A mineradora Vale apresentou hoje (9), durante reunião virtual com analistas de mercado, um novo produto que poderá reduzir em até 10% a emissão de GEE (gases do efeito estufa) na produção de aço de seus clientes siderúrgicos.
O “briquete verde” da Vale, que estará em produção em 2023, é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, que inclui em sua composição areia proveniente do tratamento de rejeitos de mineração, e é capaz de resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar, disse a mineradora em nota.
LEIA MAIS: Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O produto foi desenvolvido pela empresa ao longo de quase 20 anos.
A Vale disse que a produção do “briquete verde” será inicialmente realizada nas usinas 1 e 2 de pelotização, na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), que serão convertidas para este fim; e no Complexo de Vargem Grande, em Minas Gerais, onde está sendo instalada uma nova planta.
A capacidade inicial de produção é de aproximadamente 7 milhões de toneladas por ano, e o início das três plantas está previsto para 2023.
Já o investimento soma US$ 185 milhões. A estimativa é de que, no longo prazo, a companhia tenha capacidade para produzir acima de 50 milhões de toneladas por ano de “briquete verde”, o que levaria a um potencial de redução de emissão superior a 6 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano (MtCo2e/ano) com uso da tecnologia.
A redução de GEE ocorre porque o produto permite ao siderurgista reduzir a dependência da sinterização, processo anterior à produção do aço no qual há a aglomeração do fino de minério de ferro (“sinter feed”).
Segundo a Vale, a sinterização demanda o uso intensivo de combustíveis fósseis para o alcance de uma temperatura de processo em torno de 1.300°C.
Já o briquete da Vale é considerado um aglomerado a frio, no qual não ocorre queima, mas uma cura a uma temperatura entre 200°C e 250°C, demandando menos energia.
O produto reduz ainda a emissão de particulados e de gases como SOX (dióxido de enxofre) e o NOX (óxido de nitrogênio), além de dispensar o uso da água na sua produção.
O “briquete verde” está incluído na estratégia da Vale de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035.
A meta de redução de escopo 3 faz parte da estratégia da Vale de zerar suas emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2050. Para isso, a empresa vai investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% essas emissões até 2030. (Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.