Resumo:
- A fabricante de iates de luxo do Reino Unido declarou 2018 como o ano mais bem-sucedido de sua história e obteve pedidos de até £ 700 milhões até 2020 em navios clássicos e de novos segmentos;
- Os produtos de sucesso se destacam pela atenção aos detalhes, a qualidade e principalmente um design elegante com fluidez e harmonia;
- Segundo o presidente executivo da Princess Yachts, a companhia tem projetos para inserir novos conceitos, avançar na tecnologia, utilizar materiais sustentáveis e aperfeiçoar fortemente o design de seus produtos.
No mês passado, a Princess Yachts anunciou resultados financeiros recordes. A maior fabricante de iates de luxo do Reino Unido declarou 2018 o mais bem-sucedido em seus 54 anos de história. A empresa obteve pedidos no valor de mais de £ 700 milhões (US$ 877 milhões) até 2020 em navios clássicos como o S78, bem como iates voltados para novos segmentos: o R35 e o X95, ambos projetados com o consultor italiano Pininfarina. Eu conversei com o presidente executivo da empresa, Antony Sheriff, para ver como o design e a inovação têm desempenhado papel fundamental no sucesso da empresa e saber se sua experiência no setor automotivo influenciou suas decisões.
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Forbes: Além de ver uma série de novas embarcações se juntar à tradicional família Princess Yachts, você tem realizado parceria com um dos estúdios de design mais impressionantes, Pininfarina, para a fabricação dos seus dois últimos produtos, o R35 e o X95. O design está assumindo um papel fundamental?
Antony Sheriff: O design é absolutamente crítico para o nosso sucesso, como é em todos os projetos de luxo. Nosso foco no design não tem sido criar conceitos ultrajantes e coisas que ultrapassam barreiras, o que fizemos em alguns casos. Pelo contrário, tem havido um foco absolutamente intensivo na qualidade do design, elegância e revestimento.
Nós usamos o design para tornar nossos projetos ainda mais atraentes e produzir uma aura de qualidade. Há muitas coisas em nossos barcos que você pode não ver imediatamente, no entanto, após uma inspeção mais detalhada, verá uma cuidadosa atenção aos detalhes, que faz artigos muito complexos parecerem simples, fluidos e harmoniosos.
F: Você veio da McLaren Automotive, em 2016, uma empresa que ajudou a moldar boa parte do design progressivo que dá suporte à engenharia. Quais foram seus pensamentos iniciais ao entrar no mundo dos iates?
AS: Quando cheguei a esta indústria, notei que havia muito foco no design, mas com o objetivo central de tornar os barcos mais escandalosos e de destaque, como se pulassem para cima e para baixo dizendo “olhe para mim”! Nós queremos manter os valores primordiais da Princess, que são elegância e sutileza, e realmente levar esse aspecto para o futuro, certificando-nos de que não perderemos a pureza e a delicadeza em nosso design.
F: Como você definiria seus produtos?
AS: Nossos barcos são extraordinariamente bonitos, evocativos dos belos iates do passado com longas linhas fluidas. Não há linhas agressivas irregulares, pois o foco está na fluidez, nos aspectos esculturais, no acabamento e na simplicidade de nossas formas. Então, sim: design e qualidade de design são aspectos fundamentais do que fazemos.
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F: O que você pode revelar sobre os novos iates que a marca deve lançar?
AS: Temos um ciclo de desenvolvimento de produto muito ativo. Apenas neste ano nós lançamos o V78, o Y85, o F45 e o F50. Temos três novos iates no Festival de Iates de Cannes e no Southampton Boat Show. Nós planejamos exibir o V55 no final do ano, e o X95 será apresentado no Dusseldorf Yacht Show 2020.
F: Isso é um portfólio e tanto!
AS: Nós certamente temos o número mais ativo de lançamentos para uma única marca em comparação a qualquer um dos nossos concorrentes.
F: Você definiu novos segmentos de embarcações como o R35 e o X95. Essa é a chave do seu plano de negócios para a Princess?
AS: O R35 e o X95 representam os esforços para expandir nosso alcance e direcionar novos clientes. Estes são tipos diferentes de barcoque oferecem soluções diferentes. E, sim, você verá essas linhas, particularmente a classe X, gerando novas variantes em tamanhos diferentes. Eu não posso falar em detalhes sobre os próximos iates, mas tudo o que foi visto nos últimos dois anos, com novos conceitos, novas tecnologias, está entrando nos barcos. Há um avanço muito forte em termos de design para os próximos dois anos.
F: Você diz que vai investir mais em tecnologias avançadas.
AS: Sim, já mostramos isso tanto na esfera dos materiais como na da tecnologia. O R35, por exemplo, é um barco totalmente revestido em fibra de carbono com vantagens em economia de peso. Nesta embarcação, o sistema de sustentação dinâmica permite economia de combustível de até 30% em velocidades de cruzeiro. Estes são os tipos de tecnologia que estamos desenvolvendo no R35 e não apenas nele. Também em uma perspectiva do que vamos fazer em nossos futuros iates maiores. Você pode esperar ver essas tecnologias aplicadas em toda a gama Princess.
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F: Isso será na direção de tecnologias e materiais sustentáveis?
AS: Em termos de estruturas sustentáveis, estamos trabalhando em projetos para usar materiais biológicos menos invasivos do que os convencionais. Criamos produtos de luxo na Princess e acreditamos firmemente que também é nossa responsabilidade tentar torná-los o mais sustentáveis possível. Trabalhamos proativamente com nossos fornecedores nesse aspecto.
F: Desde que chegou a Princess, você ajudou a reformular a empresa. Poderia me dizer como sua extensa experiência no mundo automotivo, incluindo a McLaren, ajudou o modo como você opera uma empresa de iates?
AS: Isso se deve a alguns fatores. Algumas das abordagens de desenvolvimento, manufatura e estratégia de projeto que usamos aqui na Princess compartilham mais semelhanças com o que você encontra no setor automotivo do que no mundo dos iates. As empresas de automóveis tendem a se manter por mais tempo, e a necessidade de economias de escala permitiu formas mais inovadoras de desenvolver seus produtos. As marcas de iates, por outro lado, podem ter começado em galpões ou estaleiros há 30, 40, 50 anos, mostrando evolução, mas muitas vezes com carência de sofisticação.
F: O que o mundo dos iates te ensinou?
AS: As marcas de iates e estaleiros têm um alto nível de eficiência no que diz respeito ao que são capazes de desenvolver a partir de recursos relativamente limitados. Portanto, em vez de trazer a especialização automotiva para a indústria de iates, acho que tem sido uma questão de como podemos aproveitar o melhor dos dois mundos. Ou seja, trazer essa experiência quando apropriado.
F: Como você vê a Princess Yachts se desenvolvendo nos próximos cinco a dez anos?
AS: Se você olhar a direção que a marca está seguindo nos últimos três a cinco anos, terá uma projeção bastante contínua do seu desenvolvimento daqui para frente. Achamos que temos uma marca fabulosa, que representa algo realmente significativo para os clientes que desejam comprar um iate de luxo. O artesanato, o fato de ser feito em Plymouth (Reino Unido), a atenção aos detalhes, a qualidade, a delicadeza. Todas essas coisas são que queremos continuar construindo.
Veja, na galeria de imagens a seguir, um pouco do luxuoso e renomado portfólio da Princess Yachts:
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Reprodução/Forbes A Princess concebeu o R35 com Pininfarina como seu primeiro iate de luxo
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Reprodução/Forbes Para a Princess Yachts, o R35 explora a inovação e o design náutico
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Reprodução/Forbes O X95 é como um SUV do mar, de modo a representar uma referência ao layout prático e único
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Reprodução/Forbes Princess e Pininfarina referenciaram ideias de design automotivo avançado com o X95
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Reprodução/Forbes Segundo Sheriff, a Princess busca construir e aperfeiçoar o artesanato, a atenção aos detalhes, a qualidade e o eufemismo
A Princess concebeu o R35 com Pininfarina como seu primeiro iate de luxo