Quando a pandemia de coronavírus surgiu no início deste ano, Isaac Levy se viu no mesmo cenário de muitos outros empresários: lutando para manter seu negócio funcionando.
Proprietário e cofundador da Yvel, uma marca de joias de luxo israelense mais conhecida por criar joias feitas de pérolas barrocas, ele tem uma força de trabalho de cerca de 150 pessoas em Israel e nos Estados Unidos. Isso inclui artesãos da Etiópia que foram treinados na escola de arte e joalheria que fica na fábrica da Yvel fora de Jerusalém. A escola é financiada pela empresa para treinar imigrantes etíopes em habilidades de fabricação de joias. No geral, cerca de 90% dos funcionários da Yvel são imigrantes de 23 países diferentes.
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Em suas viagens pelos EUA para angariar negócios, um cliente e amigo, descrito por Levy como um empresário chinês e colecionador de arte que mora em Los Angeles, teve a ideia de produzir uma máscara feita com joias.
“Ele é um antigo cliente meu”, disse Levy em uma entrevista por telefone. “Ele conhece a Yvel desde 2008. Nos visitou em Israel e sabe o que fazemos, incluindo a escola que minha esposa (cofundadora da Yvel, Orna Levy) e eu dedicamos para imigrantes etíopes. Não aceitamos doações para a escola. Quando as coisas começaram a dar errado neste ano, ele disse ‘deixe-me dar-lhe uma ideia para criar algo com muito buzz.’”
O cliente, que solicitou anonimato, tinha três requisitos para a máscara com joias: ser 100% funcional e compatível com uma N99 e ter aprovação dos órgãos reguladores dos EUA e da União Europeia; ser entregue antes de 31 de dezembro; e ser a máscara mais cara do mundo.
Levy disse que o último requisito seria o mais fácil de cumprir, enquanto os outros dois representavam desafios. Uma outra dificuldade foi fazer uma máscara de materiais preciosos confortável de usar. Ele disse que estava preparado para enfrentar esses obstáculos.
“Neste negócio, se você não tem um desafio, não é divertido”, disse ele. “Foi um projeto muito bom, interessante e gratificante.”
Levy recrutou 25 dos melhores artesãos e lapidadores de diamantes da empresa para realizar a tarefa, incluindo três pessoas da escola Megemeria. Eles trabalharam por três meses no projeto. O resultado foi uma máscara totalmente funcional de US$ 1,5 milhão em com design muito à la Levy. É feita de 250 gramas de ouro 18k e está incrustada com 3.608 diamantes pretos e brancos naturais, com um peso total de cerca de 210 quilates –o que Levy diz que a torna a máscara mais cara do mundo. Isso não é oficial, mas ninguém mais apresentou uma declaração semelhante. O modelo pesa quase 255 gramas e é feito com uma abertura para inserir uma máscara N-99 descartável.
A máscara foi concluída e está em processo de entrega.
Levy ressalta um grande papel deste projeto: ele manteve a fábrica da Yvel em operação e até compensou a remuneração dos funcionários que ainda não conseguiram retornar ao trabalho. O governo israelense tem pago 50% dos salários dos funcionários enquanto eles estão desempregados devido à pandemia. O dinheiro ganho com a máscara pagou o saldo desses salários. Levy chamou isso de milagre de Hanuká.
“Acho que é muito importante entender que não se trata de ganhar mais dinheiro”, disse ele. “Tenho muito apreço por este senhor que entendeu as necessidades dos funcionários da Yvel. É isso que significa parceria. Perceber quando alguém precisa de um apoio. Ele estendeu a mão para nós.”
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Levy não tem certeza se o cliente realmente usará a máscara. “Ele é um colecionador de arte e acho que comprou esta máscara como uma obra especial. Talvez ele a use. Acho que ele pode eventualmente vendê-la como outros objetos de arte que possui.”
Embora Levy tenha dito que estava feliz por ter esse projeto, ele o faria de novo? “Espero que não. Esse não é meu ideal inicial como marca de joias finas. Estou feliz apenas em fazer essa máscara única, vendê-la e seguir em frente. O que aconteceu foi apenas uma coincidência.”
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