A Sotheby’s de Hong Kong oferecerá um diamante oval perfeito de 102,39 quilates incolor (cor D) em lote único em leilão online e ao vivo. A venda representa apenas a oitava vez em que um diamante cor D e perfeito internamente com mais de 100 quilates será leiloado. A joia representa o segundo maior diamante oval de seu tipo a ser apresentado em uma venda pública.
A venda é garantida, pois está sendo oferecida “sem reservas”, o que significa que o lance vencedor é o lance mais alto, independentemente do seu montante ou do valor intrínseco do próprio diamante, o que a casa de leilões descreve como uma “jogada sem precedentes”. “Essa abordagem marca a primeira vez na história do leilão que um diamante desse calibre –ou mesmo qualquer obra de arte ou objeto desta importância e valor inerente– será oferecido dessa forma”, comenta.
Além de sua cor e clareza, a peça é classificada como um diamante do tipo IIa, o tipo de mais quimicamente puro, que representa menos de 2% de todos os diamantes. Para os que têm mais de 100 quilates, o fator de raridade é substancialmente aumentado.
A Sotheby’s não fará uma estimativa de valor do diamante. No entanto, para efeitos de comparação, em outubro de 2013, um diamante oval tipo IIa de 118,28 quilates, cor D e impecável foi vendido pela Sotheby’s de Hong Kong por US$ 30,8 milhões, a US$ 260.252 por quilate, o maior preço para um diamante com essas características. Além disso, ele representou o maior diamante oval já vendido em leilão.
O diamante de 102,39 quilates será leiloada no dia 5 de outubro, com licitações online abertas a partir de 15 de setembro. O evento será precedido por uma série de pré-visualizações somente com hora marcada em Pequim, Xangai, Nova York, Taipei e Hong Kong.
Patti Wong, presidente da Sotheby’s Asia, diz que a forma incomum como o diamante será vendido reflete as circunstâncias sem precedentes provocadas pela pandemia global do novo coronavírus e a ampla aceitação dos meios digitais para vender itens caros.
“Foram alguns meses profundamente transformadores para o mercado de leilões. Estivemos na vanguarda da mudança nas categorias de artes e relógios, com novos formatos de leilão e, nesta temporada, queremos estender essa abordagem para as vendas de joias”, disse Patti em um comunicado. “A conjuntura oferece muitas oportunidades para fazer as coisas de uma forma diferente. A demanda mostrou bastante resiliência durante a primeira parte do ano e sentimos que agora é hora de deixar o mercado falar.”
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Segundo Wong, os diamantes desse calibre atraem muito mais interesse do que o tradicional grupo de colecionadores. “Essa venda inovadora nos parece a melhor forma de apresentar esse diamante excepcional ao mundo nas atuais circunstâncias em que as viagens são restritas e funciona como um grande indicador da vitalidade da procura”, aponta.
A casa de leilões descreve o diamante como “perfeito”, não apenas por causa de sua cor e graus de clareza, mas também por seu “excelente polimento e simetria”. “Esse impressionante diamante é o melhor dos melhores quando se trata de diamantes brancos excepcionais e é difícil exagerar sua raridade e beleza”, disse Gary Schuler, presidente mundial da joalheria, em um comunicado. “Nunca antes o apreço por diamantes de classe mundial foi tão agudo no mundo e as pessoas passaram a compreender que algo com bilhões de anos e do tamanho de um pirulito pode armazenar tanto valor quanto um autorretrato de Rembrandt ou Basquiat”. Para ele, a compreensão se tornou mais ampla pois, “como é o material mais duro da terra, essa maravilha da natureza sobreviverá a nós por mais milhões de anos é certamente outro fator para a força da demanda.”
O diamante de 102,39 quilates foi lapidado e trabalhado a partir de um bruto de 271 quilates, o maior diamante descoberto na Mina Victor, no Canadá, em 2018. Após sua descoberta, o bruto foi cortado e polido durante um ano pela Diacore, uma especialista na obtenção, corte e polimento de diamantes extraordinários.
A mina Victor, descoberta pela De Beers Group em 1987, foi inaugurada em julho de 2008 para se tornar a primeira descoberta de depósito de diamantes economicamente viável do Canadá e a única na província de Ontário. Um total de 8,1 milhões de quilates de diamantes foram recuperados ao longo de mais de uma década em que esteve em operação. A mina encerrou a produção em 2019 e está passando por um programa de recuperação de terras. No final de 2019, cerca de 40% do local da mina havia sido recuperado e reflorestado.
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