A variabilidade climática e eventos climáticos extremos rondam pelo menos 20 países latino-americanos e aumentam o risco de fome e desnutrição na região, de acordo com um estudo de várias agências da ONU publicado nesta segunda-feira (27).
As economias da América Latina e do Caribe dependem muito da agricultura, da pecuária, da silvicultura e da pesca, setores diretamente ligados à segurança alimentar e especialmente vulneráveis a secas, inundações e tempestades.
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Cientistas têm alertado que o clima extremo se intensificará devido às mudanças climáticas. Como a segunda região mais exposta do mundo, depois da Ásia, a América Latina poderá ter dificuldades para se alimentar.
Eventos climáticos extremos afetaram 74% dos países da América Latina e do Caribe, de acordo com o estudo. Metade dos países analisados foram considerados passíveis de passar por um aumento de desnutrição como resultado.
O relatório intitulado “Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutricional 2024” destacou que a fome afetou 41 milhões de pessoas na região, ou 6,2% da população, em 2023.
O estudo registrou alguns progressos recentes; o número de pessoas famintas em toda a região em 2023 era 2,9 milhões menor do que em 2022 e 4,3 milhões menor do que em 2021. Mas o estudo alertou que a tendência de queda poderia ser interrompida por ameaças climáticas.
“A variabilidade climática e os eventos climáticos extremos estão reduzindo a produtividade agrícola, interrompendo cadeias de suprimento de alimentos, aumentando os preços, impactando ambientes alimentares e ameaçando o progresso na redução da fome e da desnutrição na região”, afirmou o estudo.
O relatório foi produzido por cinco agências da ONU: a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, a Organização Pan-Americana da Saúde, o Programa Mundial de Alimentos e o Fundo das Nações Unidas para a Infância.