A cena gastronômica de Hong Kong surpreende não apenas pela variedade e pelo alto nível de sua cozinha. Colocando em números: a última edição do guia Michelin Hong Kong e Macau contabilizou nada menos que 61 restaurantes estrelados nessas duas regiões administrativas.
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Muito disso pode ser atribuído ao potencial de consumo da população. Segundo o relatório de riqueza divulgado pelo banco suíço Julius Baer (especializado em riquezas particulares), Hong Kong superou Xangai e é atualmente a cidade com custo de vida mais alto da Ásia.
Em minha recente passagem por Hong Kong, visitei três restaurantes de ponta: o italiano contemporâneo 8 ½ Otto e Mezzo Bombana, o francês com presença global L’Atelier de Joël Robuchon e o chinês revisitado Mott 32.
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Divulgação L’Atelier de Joël Robuchon
O conceito por trás do L’Atelier foi pensado por Robuchon em 2003, após vasta experiência com a culinária japonesa e contato com a cozinha de tapas, típica da Espanha. O resultado foi um modelo de restaurante que oferece aos clientes não apenas um deleite para o paladar, mas também a experiência de ser espectador de técnicas meticulosas, graças à cozinha aberta e à visão proporcionada pelo balcão.
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Divulgação L’Atelier de Joël Robuchon
O ano de 2017 marca o sexto consecutivo em que o restaurante recebe três estrelas no guia Michelin da China. São três opções de menu degustação. A mais completa inclui uma entrada, sopa, duas opções de pratos principais, sobremesa ou queijos e café/chá com petit-fours, ao preço de US$ 758. Pratos como Le Canard de Challans (peito de pato francês grelhado com pera e salsão) e o Le Veau (vitelo selado com polenta cremosa e minialcachofras) são alguns dos destaques do cardápio.
O serviço é um dos pontos fortes do L’Atelier – maîtres e staff gentis e atenciosos certificam-se de que sua experiência seja ainda mais especial.
A unidade em Hong Kong fica no badalado centro de compras The Landmark, em Hong Kong Island. O L’Atelier tem ainda unidades em Paris, Bangcoc, Las Vegas, Montreal, Singapura, Xangai, Taipei e Tóquio.
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Divulgação Mott 32
O restaurante instalado no centro financeiro de Hong Kong celebra os pratos típicos da culinária chinesa. Onome é uma homenagem à primeira loja de conveniência chinesa aberta em Nova York, em 1851, na Mott Street, nº 32 – foi dali que nasceu o bairro de Chinatown.
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Divulgação Mott 32
O carro-chefe da casa é o peking duck – conhecido no Brasil como pato laqueado ou pato à Pequim –, que só é servido sob encomenda devido ao demorado modo de preparo. Não sou chef, longe disso, mas explico. Primeiro, os patos (domésticos) são selecionados: devem estar com 42 dias de vida e 2 quilos; cada um deles fica 48 horas marinando e depois é finalizado em forno de defumação com madeira apple wood. Por último, os patos são fatiados à moda antiga – assim como na era imperial, lascas finas junto com a pele crocante. Outro item que não pode ser deixado de fora e que também requer reserva ou encomenda prévia é o delicioso barbecued pluma iberico pork, yellow mountain honey. O longo nome descreve um delicioso e tenro pork loin cozinhado à perfeição e besuntado com um indescritível mel – só mesmo saboreando para entender minha falta de palavras.
Na casa, o dim sum – estilo milenar de pratos chineses servidos em porções pequenas para compartilhar – é levado a sério. O chef Tsang recria receitas tradicionais de dim sum usando técnicas modernas e apresentações diferenciadas. Uma de suas surpreendentes criações, por exemplo, leva ovo de codorna cozido, carne de porco e trufas negras.
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Divulgação 8 1/2 Otto e Mezzo Bombana
O simpático e talentosíssimo chef italiano Umberto Bombana abriu o restaurante em 2010, dois anos após o restaurante Toscana (onde era chef executivo) do hotel The Ritz Carlton Hong Kong encerrar as atividades. O nome do lugar é um tributo ao filme 8 ½, do diretor Federico Fellini.
Desde dezembro de 2011, o Otto e Mezzo carrega o título de três estrelas Michelin, sendo o único restaurante italiano fora da Itália com essa classificação. No belo, aconchegante e estiloso salão, um janelão de vidro com vista para a copa das árvores do entorno do The Landmark parece transportar você para outra cidade. O restaurante é o preferido dos bilionários de Hong Kong, grandes empresários e celebridades que passam pela ilha.
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Divulgação 8 1/2 Otto e Mezzo Bombana
Pratos como a salada de lagosta, geleia de caviar do tipo Oscietra, folhas de inverno, cuscus e molho de champanhe estão entre as brilhantes criações do chef. Ainda que as três estrelas Michelin possam transmitir a ideia de pouca comida, o cardápio é feito na medida perfeita, balanceando apresentação, sabor e textura.
Se você der sorte, o chef Bombana virá da cozinha saudá-lo pessoalmente e contar um pouco mais da história dele e do restaurante. Ele me contou que adora Hong Kong e que não pensa em sair de lá nunca mais, mas que adoraria ter uma filial do Mezzo Bombana no Brasil.
L’Atelier de Joël Robuchon
O conceito por trás do L’Atelier foi pensado por Robuchon em 2003, após vasta experiência com a culinária japonesa e contato com a cozinha de tapas, típica da Espanha. O resultado foi um modelo de restaurante que oferece aos clientes não apenas um deleite para o paladar, mas também a experiência de ser espectador de técnicas meticulosas, graças à cozinha aberta e à visão proporcionada pelo balcão.
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