A quarentena foi agitada para a influenciadora e empresária Camila Coutinho. Expoente no universo dos blogs – foi a primeira blogueira do país, uma trajetória iniciada em 2006, e teve seu blog de moda entre os quatro mais influentes do mundo em 2013 –, ela tirou do papel um projeto que vislumbrava há dois anos: a criação da sua marca de produtos para cabelo, a GE Beauty. “É um projeto meu de vida, eu criei a marca para ser muito maior que eu e a plataforma Garotas Estúpidas, é sobre ter um produto que não dependa direto de mim. Não é fácil ter um negócio que depende diretamente da sua vida pessoal, então é bom que isso me dê opções em termos de futuro”, diz Camila.
De maneira acelerada, após três meses do lançamento, a marca ganhou, no último 15 de dezembro, uma loja física de 60 metros quadrados no Shopping Recife: “Decidimos abrir antes uma loja própria do que para o varejo, pois é uma forma de educar, apresentar a marca por completo para o consumidor. A ideia é fazer uma loja que passe por outras cidades. O projeto inicial é ficar alguns meses aqui, na minha cidade natal”, explica Camila.
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Confira trechos da entrevista.
Forbes: Por que decidiu entrar no mercado de beleza?
Camila Coutinho: Diversos fatores me colocaram nessa jornada. Sempre fiz muito licenciamento de produtos com outras marcas, como Riachuelo e Corello. Outro fato foi o caso de plágio [em 2018 uma marca criou um xampu batizado de Garota Estúpida] que obviamente tiramos do mercado, pois eu tenho registro de tudo. E quando eu comecei a ver o que tinham feito, pensei na minha marca e comecei a desenvolver. Fiquei na dúvida entre maquiagem e cabelo, o que envolveu muita pesquisa. Optei pelo cabelo. É um segmento que, além de eu amar, ainda não tem muita modernidade, principalmente no Brasil. A abordagem da beleza natural já permeia o universo da maquiagem, mas no cabelo, que é algo tão forte, ainda não tanto. Também notei uma lacuna no segmento Masstige, entre o prestígio e as marcas populares. Com isso, somamos a customização [na jornada de compra é possível criar um produto que atenda melhor às necessidades individuais], uma tendência muito forte lá fora. Basicamente daí surgiu o GE Beauty, que é um produto que materializa tudo que a gente tem nas outras pontas.
F: Como foi a recepção do público?
CC: Antes mesmo do lançamento, instigamos o público. No início, adotamos a estratégia de só ter as vendas no site e ter o contato direto com o consumidor, não fazer seeding [semear informações na internet], porque a gente queria que os primeiros reviews [avaliações] viessem das consumidoras, algo bem direto e orgânico. A gente deixou a comunidade falar sobre o produto.
F: Como é a loja?
CC: A gente fez tudo em tempo recorde, cerca de 20 dias. O nosso desafio foi criar uma loja de algo que nasceu em um ambiente digital justamente em um momento em que não pode ter experimentação. Ela lembra um banheiro da sua casa, dá muito destaque ao produto, e tem telas interativas que guiam os clientes. Os vendedores não estão treinados para dizer algo aos consumidores e sim trazer questões. Nossa proposta não é botar defeito nas pessoas para que elas comprem o produto, o que é a realidade do mercado da beleza há muitos anos.
Reportagem publicada na edição 83, lançada em dezembro de 2020
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