Uma pesquisa qualitativa recém-saída do forno ajudou a esboçar o perfil das crianças da elite paulista. Tocado pela consultoria Inspiral em parceria com a empresária Ana Cury, o levantamento ouviu 35 mães de meninos e meninas com idades entre 4 e 10 anos, das classes A e A+, residentes em São Paulo (capital e interior). O objetivo era conhecer melhor o público do evento criado por ela, o bem-sucedido Fashion Weekend Kids, que está chegando aos quinze anos e a cada edição reúne cerca de 4 mil pessoas. Os próximos desfiles acontecem nos dias 23 e 24. “O estudo também é uma maneira de desenhar novos temas para abordarmos, como a relação com a tecnologia”, diz Ana.
LEIA TAMBÉM: Adriana Barra fecha lojas e abre um estúdio criativo
Por ser uma amostra pequena, não dá para a gente dizer que as características dessas crianças sejam universais. Feita essa ressalva, o levantamento deu seriedade técnica a comportamentos das crianças que, até então, pareciam óbvios para quem convive com elas ou já testemunhou a dinâmica contemporânea de convivência entre pais e filhos.
Batizado de “A Transformação das Famílias pelo Protagonismo Infantil”, ressalta a enorme importância que a opinião dos influenciadores digitais tem no que os pequenos pensam, querem, sonham. Também indica que hoje quem manda em casa são os pequenos, que chegam a dar o aval até para que veículo deve ser comprado para a família.
Um dos trechos mais interessantes do estudo lista características boas e ruins dessa geração. São crianças ansiosas, irritadas, individualistas, imediatistas, impacientes, carentes, solitárias, egoístas e intransigentes. Essa lista me deixou apavorado de imaginar que tipo de adulto poderemos ter daqui a alguns anos.
Ao mesmo tempo, elas têm qualidades como: são participativas, conscientes, globalizadas, autônomas, seguras, hábeis, independentes e inclusivas. Perde-se por um lado, ganha-se por outro? O tempo vai nos mostrar.
A pesquisa indicou também que os pequenos têm agendas sobrecarregadas a ponto de ser difícil marcar compromissos entre eles, porque um tem balé, outro tem aula de idiomas, e daí por diante.
A noção de infância intramuros, que já vem de algum tempo, não é mais sinônimo de segurança. Sobretudo porque a tecnologia permite que perigos como pedofilia e bullying alcancem as crianças por meio de plataformas digitais e conteúdos impróprios via internet.
O evento começou com duas edições anuais, e neste ano teve sua primeira internacional, em Portugal. Aconteceu durante o Carnaval. Desde sua estreia, em 2004, no Iguatemi, passaram pelos desfiles mais de 120 mil pessoas. As crianças que cruzam a passarela não são profissionais, apenas clientes das marcas participantes.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Forbes no Facebook: http://fb.com/forbesbrasil
Forbes no Twitter: http://twitter.com/forbesbr
Forbes no Instagram: http://instagram.com/forbesbr