Os carros são, aparentemente, uma raça em extinção na Ford Motor Company, com uma exceção: o Mustang. Embora as vendas domésticas do modelo tenham diminuído desde o lançamento da geração atual para as comemorações do 50º aniversário, em 2014, a expansão de sua disponibilidade global manteve os números gerais altos o suficiente para justificar sua existência contínua. Além disso, como o presidente Bill Ford gosta de dizer, o Mustang é o coração e a alma da empresa.
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Para o ano modelo de 2018, o carro recebeu uma atualização visual leve, além da adição de um Level 2 ao pacote de desempenho GT. Em 2014, as reações ao novo visual foram positivas, embora alguns observadores tenham achado as mudanças leves demais. A equipe de design da Ford procurou remediar isso adicionando mais agressividade.
A borda dianteira do capô agora é um pouco mais baixa e os faróis são mais finos, com limites mais nítidos ao redor. As marcantes barras triplas das luzes foram inclinadas para espelhar o mesmo efeito aplicado às traseiras. O contorno revisado do painel frontal inferior com linhas muito inclinadas cria uma impressão visual mais parecida com uma flecha do que com uma marreta. O capô também foi reformulado com uma área de cúpula de energia mais ampla e aberturas que se estendem mais horizontalmente pelo carro.
A base V6 de 3,7 litros foi abandonada este ano, deixando apenas o turbo de quatro cilindros de 2,3 litros e o V8 de 5 litros nos Mustangs convencionais. O Coyote V8, como muitos dos motores da Ford, recebeu algumas atualizações, que incluem um sistema de entrega de combustível duplo que apresenta injeção direta e por porta. Graças, em parte, ao efeito de resfriamento de carga do novo sistema de injeção, a taxa de compressão foi elevada de 11.0:1 para 12.0:1, aumentando o pico de torque. O V8 agora produz 460 hp e 625 kg/m de torque, aumentos de 25 hp e 30 kg/m em comparação com a edição de 2017. Uma transmissão automática de 10 velocidades agora está disponível em ambos os motores.
O pacote de desempenho é sempre um ganho e eleva o GT ao nível da edição limitada da geração anterior, a Boss 302. Este ano, a Ford adicionou um sistema de desempenho de nível 2 (PPL2) para criar um Mustang ainda mais focado na pista, que divide a diferença entre o nível 1 existente e o Shelby GT350.
Visualmente, o PPL2 é separado por um splitter dianteiro particularmente agressivo que adiciona 11 quilos de downforce e possui uma combinação mais agressiva de roda e pneu que caberia dentro da carroceria de um Mustang, com rodas de liga leve de 19 polegadas e dois pneus 305-30R19 Michelin Pilot Sport Cup. Mesmo que a Ford sempre tenha oferecido pneus específicos de verão para o modelo, estes são os mais extremos já disponibilizados. Eles apresentam apenas o mínimo de ranhuras laterais do piso com a metade exterior sendo quase uma mancha. Não é recomendável, no entanto, dirigir com pneus Cup 2 em condições úmidas.
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Outra novidade para 2018 é a disponibilidade de amortecedores MagneRide que são opcionais no nível 1 e padrão no PPL2. Estes amortecedores continuamente variáveis são uma adição incrível a qualquer carro de desempenho e valem o preço opcional de US$ 1.695.
Ainda novo é o desempenho da válvula ativa de escapamento, que permite alternar entre os modos normal, silencioso, esporte e pista. Não há nada como a emoção visceral de ouvir o rugido de um grande motor V8. É claro que seus vizinhos podem não apreciar e, para isso, existe o recurso de programar o carro para iniciar em modo silencioso durante certos períodos, como quando você está pronto para sair para o trabalho pela manhã.
A Ford possui uma participação controladora na companhia Argo, que está desenvolvendo o sistema de produção de condução automatizado a ser lançado pela montadora em 2021.
Este Mustang é exatamente o oposto do modelo com assistente de direção limitado ao controle de cruzeiro convencional e monitoramento de ponto cego. O PPL2 nem sequer está disponível com transmissão automática. Os maravilhosos assentos Recaro possuem limite no posicionamento de frente para trás e nos ajustes do ângulo do encosto do banco – eles se encaixam ao corpo. O motorista pode encomendar os assentos ideais para o seu tamanho e configuração corporal. Eles transformam qualquer viagem longa em algo confortável, mantendo o condutor revigorado, em alerta e sem dor – é claro que os sofisticados amortecedores desempenham um papel fundamental para um caminho tranquilo. Apesar dos pneus grandes e molas mais duras, o carro tem um ótimo desempenho, mesmo em estradas mais precárias.
Acelerar firme um V8 soa absolutamente inebriante em estradas mais sinuosas e, agora, com as mudanças no motor, o modelo consegue atingir 7.400 rpm.
Onde quer que você caia nas discussões entre os prós e contras do Mustang versus Camaro, uma coisa é certa: o Mustang é um carro mais flexível. Camaros podem ser um pouco mais rápidos – no caminho certo, com determinadas configurações. No entanto, o Mustang proporcionam uma visibilidade muito melhor.
Já no quesito acessibilidade, os Mustangs não são tão acessíveis quanto costumavam ser. O fim do V6 significa que o Mustang agora começa em quase US$ 26 mil. O modelo Royal Crimson chega a US$ 45.785. Um GT350 adiciona mais US$ 11.000 ao preço final. Em um mundo de Corvettes de US$ 100 mil e Acuras de US$ 200 mil, isso não é tão terrível, mas é improvável a possibilidade de os norte-americanos adquirirem um V8 Mustang logo depois de se formarem na faculdade, como era em 1990. Então um EcoBoost básico hoje é mais rápido do que um 5.0 LX. Com qualquer motor, o mais recente Mustang é definitivamente um carro que qualquer um gostaria de ter.