A Amazon planeja testar um novo material de remoção de carbono para data centers, que correm o risco de piorar as emissões de poluentes dos sistemas de inteligência artificial executados neles, disse uma startup por trás da tecnologia nesta segunda-feira (2).
Em uma reviravolta, a própria IA, da startup Orbital Materials, foi quem projetou a substância filtrante de carbono, disse seu presidente-executivo, Jonathan Godwin. “É como uma esponja em nível atômico”, disse Godwin à Reuters. “Cada cavidade dessa esponja tem uma abertura de tamanho específico que interage bem com o CO2 e que não interage com outras coisas.”
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A possível economia de custos é, em parte, a atração. O novo material representa cerca de 10% do custo por hora do aluguel de um chip de GPU para treinamento de IA – uma fração do preço das compensações de carbono, disse Godwin.
Ao mesmo tempo, os data centers estão exigindo mais energia para sustentar o desenvolvimento da IA e mais água para mantê-los resfriados. Isso representa um desafio para empresas como a Amazon, que se comprometeu a ter emissões líquidas zero de carbono até 2040.
A Amazon Web Services (AWS) é o maior provedor de computação em nuvem do mundo em termos de receita. A empresa está testando o novo material em um data center para começar a aplicar o material em 2025 como parte de sua parceria de três anos com a Orbital, disse Godwin. O acordo também prevê que a Orbital use a tecnologia da AWS e disponibilize sua IA de código aberto para os clientes da AWS.
Howard Gefen, gerente geral da AWS Energy & Utilities, disse em um comunicado que a parceria incentivará a inovação sustentável. Godwin não comentou sobre termos financeiros do negócio.
A Orbital, que tem operações nos EUA e no Reino Unido, montou um laboratório há cerca de um ano para sintetizar substâncias que foram simuladas por sua IA, disse Godwin. A startup pretende trabalhar com a AWS para testar ainda mais materiais gerados por IA para tratar do uso de água e do resfriamento de chips em data centers.
Godwin é cofundador da empresa apoiada pela Radical Ventures e pelo braço de investimentos de risco da Nvidia, entre outros, depois de ajudar a liderar o trabalho de ciência de materiais para a DeepMind, da Alphabet, até 2022.