Desde abril, São Paulo passou a ter um novo cinco-estrelas (quase seis): o Palácio Tangará, da operadora Oetker Collection – que tem em seu portfólio mais oito propriedades de alto padrão espalhadas pelo mundo, como o Le Bistrol, em Paris, e o Cap-Eden-Roc, na Riviera Francesa.
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Apesar de estar sob controle de um grupo com DNA europeu, o Tangará não renega sua origem – a começar pelo nome, inspirado no pássaro tangará-da-amazônia, e se estendendo ao serviço caloroso, típico dos brasileiros.
De todas as janelas vê-se o Parque Burle Marx; o verde da mata se mistura com o verde da decoraçãoPor sua localização, ao lado do Parque Burle Marx (zona sul), temos a impressão de estar longe da metrópole. Segundo o diretor Celso do Vale, a ideia era essa mesmo: apostar no apelo de um resort urbano, um refúgio.
Ao todo são 141 apartamentos, entre eles 59 suítes, divididos em 13 categorias. A mais simples, batizada de Deluxe, tem diária inicial de R$ 1.500. A mais sofisticada, a Grand Suíte São Paulo, custa R$ 38 mil por dia. É dela que vamos falar a seguir.
São 528,8 metros quadrados de área total, com um terraço de 250 metros quadrados. O projeto arquitetônico é da dupla Luiz Bick e William Simonato e levou cerca de um ano para ficar pronto, da concepção aos ajustes finais.
“Projetamos a suíte em uma cartela de cores com base no preto e branco, que é uma marca do nosso trabalho. Para completar, escolhemos tecidos mais naturais, como o linho, e usamos papel de parede com estampas de árvores e pássaros”, diz Simonato. “Introduzimos a cor verde com o couro usado no mobiliário e nas fotos de Mata Atlântica, que são da fotógrafa Dani Tranchesi. No banheiro também compusemos com fotos coloridas e elementos do Brasil. Para não ser uma coisa tão óbvia, mantivemos o Brasil nas sutilezas”, conta.
Os ambientes internos são divididos em hall, living, cozinha e sala de jantar – destaque para a mesa inglesa de 12 lugares original do século 19 – lavabo, escritório e suíte com closet. De todas as janelas que dão para o terraço, avista-se a vegetação do Parque Burle Marx, que acaba se misturando com o verde da decoração. Na área externa estão dispostos diversos guarda-sóis e lounges com sofás e mesas.
Celso do Vale espera receber “um público variado” nas suítes, de artistas a presidentes e empresários. “Já solicitaram reservas”, diz o diretor do hotel, sem revelar nomes.
A troca de pisos (mármore e madeira, em lugar de carpetes) da Grand Suíte São Paulo reforça a sensação de se “estar em casa”. Uma curiosidade: algumas das portas e molduras, assim como as janelas, são as do projeto original do prédio – ele começou a ser construído em 1996, mas as obras foram paralisadas em 2002. Somente em 2013, depois de ser adquirido por um fundo americano, a construção foi retomada.
O objetivo do Tangará é oferecer ao hóspede uma estrutura completa, para que não seja necessário sair do hotel para praticamente nada – só na ala gastronômica, são quatro opções que passaram pela curadoria do renomado chef francês Jean-Georges Vongerichten.
Pela beleza e sofisticação da suíte que visitamos, é bem possível que o visitante não queira nem sair do quarto.