As 20 nações mais ricas do mundo deveriam mais do que dobrar seus gastos anuais com a proteção e a restauração da natureza, levando as despesas a 285 bilhões de dólares até 2050, disseram as Nações Unidas e doadores hoje (27), defendendo também aumentos nos investimentos privados e no exterior.
Em um primeiro relatório conjunto sobre finanças para a natureza nos países do G20, eles estimaram que os gastos do bloco –que inclui grandes economias emergentes– foram de 120 bilhões de dólares em 2020.
O coautor Ivo Mulder, que chefia a unidade de financiamento climático do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), disse que o foco do relatório no G20 e nas lacunas de financiamento para a natureza pode ajudar as nações ricas que têm demonstrado liderança política na questão nos últimos meses, inclusive na COP26, a cúpula do clima da ONU.
“O volume de dinheiro que está sendo investido em soluções com base na natureza não é suficiente”, disse Mulder à Thomson Reuters Foundation. “Eu esperaria que os países do G20 pudessem dar o exemplo, e eles não estão fazendo isso no momento.”
O relatório analisou como as nações ricas podem lidar melhor com as crises climáticas, de biodiversidade e de degradação do solo do planeta, promovendo agricultura e cadeias de suprimentos sustentáveis ou criando espaços verdes nas cidades para combater o aquecimento.
Aumentar a proteção de áreas naturais, como parques, oceanos, florestas e áreas selvagens, é vista como ação vital para manutenção dos ecossistemas dos quais os seres humanos dependem, e para limitar o aquecimento global em direção às metas internacionalmente acordadas.
Dezenas de países se comprometeram a fazer mais para conservar a natureza e tornar a agricultura mais verde durante as negociações climáticas da COP26 da ONU em novembro, incluindo o compromisso de mais de 100 nações de interromper e reverter o desmatamento até 2030.