Fatos e números à parte, os consumidores conscientes de moda parecem estar se importando cada vez mais com a compra sustentável. Depois de vasculhar uma infinidade de pesquisas e levantamentos de mercado, fica cada vez mais claro que esses consumidores têm intenção de comprar produtos ecológicos, mas nem sempre seu discurso está alinhado com seus hábitos de consumo.
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Entre os millennials, 66% dos consumidores alegam que estão dispostos a gastar mais em marcas que priorizam iniciativas de sustentabilidade – de acordo com um estudo de 2018 realizado pela McKinsey & Company em colaboração com a Business of Fashion. Mas, na prática, apenas 34% deles realmente foram levados a fazer uma compra fashion porque o produto era sustentável, revelou a escola de negócios de moda LIM College, localizada em Nova York.
Enquanto todos nós sejamos, às vezes, culpados por não praticar aquilo que pregamos, especialmente quando se trata de nossos hábitos de consumo de roupas, é importante conhecer as ramificações das nossas escolhas por um vestuário menos sustentável. A Ellen MacArthur Foundation, uma organização sem fins lucrativos comprometida em facilitar a criação de uma economia circular global em todos os setores, diz no relatório “A New Textiles Economy: Redefinindo o Futuro da Moda” que 73% das 53 milhões de toneladas de roupas produzidas a cada ano terminam em aterros sanitários ou são incineradas.
Se essa estatística chocante não nos fizer repensar como criamos e consumimos roupas, o que acontecerá?
Além dos efeitos prejudiciais das cadeias de suprimentos das confecções sobre o meio ambiente, os indivíduos que produzem nossas roupas são, muitas vezes, obrigados a trabalharem em condições desumanas, sem salários dignos. O mundo está acordando para a realidade desta questão urgente. O trágico colapso do Rana Plaza, uma fábrica de produção de roupas nos arredores de Dhaka, Bangladesh, que matou mais de mil trabalhadores em 2013, e documentários como “The True Cost” revelam a realidade da vida dos funcionários nas fábricas que produzem fast-fashion. No entanto, embora as cadeias de suprimentos da indústria da moda tenham um longo caminho pela frente, algumas marcas entendem a importância dessa injustiça e estão criando programas de responsabilidade social corporativa.
Há, ainda, a questão do bem-estar animal. As grifes estão aderindo ao movimento “Fur-Free” em um ritmo acelerado e proibindo totalmente o uso de pele em suas coleções, algo que soa como uma declaração sobre seus padrões éticos com ações que seguem o mesmo caminho.
A falta de disponibilidade do produto tende a ser um fator importante para determinar as peças que chegam ao nosso guarda-roupa. Existem marcas, como Everlane, Reformation e Allbirds, que claramente conquistaram as gerações mais jovens de consumidores com designs chiques e conscientes. No entanto, essas marcas são pequenas no cenário mais amplo da moda.
De muitas maneiras, a moda sustentável é o novo luxo. Tendemos a pesar mais profundamente uma decisão de compra de um item muito sofisticado, o que nos torna mais conscientes de para onde está indo o nosso dinheiro. As marcas citadas a seguir permitirão que você ajude causas voltadas à sustentabilidade e socialmente boas sem sacrificar seu estilo.
Veja, na galeria de fotos a seguir, 7 marcas de luxo com causas sustentáveis e éticas:
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Reprodução 1. Stella McCartney
Provável fundadora do luxo sustentável, a marca de Stella McCartney tem se comprometido a criar moda ética desde a sua criação. O sucesso da grife vegetariana demonstra que não precisamos sacrificar nossos códigos morais para estar na moda na era moderna. Os produtos são feitos com tecidos de origem sustentável, como náilon e poliéster reciclados e algodão orgânico, e as linhas não usam peles de animais. Mais recentemente, a grife desafiou estudantes de moda a criarem um tecido mais ecológico, que pudesse substituir a lã.
Os esforços de caridade da marca de luxo também são centrados em sua missão corporativa. Ao longo dos anos, Stella McCartney fez parcerias com organizações sem fins lucrativos, como a Parley For Oceans e a Fashion Positive, para chamar a atenção das massas sobre como nossas escolhas de vestuário impactam o mundo ao nosso redor.
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Reprodução 2. Rêve En Vert
Com os ciclos ultra-rápidos das fast-fashions, as fundadoras Cora Hilts e Natasha Tucker viram as roupas irem dos guarda-roupas para os aterros sanitários, tratadas como lixo. Cora criou, então, uma marca alinhada com sua crença de que “o estilo de vida deve permear as escolhas na moda”.
Seguindo os passos de Stella McCartney, a plataforma de moda de luxo sustentável de Londres orgulha-se de cultivar uma consciência mais ampla de nossos hábitos de consumo de roupas, acessórios e beleza. Para ter seus produtos apresentados no site de comércio eletrônico, as marcas precisam obedecer a quatro critérios em suas cadeias de produção: usar materiais orgânicos e naturais, produzir o mínimo de resíduos, valorizar as comunidades locais e implementar políticas de comércio justo para os trabalhadores de suas fábricas.
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Reprodução 3. Ninety Percent
Lançada em 2018, a marca oferece uma infinidade de estilos modernos e minimalistas de produtos – de vestidos, tops e macacões a calças e malhas – com um incentivo para a compra.
A Ninety Percent doa 90% de seus lucros para instituições de caridade escolhidas por seus clientes. Depois de fazer o pedido online, o cliente pode entrar na aba “vote” do website da empresa, digitar o código do pedido e escolher, entre um seleto grupo de instituições, uma para a qual gostaria de doar 90% do custo da peça. Segundo o site da marca, 80% do total doado vai diretamente para as causas escolhidas, 5% para quem produz as roupas e 5% para aqueles que “comandam a marca”.
Ao participar desse esforço coletivo, a Ninety Percent faz com que os consumidores não só saibam o que compram, mas também escolham por que comprar determinados itens. O mindfulness é realmente um luxo moderno em si e por si.
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Reprodução 4. von Holzhausen
No início, a marca tinha peças feitas à base de couro animal e uma alternativa cruelty-free, a Technik. Mas, em nome da sustentabilidade e da ética, decidiu usar o couro exclusivamente vegano.
Com o compromisso de ser consciente no âmbito ambiental e social, a empresa uniu seus valores éticos a designs elegantes e funcionais. A maioria dos acessórios grandes, como a peça acima, tem capacidade para carregar um notebook de tamanho padrão, um recurso que atende às necessidades da nossa nova geração de nômades digitais. Assim, a marca de acessórios de couro, agora vegana, orgulha-se da inovação.
Ao criar o seu exclusivo couro Technik, a von Holzhausen concebeu o produto tendo em mente os consumidores de luxo moderno em evolução. Como eles estão cada vez mais preocupados com o bem-estar dos animais e do meio ambiente, a grife argumenta que o couro não é mais luxuoso se não for uma alternativa bem feita e livre de crueldade animal.
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Reprodução 5. Amara
A luxuosa marca de moda praia com sede em Tulum, no México, acredita que a criação de produtos sustentáveis e éticos não é uma opção, mas sim uma exigência para qualquer grife de moda dos dias atuais. Seus biquínis e maiôs de tecido italiano são produzidos em uma instalação de energia verde, com quantidade reduzida de água e de pegada de carbono. Criados a partir do ECONYL, um náilon reciclado desenvolvido em parceria com a The Healthy Seas Project, e da LYCRA XTRA LIFE, todos os estilos de maiô são reversíveis e projetados para permitir que o cliente “misture e combine” as ofertas disponíveis.
A missão geral da marca, em conjunto com seus esforços de sustentabilidade, é apoiar as comunidades mexicanas. Ao produzir todos os seus produtos em Tulum, a Amara cria empregos que oferecem salários justos e promovem um intercâmbio cultural.
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Reprodução 6. Matt and Nat
A grife entendeu a importância de criar artigos de couro sustentáveis antes de seus antecessores da indústria da moda. Fundada em 1995, a Matt e Nat sempre se comprometeu com o uso de têxteis alternativos aos de origem animal em seus produtos. Além de seu exclusivo tecido de couro vegano, incorpora materiais reciclados, como plásticos, náilon e cortiça, em seus acessórios para mulheres e homens. Desde 2007, o revestimento de todas as suas bolsas é feito de garrafas plásticas 100% recicladas.
A Matt and Nat oferece várias linhas de bolsas, sapatos e pequenos artigos de couro que combinam perfeitamente com qualquer estética moderna e consciente dos compradores.
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Reprodução 7. NAK
Abreviação de “No Animal Killed” (nenhum animal morto, em tradução livre), essa linha de calçados veganos mostra que sapatos luxuosos e elegantes não precisam ser feitos de couro – o material que parece produzir o impacto ambiental mais negativo da indústria do luxo. Ao contrário de muitas marcas ecológicas de calçados, a NAK tem como alvo exclusivo clientes que gostam do luxo, mas não abrem mão das consciência.
Apesar de os sapatos serem feitos de couro não animal, todos eles são impermeáveis, respiráveis e pesam três vezes menos do quem um modelo semelhante feito de couro animal, de acordo com a empresa.
1. Stella McCartney
Provável fundadora do luxo sustentável, a marca de Stella McCartney tem se comprometido a criar moda ética desde a sua criação. O sucesso da grife vegetariana demonstra que não precisamos sacrificar nossos códigos morais para estar na moda na era moderna. Os produtos são feitos com tecidos de origem sustentável, como náilon e poliéster reciclados e algodão orgânico, e as linhas não usam peles de animais. Mais recentemente, a grife desafiou estudantes de moda a criarem um tecido mais ecológico, que pudesse substituir a lã.
Os esforços de caridade da marca de luxo também são centrados em sua missão corporativa. Ao longo dos anos, Stella McCartney fez parcerias com organizações sem fins lucrativos, como a Parley For Oceans e a Fashion Positive, para chamar a atenção das massas sobre como nossas escolhas de vestuário impactam o mundo ao nosso redor.