O Japão, você sabe, mantém uma dualidade ímpar: é extremamente tecnológico e moderno e, ao mesmo tempo, preserva suas mais ancestrais tradições. Você vê e sente a cultura japonesa no dia a dia ao lado de gadgets, construções e lifestyle futuristas.
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Vi e vivi essa dicotomia de perto ao hospedar-me no Mandarin Oriental, que fincou raízes no tradicional distrito de Nihonbashi – que significa “Ponte do Japão” – ao redor de onde a metrópole mais populosa do mundo se desenvolveu desde quando ainda se chamava Edo.
Poder desvendar a pé esse bairro – que está no coração financeiro do país – é certamente um dos trunfos do hotel. Uma rápida caminhada de uma quadra e lá está o Nippon Ginko, o poderoso Banco Central do Japão; do outro lado da rua, a Mitsukoshi, primeira loja de departamentos japonesa – fundada em 1673 como uma loja de quimonos e que hoje abriga, além de uma tradicionalíssima e surpreendente seção desses trajes típicos (que chegam a custar R$ 250 mil!), as principais grifes mundiais.
Ao chegar ao Mandarin, o hóspede já começa a ter seus sentidos aguçados com alguns elementos marcantes no conceito arquitetônico do imponente hotel. É apenas uma amostra do que está por vir. Um belo paredão em formato de cascata saúda quem desembarca dos carros que chegam ao pré-lobby, no térreo, com a beleza da água corrente e seu som tranquilizante. Uma linda combinação de cores, materiais e texturas no hall de entrada dos elevadores que nos levarão ao lobby determina o tom que estará presente em toda nossa estadia. O belo quadro com um leque – item que compõe o logotipo da marca – decorado com motivos de Nihonbashi nos lembra que estamos num legítimo Mandarin Oriental.
Chegamos ao lobby – no 38º andar – depois de uma rápida viagem em elevadores supervelozes, e somos impactados pelas deslumbrantes paisagens que se revelam através de enormes janelões do hall de pé-direito altíssimo. De um lado, a moderna e gigantesca Tokyo Skytree, que é a construção mais alta de Tóquio e a segunda mais alta do mundo, com seus 634 metros de altura. Do outro, o imponente e icônico Monte Fuji – um verdadeiro símbolo do Japão.
Os quartos e suítes ficam entre o 30º e o 36º andar. Contrariando o que seria de se esperar de Tóquio, que aprendeu a conviver com a falta de espaço, os quartos são imensos para os padrões locais: de 50 a 250 metros quadrados. Todos os banheiros contam com banheira, três tipos de chuveiro e amenities da italiana Bottega Veneta.
Os cuidados e a delicadeza com os hóspedes refletem-se diretamente na experiência do visitante. Todas as noites, temos à disposição quimonos de ótima qualidade para o momento de repouso. Seja o tapete para a prática de ioga, disponível no closet, sejam os delicados pires com óleos essenciais próximos à cabeceira da cama (e que verdadeiramente provocam em nós profundo relaxamento), tudo conspira para que a permanência no quarto seja extremamente prazerosa. O conceito de design aplicado aos quartos segue o das áreas externas, baseado nos temas “madeira” e “água” e nas quatro estações do ano.
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No 37º andar, outra surpresa muito agradável dessa enorme árvore de luxo: o spa, que em 2017 foi premiado pelo terceiro ano consecutivo com cinco estrelas na categoria spas do FORBES Travel Guide. Os tratamentos oferecidos mesclam técnicas da Ásia e da Europa Ocidental, formatados para mulheres e homens de negócios que buscam tratamentos eficientes e relaxantes em meio à rotina acelerada e estressante da cidade grande. Imagine-se imerso numa jacuzzi com a estonteante Tóquio – e aquele incrível mar de luzinhas vermelhas do topo dos prédios – a seus pés. Parecem dois mundos completamente distantes, separados por uma lâmina de vidro: o frenesi fica lá fora, enquanto as instalações do spa e seus tratamentos não nos deixam esquecer que estamos no Oriente, onde tudo é feito para proporcionar absoluto êxtase sensorial.
No mesmo piso ficam dois restaurantes, o Signature e o Sense, ambos detentores de uma estrela no guia Michelin. O primeiro serve pratos da culinária francesa com apresentação impecável. O Sense nos brinda com a culinária chinesa cantonesa, sob a ótica do chef Tokukatsu Toh. Num ambiente elegante e atraente – mais uma vez com a megalópole e sua iluminada e brilhante Tokyo Skytree como pano de fundo –, ele criou receitas como a que leva peixe-napoleão (muito famoso em Hong Kong) e vegetais frescos. O nome do local não poderia ser mais apropriado – até hoje lembro-me da incrível sensação que foi estar ali, saboreando pratos deliciosos e um famoso whisky japonês servido em copo baixo com uma perfeitamente simétrica esfera de gelo cristalino rodando no copo. Durante o fim de semana e nos feriados, o restaurante disponibiliza um brunch no estilo dim sum (pratos pequenos feitos para serem compartilhados, na maioria das vezes preparados no vapor). Ainda no 37º andar está a adega, que acomoda até 11 pessoas para eventos fechados, com menu francês servido em cinco tempos.
Mas as opções gastronômicas não se esgotam nesse piso. Além dos que já mencionei, são mais nove restaurantes – incluindo outro estrelado, o conceitual Tapas Molecular Bar. São apenas oito assentos em um balcão, onde são servidos pratos da culinária japonesa com técnicas da chamada culinária molecular (que muda consistência, aparência e textura de alguns alimentos sem alterar seu sabor).
Vale – e muito – visitar o Oriental Lounge, bem ao lado do lobby principal. Lá pode-se apreciar o café da manhã, um chá da tarde típico da rede ou seus coquetéis originais tendo como cenário o Palácio Imperial e os distritos de Shinjuku e Ueno. Uma parada estratégica pode ser feita no 1º andar, já no nível da rua, no Gourmet Shop: lá você encontrará bolos, chocolates, pães e presentes.
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Uma vez na rua, sem andar muito chega-se à loja de facas Kiya, que ocupa o mesmo endereço desde 1792, e à Ninben Nihonbashi, especializada em katsuobushi, conserva seca do peixe atum-bonito.
Quando disse que o Mandarin fincou raízes no distrito, fiz referência à metáfora que eles próprios gostam de usar. O hotel se vê como uma grande árvore “viva e pulsante”, que ali floresceu e que hoje é peça integrante do bairro e da cultura japonesa. Os visitantes são a seiva que o alimenta (por isso a profusão de elementos de madeira e a sensação de ambientes conectados, orgânicos).
Sinto-me um privilegiado por ter feito parte, ainda que por poucos dias, da vida e da história desse lugar quase encantado.
Veja, na galeria de fotos abaixo, detalhes do Mandarin Oriental em Tóquio:
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Divulgação A vista é um dos pontos altos do hotel: ao fundo, a Tokyo Skytree, de 634 metros
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Divulgação Madeiras e tons terrosos: organismo “vivo”
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Divulgação Os quartos são imensos para os padrões locais: de 50 a 250 metros quadrados
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Divulgação Spa no 37º andar: cinco estrelas no FORBES Travel Guide
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Divulgação O Signature (foto) e o Sense são detentores de uma estrela no guia Michelin
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Divulgação Signature: culinária francesa
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Divulgação Sense: deleite para os sentidos
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Divulgação O Sense oferece a culinária chinesa cantonesa, sob a ótica do chef Tokukatsu Toh
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Divulgação Adega para 11 pessoas, com menu francês
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Divulgação Tapas Bar: técnica molecular
A vista é um dos pontos altos do hotel: ao fundo, a Tokyo Skytree, de 634 metros
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