Toda grande cidade do mundo tem aquele hotel lembrado como o mais luxuoso e imponente. Sempre que programava uma viagem a Zurique, na Suíça, lembrava disso e pensava no Baur Au Lac, mas por alguma razão ou outra eu ainda não tinha matado essa enorme curiosidade de me hospedar lá. Este ano eu resolvi que iria levar minha filha para passar as férias escolares de julho na Europa. Como ela havia se encantado com a Suíça no inverno, achei que seria interessante mostrar que o país é também encantador no verão, e que iniciaríamos nossa viagem por Zurique, que é hoje uma de nossas cidades prediletas no mundo.
Comecei a sentir o que era ser um hóspede especial do Baur Au Lac logo que desembarcamos do voo da Swiss que nos trouxera de São Paulo. Ali, na porta do avião, um rapaz nos esperava com uma placa com meu sobrenome escrito. Ele nos saudou e pediu que fossemos com ele, descendo por uma porta lateral do finger a escada que dá acesso à pista do aeroporto, onde uma bela e confortável BMW 750i esperava para nos levar para uma área exclusiva do aeroporto, onde VIPs e autoridades fazem a imigração — um guichê em que levamos menos de um minuto para descer do carro, entrar na sala, carimbar passaportes e voltar para o carro. De lá, seguimos para o saguão das esteiras de bagagens, mas, em vez de esperamos ao lado da esteira com os outros passageiros, fomos levados para um outro VIP lounge enquanto nossas bagagens eram retiradas por carregadores que já as levariam para o carro do hotel que nos aguardava.
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O aeroporto de Zurique e a Swiss são tão eficientes que nem tivemos tempo de tomar mais do que um espresso naquele confortável lounge e já fomos chamados para irmos embora. Toda essa operação de desembarque durou menos de 15 minutos e, quando percebemos, já estávamos confortavelmente acomodados à bordo de um luxuoso e silencioso Rolls-Royce Phantom da frota do Baur au Lac, onde toalhas refrescantes, água gelada e wi-fi superveloz — sem falar num chauffeur muito educado e cortês — nos abasteciam a caminho do hotel.
Veja na galeria de fotos um dos mais elegantes hotéis da Suíça:
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Baur au Lac O Baur au Lac está localizado no ponto mais nobre de Zurique, num parque privativo às margens do lago Zurique. No coração da maior cidade da Suíça, e ao lado da badalada Bahnhofstrasse, uma das ruas de maior concentração de lojas de alto luxo do mundo.
Começava a entender ali a frase repetida pela diretora de marketing do hotel, a simpática Carole: “No Baur au Lac, você só precisa das pernas… Nós temos todo o resto!” Por “todo o resto”, ela se refere à melhor localização de um hotel na cidade, com parque privativo, com vista para o lago, em um dos metros quadrados mais caros do planeta, a poucos passos dos principais pontos turísticos e de compras da capital financeira da Suíça. Tudo isso embalado numa estrutura de alto luxo e conforto com um serviço de qualidade irretocável, típico da alta hotelaria que nasceu naquele país.
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Fundado em 1844, ele me lembra o hotel Copacabana Palace, no Rio, a começar pela fachada branca, horizontalizada e de estilo neoclássico. A lembrança é reforçada pelo terraço que fica em frente ao edifício: sua atmosfera ao mesmo tempo descontraída e sofisticada assemelha-se à área da piscina do tradicional empreendimento carioca. É lá que você irá encontrar nas tardes e noites de verão — já que nessa época do ano o sol se põe por volta das 9:30 horas da noite — a melhor combinação de gente bonita, poderosa (locais ou turistas) e descolada reunida em torno de drinques e petiscos, e alegres rodas de bate-papo. Algo como um longo happy hour, mas bem cool.
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Por eu ser um viajante muito frequente, eu gosto de hotéis que me façam esquecer que estou em um. É muito mais gostoso estar em uma suíte que me lembre uma casa, um apartamento, em vez de um quarto frio de hotel. Nesse ponto, o Baur au Lac superou minhas expectativas. Voltar àquela bela e aconchegante suíte, com vista para o lago, era como chegar em casa. Desde o mobiliário da sala, com seus sofás e poltronas acolhedores, aos livros na estante e na mesa de centro, as obras de arte nas paredes e os vasos, nada ali me lembrava um hotel. E detalhes fazem muita diferença a olhos mais exigentes, como por exemplo os belos tampos de mármore das pias do banheiro que são cobertos por uma finíssima lâmina de vidro, imperceptível, que está ali para evitar que as sucessivas gotas de perfume, pastas de dente, loções, entre outras coisas, manchem a pedra natural. Ou no quesito “gula” — o minibar é recheado de bebidas, incluindo alcoólicas, e snacks, repostos sempre que preciso.
Outra habilidade que desenvolvi com esses anos de viagens e hotéis é a de perceber o quão antigo é um determinado quarto, sua mobília e acessórios. Foi difícil para mim, para não dizer impossível, cravar a idade da minha suíte, porque tudo ali era de um bom gosto e estilo atemporais, e de uma conservação que a resposta mais próxima deveria ser brand new (ou zero em folha).
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A sensação é a mesma ao andar pelas dependências do hotel. É impossível notar que sua última grande reforma aconteceu entre 2008 e 2009 — a sexta geração da família Baur-Kracht, que fundou o empreendimento, investiu 45 milhões de dólares nela. Considerando os últimos 18 anos, foram desembolsados mais de 160 milhões de dólares em melhorias. Intrigado, eu fui perguntar aos responsáveis como eles conseguiam manter o centenário hotel com aquela aparência de recém-inaugurado, e a resposta foi tão precisa quanto um relógio suíço. “Nós fazemos manutenção todos os dias. Se um móvel é batido ou arranhado, nós trocamos. Se uma parede é riscada, nós a pintamos.”
O hóspede do Baur au Lac pode escolher entre 120 acomodações — 75 apartamentos, 18 suítes e 27 suítes do tipo júnior, a enorme maioria delas com layout diferente uma da outra. Ou seja, você pode ficar hospedado lá 50 vezes, e a chance de ficar num quarto com a mesma configuração do anterior é remota. Na decoração dessas unidades, objetos art déco contrastam com o mobiliário de época francês. Cortinas feitas de tecidos nobres provenientes de países como Itália, Tailândia e França emprestam um clima aconchegante às instalações. A tecnologia é outro ponto alto das acomodações. Um exemplo é o sistema bluetooth disponível nas suítes, o qual conecta o celular do hóspede com o sistema de aúdio e vídeo. Com vista para o parque privativo, o lago e o canal Schanzengraben, a suíte Deluxe Corner, de 90 metros quadrados, é a opção mais luxuosa.
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O Baur au Lac sabe cativar seus convidados pelos detalhes. O hotel emprega dois floristas que cuidam diariamente de suas mais de mil flores. Não é à toa que o empreendimento é a escolha de celebridades do calibre de Richard Gere, Renée Zellweger e Daniel Craig. Também foi no hotel que Richard Wagner estreou o primeiro ato de sua ópera A Valquíria, em 1856. E foi no lobby, em 1892, que a escritora austríaca Bertha Von Suttner convenceu o químico sueco Alfred Nobel a criar o prêmio que leva seu sobrenome.
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O Le Hall, como é chamado o espaço, é uma excelente opção para o café da manhã ou um coquetel. Não saia de lá sem provar o 1844 Chocolat Baur au Lac, feito no hotel, que também tem sua própria companhia de vinhos, a Baur au Lac Vin. Na adega centenária do empreendimento, estão armazenadas mais de 700 mil garrafas, e a loja de vinho que fica anexa ao hotel é uma das melhores e mais bem frequentadas da cidade e referência para os entusiastas de vinho e espumantes.
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O alto nível do Baur au Lac se reflete em seus restaurantes. O hotel abriga o Pavillon, uma estrela Michelin, onde o chef Laurent Eperon faz uma interpretação da alta gastronomia do século 21. Eu sou sempre cauteloso com chefes estrelados que “interpretam algo”. Confesso que sou um tanto avesso a invenções que transformam comida em vapor, e fujo do excesso de “reduções”, ao qual chamo, carinhosamente, de “espuminhas”. Gosto de comida de verdade, e foi isso que experimentei: uma comida moderna e linda, mas consistente e saborosa ao mesmo tempo.
É lá também que é servido o café da manhã, quando o belo e arejado salão e seus enormes janelões debruçados sobre o jardim e o canal, com vista para o lago, é invadido com a luz natural do sol.
Em 2005, o hotel transformou sua antiga Baur au Lac Grill Room no moderno Rive Gauche. O chef Olivier Rais atualizou o tradicional menu do antigo restaurante, mas sem deixar de lado sua essência. A casa apresenta carnes, peixes, além de pratos vegetarianos e veganos. Já o Rive Gauche Bar é o ponto de encontro para os apreciadores de Martini, com mais de 25 variações do famoso drinque. Curta a receita escolhida no terraço, chamado de Rive Gauche Terrasse.
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Para relaxar, o hotel oferece o Fitness Club, localizado no rooftop. Além de uma seleção de aparelhos para exercícios físicos e tratamentos de beleza, o espaço possui uma vista incrível para o lago e o parque privativo. Quando eu achava que tinha, finalmente, encontrado um único “defeito” no hotel, ao perguntar se eles não tinham piscina na propriedade, a sempre alegre Carole me olhou e começou a dar a resposta protocolar “por sermos um prédio histórico …” e, antes mesmo de concluir dizendo que não havia uma piscina no hotel, ela emendou com um largo sorriso: “Nós temos a melhor, a maior, a mais bonita, com água mais pura, piscina de um hotel em Zurique… E fica do outro lado da rua, basta atravessar a faixa de pedestres em frente ao nosso jardim. O concierge pode providenciar os roupões e as toalhas!” Ela se referia ao lago Zurique, que fica repleto de pessoas nadando e se divertindo com todo o tipo de esportes náuticos no verão. A querida Carole estava falando a verdade: no Baur au Lac, você só precisa das pernas.
O Baur au Lac está localizado no ponto mais nobre de Zurique, num parque privativo às margens do lago Zurique. No coração da maior cidade da Suíça, e ao lado da badalada Bahnhofstrasse, uma das ruas de maior concentração de lojas de alto luxo do mundo.
Começava a entender ali a frase repetida pela diretora de marketing do hotel, a simpática Carole: “No Baur au Lac, você só precisa das pernas… Nós temos todo o resto!” Por “todo o resto”, ela se refere à melhor localização de um hotel na cidade, com parque privativo, com vista para o lago, em um dos metros quadrados mais caros do planeta, a poucos passos dos principais pontos turísticos e de compras da capital financeira da Suíça. Tudo isso embalado numa estrutura de alto luxo e conforto com um serviço de qualidade irretocável, típico da alta hotelaria que nasceu naquele país.