Jérôme Lambert, 47, tornou-se CEO global da Montblanc em 2013. Antes de assumir o comando da marca referência em canetas de luxo, o executivo fez um longo trabalho na Jaeger-LeCoultre, outra grife do grupo Richemont. Lá, ele começou como controller financeiro, em 1996, e chegou à presidência em 2002.
Lambert falou a FORBES Brasil sobre os rumos da marca. Leia a seguir:
FORBES Brasil: O que a celebração dos 110 anos significa para a marca?
Jérôme Lambert: Aniversário é sempre uma preparação do futuro, pelo menos para mim. É um momento em que você pode definir uma meta. Nós estamos superando limites com um instrumento de escrita de 1,2 milhão de euros, com um relógio no qual uma serpente brinca com uma nova complicação. Nosso time de criação tem sido muito ambicioso.
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Temos ouvido muitas reclamações nessa indústria. A China está desacelerando, e as marcas de luxo estão sofrendo um pouco em outros mercados também. A Montblanc, por sua vez, está elevando os preços. Há um movimento de se afastar um pouco da categoria de luxo acessível para se tornar uma marca verdadeiramente high-end? Antes de mais nada, você concorda com o termo “luxo acessível”? Ou ele não é muito apropriado?
Para mim, luxo é uma questão de ter alto padrão de exigência. Podemos pensar em um instrumento de escrita, uma tinteiro, de 500 ou 600 euros, e em um instrumento de escrita básico, que custe um euro. Um custo 600 vezes maior e a mesma funcionalidade. Então, não é acessível. É excepcional. Nós oferecemos uma experiência excepcional.
Instrumento de escrita de alta qualidade é como um sinônimo de Montblanc. Mas a companhia tem uma variedade de produtos como acessórios em couro e abotoaduras. De uma maneira geral, como você quer que a Montblanc seja percebida?
Todos os nossos produtos combinam entre si. Os produtos Montblanc são como sofisticados companheiros de vida, especialmente para o público masculino. Gosto de imaginar nossos produtos criando um mundo no qual se pode desenvolver o prazer de usar. Eles são como fortes instrumentos de conquista e símbolos de sucesso. Você vê a montanha, você vê o pico. É uma fácil associação, entre o pico e a nossa maison.
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Quão importante é a operação brasileira no plano global da marca?
O Brasil é um território histórico para a Montblanc. Atualmente, temos nove butiques no país. Em situações boas ou ruins, a marca tem crescido e se desenvolvido no Brasil. É um local que empurra a marca sempre para a frente. A paixão brasileira tem sido uma grande motivação para a maison superar seus limites e criar produtos. Nossa operação na América do Sul começou pelo Brasil. É um país para o futuro da maison.