O futuro parece sombrio se não agirmos. A mudança real requer imaginar o que é possível. Por exemplo, o uso da tecnologia digital pode e deve ter um impacto positivo na sociedade. O desafio é construir um ecossistema tecnológico que alcance e funcione para todos: que equilibre inovação com responsabilidade, independente se a tecnologia a ser implantada será feita por indivíduos, empresas ou governos.
Mas, como? Investindo em negócios que servem à humanidade. Fomentar empreendedores, empresas e comunidades, aproveitando o poder acelerador das redes e tecnologias exponenciais, para resolver os maiores desafios da humanidade, juntos.
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É por isso que o DNA do investimento ESG é considerado ético, estratégico e responsável, sendo capaz de induzir soluções, tecnologias e políticas que ajudam a garantir um ambiente seguro e justo.
O ESG está comprometido em fazer mudanças positivas – e pressionar aquelas que são mais resistentes. Ao fazer isso, garante que a inovação futura promova o bem-estar e a liberdade individual, ao mesmo tempo em que cria salvaguardas para gerenciar os riscos e as consequências indesejadas.
O ESG acredita no pluralismo como um pré-requisito para qualquer mudança social significativa.
Porém, o mundo passa por convulsões e incertezas em escala massiva, forças como o autoritarismo e o nacionalismo ameaçam infringir direitos e fazer retroceder a prosperidade.
Então, o que devemos fazer? Acompanhar como a atual pandemia global afeta as pessoas e a economia. A resposta à pandemia e a profunda crise econômica resultante exigirão investimentos inovadores porque o desafio é maior do que qualquer coisa que enfrentamos em gerações.
A ambição social de todo negócio atual deve se voltar para criar condições e espaços onde os indivíduos podem florescer.
Isso significa imaginar um ecossistema digital de negócios mais aberto e plural, onde se tenha pessoas com diversas perspectivas, desenvolvendo novas formas de compreensão e criando um diálogo que seja baseado no respeito pela humanidade.
O objetivo é um ambiente onde todos – independentemente de onde venham – possam ter um lugar de igualdade e equidade.
Uma vida digna significa o pagamento justo pelo trabalho feito e o retorno financeiro pelo tempo dedicado. Significa que se pode pagar as contas, sustentar a família e encaminhar a sociedade para um futuro melhor. Significa poder tirar uma folga quando necessário para cuidar de nós mesmos e de nossos entes queridos. Significa que todos têm um local de trabalho seguro, de modo que ninguém precisa escolher entre a saúde e o salário.
O trabalho digno promove e sustenta nosso bem-estar e qualidade de vida. Embora o trabalho digno seja importante por si só, também é importante para nossa democracia e sociedade em geral. Na verdade, eles se reforçam mutuamente: economias, sociedades e democracias saudáveis.
Neste contexto, o investimento ESG só reforça os negócios digitais, onde:
1. Todo trabalho deve ser produtivo e com propósito. Todas as formas de trabalho são respeitadas;
2. Toda pessoa que trabalha deve ganhar um salário de sustento da família;
3. Todos têm direitos, proteções e benefícios básicos (por exemplo, saúde, invalidez, planos de aposentadoria), independentemente do seu status e do nível do seu emprego; e,
4. As pessoas compartilham de forma significativa os lucros e aumentos de produtividade para os quais contribuem, incluindo aqueles que podem vir da automação.
Com a mentalidade certa, tudo é possível. Há que se reconhecer que a sociedade é quem define a economia, e é ela que possibilita o sucesso dos negócios. Ampliar o papel das pessoas no mercado de negócios digitais, acessando a bons empregos e vivendo com prosperidade, tudo proporcionará resiliência em face de interrupções. Além, é claro, de ajudar a criar e preservar uma sociedade saudável e democrática, onde a riqueza seja compartilhada de maneira justa e o direito de sonhar esteja disponível para todos.
Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará.
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