Todas as evidências mostram que um feto humano não tem “intelecto”. Não pensa, não raciocina e não mostra nenhum sinal consciente. Só fará isso três meses depois do nascimento.
Muitos biólogos se incomodam quando as pessoas falam sobre inteligência dos animais. Os morcegos, por exemplo, são cegos, mas conseguem se localizar ouvindo o eco de suas próprias vozes. Isso, no entanto, é muito diferente da inteligência humana. Cada espécie animal tem facilidade em resolver um determinado tipo de problema, mas somente depois de ter desenvolvido seu intelecto.
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Uma formiga, por exemplo, tem maior capacidade de raciocínio do que um feto. Não é porque o cérebro da primeira é menor que o segundo é mais inteligente.
O nosso cérebro se desenvolve independentemente de seu tamanho. Não é a maior quantidade de neurônios que aumenta a capacidade cognitiva, mas a maneira como eles estão conectados.
Os neurônios começam a aparecer na terceira semana de gestação. Na 18ª, o feto já deve ter a quantidade exata para a vida inteira. Isso, no entanto, não quer dizer que o cérebro esteja “ligado”. Essas células do cérebro são formadas por axônios, dendritos e pelo corpo celular e, em um feto, são pequenas demais para funcionar.
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A sinaptogênese, processo de formação de sinapses entre os neurônios dos sistema nervoso, começa a partir da sétima semana de gestação. Esse processo se estende até o segundo ano de vida do indivíduo. Logo após o nascimento, somente 80% de todas as conexões estão estabelecidas.
Isso se dá, principalmente, porque a bainha de mielina, camada que envolve o corpo celular dos neurônios, não está completamente formada. Sem a proteção, os íons contendo informações nervosas se perdem antes de chegar aos dendritos, partes em que os dados são passados para o próximo neurônio.
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A mielinização do cérebro humano começa somente no final da gestação e é um processo lento: cada parte do órgão recebe uma quantidade de mielina diferente, e algumas regiões dependem de outras para se desenvolver. Ao nascer, somente a medula espinhal está completamente formada. O córtex é a última região a receber a camada de proteção nas células.
Evolucionalmente, isso faz sentido, já que os fetos não têm grandes problemas a serem resolvidos. A ligação com a gestante é meramente hormonal e já garante a sobrevivência do indivíduo.