Pouco antes da inauguração, os hotéis costumam ter a mesma trilha sonora: sons de furadeiras acompanhados por um constante zumbido de uma urgência no trabalho. No The Ned foi diferente. A menos de um mês de sua inauguração, a banda já se apresentava no salão principal, enquanto, ao seu redor, garçons eram treinados e bares abastecidos. Apenas ouvidos mais atentos perceberiam, além do jazz funk, alguns ruídos típicos de construção.
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Com 252 quartos, o The Ned, híbrido de hotel e clube privado no coração financeiro de Londres, era o lançamento mais esperado do ano. Localizada na frente do Bank of England, a construção já foi sede do Midland Bank. Depois, o térreo foi cenário do que parecia uma invasão de caixas e bancários, cercados por 92 pilares, todos cobertos por brilhantes intrincados, sobre ladrilhos de mármore verde. Levou quatro anos e cerca de £ 200 milhões para a renovação.
As colunas permaneceram, mas entre elas está, agora, muito glamour e, acima de tudo, inteligência. No início do mês, mais especificamente no dia 2, o andar térreo passou a abrigar – em um espaço contínuo – sete diferentes restaurantes, com os antigos balcões dos bancos adaptados para servirem como divisórias dos ambientes. A abundância de opções gastronômicas inclui uma filial do Cecconi’s, inspirado em Nova York; um restaurante de poke (prato havaiano à base de peixe); uma brasserie 24 horas; e o SolCal, inspirado no Malibu Kitchen, onde as entradas passam por ceviches e presunto curado com pólen de abelha. Os pratos principais incluem bowls de arroz com couve e vegetais. A faixa de preço está entre £ 8 e £ 15.
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E as porções serão generosas. “Nick Jones, dono do hotel Soho House, odeia porções pequenas” é frase corrente por lá. O Ned é uma aliança entre ele, o Sydell Group e Ron Burkle, empresário que apresentou os dois e investiu nas duas empresas. Jones talvez tenha uma comprovada habilidade de oferecer agitação, mas o maior Soho House, localizado em Berlim, tem apenas 100 quartos. Em contrapartida, o Sydell Group comanda o Nomad, em Nova York, e as marcas Line, assim como os Freehands em Miami, Chicago e Los Angeles.
Em 1992, o HSBC assumiu o Midland Bank e transferiu seus funcionários para o Canary Wharf (complexo de edifícios comerciais). Mas, como os bancos saíram da cidade, outro negócio, voltado para tecnologia, acabou tomando conta do lugar. A Amazon está abrindo novas sedes nas proximidades da Liverpool Street. A Deliveroo, a rival do Reino Unido do UberEats, tem seu quartel general na Cannon Street.
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As ruas ao redor do Ned abrigam restaurantes e um spa com serviços de salão de beleza. Integrantes do clube de fidelidade do Soho House, de Jones, têm direito a taxas especiais na reserva, mas o Ned tem seu próprio clube independente. Junte-se a ele e outras oportunidades aparecerão. No térreo, por exemplo, está o Lutyens’ Grill, enquanto do sétimo andar, em um terraço no telhado, é possível ver de perto os arranha-céus Gherkin e Walkie Talkie de um lado e a catedral St. Paul, do século 17, de outro, além de todos os fornos a lenha para pizza e as piscinas, deixando claro que o Ned foi planejado para ser divertido e descolado, unindo a velha e a nova cidade.
O mais divertido é o cofre subterrâneo que já abrigou milhões de libras em ouro e objetos de valor. Hoje, é só atravessar a porta de 20 toneladas para ficar cercado de bebidas, com as seguras caixas de depósitos ainda fazendo parte das paredes. Outro cofre se tornou uma sala de ginástica com uma piscina para a prática de natação, além de salas de relaxamento e um spa.
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O nome “The Ned” é uma homenagem ao arquiteto do edifício, Edward Lutyens, que o projetou em 1929. Ele é também o responsável por planejar e construir Nova Deli, a capital da Índia, particularmente o Viceroy’s House (casa oficial do presidente do país). A nostalgia reina nos quartos, onde existem lustres desenhados para dar a ideia de um conjunto de folhas de palmeiras, camas de ferro e tapetes orientais. As £ 3.500 que se paga por uma noite na suíte Chairman parecem uma pechincha. O quarto pode ser traduzido como um conjunto de salas com acesso direto pelo elevador. Quando o Ned foi construído, esse era o único elevador no prédio (apesar de seus 11 andares) e era reservado só para o presidente do conselho de administração (daí o nome da suíte).
Veja, na galeria a seguir, alguns dos ambientes do tão esperado hotel-clube:
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Reprodução/Forbes O lugar mais agradável para se estar trancado: o cofre do The Ned Hotel
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Reprodução/Forbes A filial do Cecconi’s faz parte dos sete restaurantes que o hotel oferece
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Reprodução/Forbes A nostalgia da era eduardiana invade os quartos
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Reprodução/Forbes O banheiro de uma das suítes
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Reprodução/Forbes Um dos quartos de categoria intermediária
O lugar mais agradável para se estar trancado: o cofre do The Ned Hotel