Estourar um espumante é, por si só, uma celebração. O potencial foi percebido ainda no século 16, quando a nobreza e a aristocracia europeia fizeram da bebida um símbolo de status e riqueza. Muito ligado à sociedade francesa, o espumante —curiosamente– foi aperfeiçoado na Inglaterra, que possuía tecnologia para produção de garrafas de vidro resistentes à pressão do CO2 durante a fermentação da bebida.
Diferente de outros vinhos, o espumante passa por duas fermentações: na primeira, o açúcar do mosto das uvas é transformado em álcool. Já na segunda, é produzido o gás que dá forma às famosas borbulhas da bebida. Esse processo pode acontecer na própria garrafa, o conhecido método champenoise ou tradicional.
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Após anos de aperfeiçoamento, as festas da alta sociedade começaram a ser regadas de espumantes e, principalmente, de champanhes. Ainda que só seja considerado champanhe a bebida produzida na região francesa homônima, o nome é até hoje disseminado como uma representação dessa categoria de vinhos. E não é apenas esse costume que se mantém vivo. A tradição de estourar espumante no Ano Novo é uma herança das celebrações aristocráticas.
Com a aproximação de 2021, conversamos com Lis Cereja, criadora do wine bar Enoteca Saint Vinsaint, e Paulo Brammer, confundador da escola de vinhos Eno Cultura, que deram dez sugestões de espumantes para o próximo Réveillon —cinco cada um. Para Lis, o calor do Brasil nesse período do ano é capaz de deixar a experiência ainda mais saborosa. “O calorzão pede bebidas frescas e as bolhas dão uma sensação de acidez e frescor enormes”, destaca.
Além disso, a especialista ressalta a diversidade de opções de espumantes no mercado na hora de escolher o acompanhante ideal para a virada de ano. “Muito além dos espumantes de uva, temos as cervejas de fermentação espontânea —que alguns até chamam de cervejas de caracter ‘vínico’—e os fermentados de outras frutas como, por exemplo, as maçãs.”
Com foco nessa diversidade, capaz de agradar gostos distintos, a seleção de Lis e Brammer tem preços, sabores e nacionalidades variados. Veja, na galeria abaixo, as 10 indicações dos especialistas para a grande virada:
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Divulgação Jansz Tasmânia Premium Cuveé
Preço médio: R$ 367
Fora do concorrido mercado europeu, o Premium Cuveé aproveita a fria região da Tasmânia, na Austrália, para a produção de seus espumantes, que utilizam o clássico método de fermentação champenoise. “Ele lembra muito os vinhos da região de Champagne, com notas clássicas autólicas —aqueles aromas de pão, brioche e avelã que aparecem pelo tempo de contato com as leveduras morta—, ótimo frescor e bolhas muito finas e bem integradas”, diz Paulo Brammer.
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Divulgação BellaQuinta Pet Nat
Preço médio: R$ 168
Produzido em São Roque, São Paulo, o BellaQuinta Pet Nat se destaca pelo seu método de fermentação. “É uma fermentação única em garrafa. Aprisionam as bolhas engarrafando o mosto sem completar a fermentação. Esse método é uma reprodução dos métodos ancestrais de espumantes e é, hoje em dia, muito usado no mundo do vinho natural para vinhos leves, frescos e jovens”, diz Lis Cereja.
*imagem de outro espumante da marca
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Divulgação Sidra Cia dos Fermentados “Har Cider”
Preço médio: R$ 54
Para quem busca uma opção diferente, esse fermentado alcoólico de maçã produzido em São Paulo parece ser a opção ideal. “Essa é uma sidra de maçã seca que provém de fermentação selvagem, como a humanidade fazia antes da era moderna. A gaseificação também é natural, pelo método champenoise. Possui corpo leve e leve carbonatação. Baixa acidez e taninos. Possui amargor moderado e funkyness pra agradar todos os gostos. Sem correções, sem filtragem, sem conservantes, sem aromas nem nenhuma outra intervenção”, revela Lis.
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Divulgação JM Sélèque Solessence
Preço médio: R$ 600
Em uma cave familiar no vilarejo Pierry, próximo a cidade francesa de Epernay, o espumante indicado por Brammer é produzido com uma passagem por madeira, o que entrega corpo e nota caramelizada à bebida final. “O vinho fica 24 meses em contato com as borras e mais 12 meses após o degorgement. Superaromático com notas de brioche, giz e maçã madura. Na boca, uma tensão ácida incrível equilibrada por grande amplitude de fruta provavelmente vinda dos 40% da uva Meunier usada no corte.”
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Divulgação Orsi Vigneto San Vito “Sui Lieviti”
Preço médio: R$ 168
Direto de Bologna, na Itália, o produtor biodinâmico Federico Orsi aposta no diferencial com métodos ancestrais de vinificação e a utilização de uma uva muito própria da região, a Pignoletto. Para Lis, esse é o grande segredo da bebida. “O espumante é feito ‘sobre as borras’, ou seja, parte das leveduras que atuaram na fermentação do vinho permanecem na garrafa, dando complexidade aos espumantes. Embora de aromas e sabores profundos, é um vinho delicado, com boa estrutura e que vai do aperitivo à sobremesa.”
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Divulgação Vincent Caillé “X-Bulles”
Preço médio: R$ 150
Segundo Lis, o rótulo fabricado no Vale do Loire, na França, apresenta aroma de frutas vermelhas e é leve e refrescante. “Vincent Caillé produz uvas biodinâmicas e vinifica naturalmente. Esse espumante é elaborado através do método ancestral: o próprio açúcar da uva produz a fermentação uma única vez na garrafa, criando bolhas delicadas e coloração ‘ruiva’ que lembra casca de cebola.”
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Divulgação Filipa Pato 3B Brut Rosé
Preço médio: R$ 116
Valorizando a categoria de espumante rosé, Brammer destaca o rótulo da região da Bairrada, no norte de Portugal. “Esse delicioso espumante rosé tem 30% de Bical, uma casta de uvas local, e são cultivadas respeitando as normas biodinâmicas. O vinho é feito pelo método tradicional e fica nove meses em contato com as borras. Tem aromas de frutas vermelhas, floral tipo hibiscos e um leve defumado.”
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Divulgação Loxarel Clàssic Penedès Vintage Brut Nature Reserva 2015
Preço médio: R$ 175
Seco, com notas de maçã verde, torrada e limão siciliano, o rótulo é um símbolo de inovação para a marca, que produzia apenas vinhos granel até o final da década de 1980 na Catalunha, Espanha. “A bebida é biodinâmica, feita com as uvas Xarel-lo, Macabeo e Chardonnay. Fica 28 meses em contato com as leveduras”, diz Brammer.
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Divulgação Cerveja 3Fonteinen “Oude Gueuze”
Preço médio: R$ 265
Representando a Bélgica, o rótulo representa a categoria de cervejas consideradas vínicas. “São bebidas que apresentam características mais parecidas com vinho do que com cerveja. Iguarias do mundo cervejeiro”, opina Lis. “Ácida, elegante, corpulenta e mineral, tem um amarelo dourado e é feita com um blend de cervejas lambic com um, dois e três anos. Ao mesmo tempo complexa, refrescante, rústica e gastronômica.”
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Divulgação Cave Amadeu Laranja Nature
Preço médio: R$ 76
Produzida na Cave Geisse de Pinto Bandeira, nas Serras Gaúchas, a versão Cave Amadeu Laranja oferece um espumante que explora as uvas brancas Chardonnay. “A fermentação trabalha com as cascas dessas uvas, dando uma cor alaranjada e uma boa estrutura ao vinho. Ele fica em contato com as borras por 18 meses e apresenta notas de casca de laranja, grapefruit e açafrão”, explica Brammer.
Jansz Tasmânia Premium Cuveé
Preço médio: R$ 367
Fora do concorrido mercado europeu, o Premium Cuveé aproveita a fria região da Tasmânia, na Austrália, para a produção de seus espumantes, que utilizam o clássico método de fermentação champenoise. “Ele lembra muito os vinhos da região de Champagne, com notas clássicas autólicas —aqueles aromas de pão, brioche e avelã que aparecem pelo tempo de contato com as leveduras morta—, ótimo frescor e bolhas muito finas e bem integradas”, diz Paulo Brammer.
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