De origem holandesa, o gim nasceu durante a Guerra dos Trinta Anos – entre 1618 e 1648 -, combate que atingiu diversas nações europeias. Criada pelo médico e professor Francisco de la Boie, a bebida surgiu, curiosamente, como um remédio diurético para amenizar problemas renais. No entanto, por seu sabor, preço acessível e capacidade de espantar o frio, conquistou os soldados ingleses, que levaram a receita para Londres ao fim da guerra.
Embora tenha uma história longínqua ao redor do mundo, o gim só entrou em um movimento frenético de popularização no Brasil na última década, comportamento percebido por especialistas da área. “Há quatro anos, tínhamos 30 marcas, entre nacionais e internacionais, disponíveis no bar. Agora, já são mais de 300”, conta Hans Scheller, proprietário do G&T Bar, em São Paulo. Quando se trata de produções nacionais, o sucesso é ainda mais recente. “O gim nacional está crescendo muito. Das 30 marcas que nós tínhamos no início do estabelecimento, apenas três eram nacionais. Hoje, existem mais de 50. Toda semana um produtor novo procura a gente.”
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Márcio Silva, bartender paulistano e apresentador do programa “Bar Aberto”, da Band, enxerga o crescimento expressivo do mercado como uma oportunidade para marcas se consolidarem. “A cada dia surgem novos produtos e empresas, mas, são as marcas que trabalham o relacionamento com bares e restaurantes que vão se estabelecer no gosto popular daqui um tempo”, explica. “O mercado ainda está em crescimento, mas uma hora vai estabilizar.”
Para Elias Felizato, gerente de vendas da importadora Mr.Man, o segredo para a consolidação em meio a tanta concorrência é a inovação. “Estamos na bolha dos lançamentos. Assim que o mercado saturar, muitas marcas não terão mais fôlego para continuar a briga com as grandes multinacionais.” Dessa forma, assim como o contato com bares e restaurantes, o investimento em produções diferenciadas dita o futuro de muitas empresas nacionais.
“Quando se trata dos melhores gins brasileiros, também precisamos olhar para o mercado fora de São Paulo. Prestar atenção naqueles que estão pensando além”, destaca Felizato. “O cliente atual opta por produtos diferentes. Ele quer experimentar e ser surpreendido”. De certa forma, para o gerente, esse comportamento explica o surgimento de categorias como a gim-tônica, em evidência entre os pequenos produtos, que buscam por espaço e renome.
“Muitas pessoas ainda estão aprendendo a apreciar o gim e conhecer melhores produtos”, revela Silva. Foi pensando nisso que, com a ajuda de quatro conhecedores em coquetelaria e mixologia – Hans Scheller, Márcio Silva, Elias Felizato e Ana Paula Ulrich, bartender do Palácio Tangará -, a Forbes Brasil montou uma lista especial com os melhores gins nacionais para apreciar no final de semana. O critério para o ranking foi feito de acordo com os rótulos mais citados pelos profissionais.
Veja, na galeria de fotos abaixo, os dez melhores gins nacionais segundo especialistas da área:
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Divulgação 1. YVY – 4 indicações
O gim é produzido em Minas Gerais pela destilaria que leva o mesmo nome, Ivy, do tupi-guarani, “o chão que pisamos”. Não à toa, essa é justamente a ambição da bebida: levar sabores e ingredientes brasileiros ao paladar. Feita com álcool de cana de açúcar, uma garrafa de 750 ml sai em torno de R$ 99. O teor alcoólico é de 46%. Para Ana Paula, o caráter cítrico e aromático é “ótimo para o preparo de coquetéis clássicos”.
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Divulgação 2. Virga – 3 indicações
Um dos primeiros gins artesanais produzidos em São Paulo, mais especificamente na Fazenda Guadalupe, em Pirassununga, o Virga também usa a brasilidade como palavra-chave. A bebida é feita com álcool de cana de açúcar, ingredientes locais macerados manualmente (zimbro, centro e pacová) e algumas doses estratégicas de cachaça. Em 2019, foi premiado pela World Gin Awards como o melhor gim do Brasil na categoria contemporâneo. Uma garrafa de 750 ml custa em torno de R$ 99. O teor alcoólico é de 45%.
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Divulgação 3. Amázzoni – 3 indicações
Feito em uma antiga fazenda de café do Vale do Paraíba, o Amázzoni é um gim clássico que leva na sua composição botânicos como zimbro, louro, limão, coentro, mexerica, aroeira, cacau, castanha-do-pará, maxixe e cipó-cravo. A produção tradicional em alambiques de cobre ainda rendeu à Destilaria Amázzoni, em 2018, o prêmio de Melhor Produtor Artesanal do Mundo no World Gin Awards. Além disso, a bebida é considerada pelos especialistas como bastante democrática, ideal para compor um bom coquetel. “O Amázzoni se tornou bastante popular entre os bartenders brasileiros por sua versatilidade”, explica Ana Paula. Uma garrafa de 750 ml fica entre R$ 99 e R$ 149. O teor alcoólico é de 42%.
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Divulgação 4. Arapuru – 2 indicações
Elaborado a partir de técnicas artesanais, o Arapuru Gin chama atenção pelo toque de um caju suculento e adstringente, típico do interior de São Paulo. Mas o toque frutado não para por aí: com a promessa de reunir ingredientes das cinco regiões do Brasil, a bebida ainda leva na receita bergamota montenegrina do Sul, limão-cravo, hibisco brasileiro, pacová, imbiriba e puxuri. Uma garrafa de 750 ml sai por R$ 120. O teor alcoólico é de 44%.
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Divulgação 5. Nib – 2 indicações
Com uma produção artesanal de pequenos lotes, o Nib é um representante brasileiro da categoria Western Gin, estilo onde o zimbro perde o protagonismo para outros ingredientes da receita – neste caso, a pera. Além do toque saborizado de fruta, a bebida também leva botânicos como coriandro, angélica, alcaçuz, casca de laranja, alecrim, pepino, cardamomo, limão siciliano e cumaru. Para Hans Scheller, um grande exemplo de como a inovação pode impulsionar a consolidação de uma marca nacional. Uma garrafa de um litro sai por R$ 85,90. O teor alcoólico é de 44%.
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Divulgação 6. Sapucaia Butterfly – 2 indicações
Naturalmente azul devido ao acréscimo da flor clitoria ternatea – que se torna lilás ao entrar em contato com o limão -, o Sapucaia Butterfly é produzido em Pirassununga, interior de São Paulo, na destilaria que leva o mesmo nome. Ao estilo London Dry, a bebida leva botânicos e é considerada pelos especialistas como muito equilibrada. Uma garrafa de 700 ml custa em torno de R$ 110. O teor alcoólico é de 44%.
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Divulgação 7. Becosa – 2 indicações
Um London Dry clássico, o Becosa usa a receita europeia tradicional de Genebra para elaborar a bebida a partir de ingredientes nacionais. Assim, a brasilidade da mexerica se destaca entre os botânicos importados. De acordo com os especialistas, um dos maiores diferenciais é o custo-benefício. Uma garrafa de um litro fica em torno de R$ 69,90. O teor alcoólico é de 43%.
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Divulgação 8. WH 48 Orgânico – 2 indicações
Para Ana Paula Ulrich, o diferencial do WH 48 Orgânico está na mistura dos botânicos em sua composição, que envolve erva-mate, gengibre do Lote 48 e folha de cana fresca. Além disso, a bebida é armazenada em barris de madeira brasileira amburana, o que dá um toque de brasilidade ainda maior na produção artesanal. Nomeado por Ana como um gim herbal com picância, a garrafa de 750 ml da destilaria gaúcha Weber Haus custa, em média, R$ 129,90 e tem teor alcoólico de 44%.
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Divulgação 9. Beg – 2 indicações
O diferencial do Beg Brazilian Boutique Dry Gin é a quantidade de zimbro – mais do que o dobro das receitas convencionais. O toque especial foi ideia de três amigos que criaram uma microdestilaria em Campinas, no interior paulista, especialmente para colocar o plano em prática. A bebida, apelidada como “diferentona” pelos especialistas, também leva raiz de angélica e sementes de coentro. Uma garrafa de 750 ml sai em torno de R$ 110. O teor alcoólico é de 40%.
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Divulgação 10. At Five London Dry Gin – 2 indicações
Lançado em 2019, o At Five London Dry Gin inova ao explorar o sabor da romã em sua composição, fazendo com que o paladar seja presenteado pela lembrança de frutas secas. A receita também conta com a presença de coentro, castanhas brasileiras, cardamomo, tomilho, pimenta-preta e noz moscada. Desenvolvido artesanalmente com botânicos selecionados, é destacado por Márcio Silva como um gim diferenciado. A garrafa de 750 ml é vendida por cerca de R$ 125, e o teor alcoólico é de 48%.
1. YVY – 4 indicações
O gim é produzido em Minas Gerais pela destilaria que leva o mesmo nome, Ivy, do tupi-guarani, “o chão que pisamos”. Não à toa, essa é justamente a ambição da bebida: levar sabores e ingredientes brasileiros ao paladar. Feita com álcool de cana de açúcar, uma garrafa de 750 ml sai em torno de R$ 99. O teor alcoólico é de 46%. Para Ana Paula, o caráter cítrico e aromático é “ótimo para o preparo de coquetéis clássicos”.
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