor caminhos e soluções viáveis.” -
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Divulgação Ypê, AES Brasil, Evoltz, Educando e Brasilata
Denise Damiani
Desde 2017, Denise Damiani faz parte do conselho administrativo da companhia de produtos de limpeza Ypê. Além de outras empresas como AES Brasil, Evoltz, Educando e Brasilata. Sua experiência em conselhos começou em 2002, passando pelas consultorias Accenture, Bain&Co e Itausa. Hoje, se dedica também à mentoria de executivas, a fim de prepará-las para se tornarem futuras conselheiras.
“As mulheres costumam se colocar no lugar de clientes e colaboradores e trazer insights a partir de suas demandas. A maioria têm menos sede de poder, o que pode parecer desvantajoso, mas contribui para a humanização do ambiente e uma atenção maior aos stakeholders e à sociedade.” -
Divulgação RaiaDrogasil
Cristiana Pipponzi
Cristiana Pipponzi é uma das integrantes do conselho administrativo da gigante do varejo RaiaDrogasil (RD). A executiva conta que recebeu o convite para participar do conselho da companhia em 2012, um ano após a fusão das duas companhias.
“Veio um enorme senso de responsabilidade e, ao mesmo tempo, um grande entusiasmo com a possibilidade de influenciar grandes decisões e direções estratégicas. A diversidade para os negócios é fundamental para garantir diferentes perspectivas na solução de problemas e identificação de oportunidades.” -
Divulgação Renner, Cogna, Dexco e EDP Brasil
Juliana Rozenbaum
Juliana Rozembaum é conselheira administrativa da Renner, Cogna, Dexco e EDP Brasil. Além de conselheira consultiva da Eurofarma, NK Store e Dengo Chocolates. E membro do Comitê de Estratégia e Inovação da Suzano.
“A diversidade como um todo, raça, social e orientação sexual, traz novas perspectivas para os projetos de uma empresa, como também cria uma alerta para ações mais éticas.”
Rachel Maia, membro do conselho administrativo da Vale, do Grupo Soma, do Banco do Brasil e da CVC
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