Um ano após a pandemia interromper os passeios ao shopping, multidões de norte-americanos estão fazendo fila do lado de fora das lojas da Louis Vuitton para comprar bolsas de US$ 4.000. Se o hype significar algo, os fabricantes de roupas de luxo devem estar prontos para desfrutar de um ano lucrativo causado pela demanda reprimida pós-Covid-19.
A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, império de 70 marcas incluindo Louis Vuitton, Christian Dior e Givenchy, acaba de bater seu recorde de vendas neste trimestre. De acordo com o relatório de ganhos mais recente da gigante do luxo, a receita da divisão de moda e artigos de couro ultrapassou os US$ 8 bilhões. O analista do Citigroup, Thomas Chauvet, previu em uma nota publicada no dia 26 de março que as vendas do grupo cresceriam este ano “à luz de fortes demandas por luxo da China e dos Estados Unidos”.
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Essa é apenas uma das razões pela qual a LVMH é a maior empresa de vestuário do mundo pelo segundo ano consecutivo na 19ª lista anual da Forbes Global 2000 – que usa o valor de mercado, vendas, lucros e ativos para determinar as maiores companhias de capital aberto do planeta.
Seu valor de mercado quase dobrou dos US$ 194 bilhões no ano passado para US$ 380 bilhões em 2021, enquanto seus ativos ultrapassam a marca de US$ 130 bilhões. Dirigida pelo bilionário francês Bernard Arnault, a terceira pessoa mais rica do mundo, a LVMH subiu nove posições no ranking para se tornar a 64ª maior empresa de capital aberto do planeta. O empresário chegou a ficar quase US$ 100 bilhões mais rico no último ano ao posicionar a marca para uma retomada forte em 2021.
Em janeiro, por exemplo, a LVMH fechou sua tão esperada aquisição da joalheria Tiffany & Co, em uma transação de US$ 15,8 bilhões – o que os especialistas acreditam ser o maior valor de compra de uma marca de luxo de todos os tempos. Conhecida por apresentar lances competitivos, a marca também fechou uma parceria com Jay-Z ao comprar 50% de sua marca de champanhe Armand de Brignac por cerca de US$ 300 milhões. O rapper bilionário disse que a venda tem o objetivo de “levar a empresa a novos patamares mundiais”, de acordo com o CEO da Moet, Philippe Schaus.
A última jogada da LVMH foi o blockchain. A gigante do luxo anunciou no mês passado que está se unindo à Richemont’s Cartier e a Prada SpA para oferecer um serviço que garantirá a autenticidade total de seus produtos, o que evitará a compra de itens falsificados online através de um certificado de garantia criptografado.
Esse é um passo inteligente para o futuro. De acordo com uma pesquisa com 65 varejistas e liderada pelo analista da Wells Fargo, Ike Boruchow, as vendas online aumentaram 30% durante a pandemia. Embora as compras cibernéticas provavelmente diminuam em relação aos níveis de 2020, analistas dizem que o e-commerce continuará a crescer nos próximos anos.
O padrão dos consumidores também está apontando para um aumento pós-pandêmico de compras nas lojas. Uma pesquisa recente da Wells Fargo descobriu que 37% dos entrevistados planejam comprar roupas novas para sair à medida que mais restaurantes e bares voltam à normalidade depois da imunização.
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Os varejistas de roupas esportivas tiveram uma forte presença no Global 2000, constituindo cerca de 30% da lista das maiores empresas de vestuário de capital aberto do mundo. A Nike, vice-campeã de 2020, manteve sua posição ao atingir um valor de mercado de US$ 212 bilhões, além dos US$ 38 bilhões em vendas. A empresa ficou em 205º lugar entre todas as empresas de capital aberto – um salto de 39 posições em relação a 2020. Já a Adidas, sua maior concorrente, caiu mais de 100 posições para se tornar a 529ª maior empresa do mundo, acumulando US$ 23 bilhões em vendas. O grupo francês de luxo sustentável Kering – dirigido pelo marido de Salma Hayek, François-Henri Pinault – ficou entre as três maiores companhias de vestuário do planeta, com quase US$ 150 bilhões em vendas e um valor de mercado de US$ 95 bilhões.
Marcas menores de roupas esportivas também fizeram sua estreia na lista Forbes Global 2000. A britânica JD Sports e a alemã Puma entraram como a 21ª e 23ª maiores empresas de vestuário, respectivamente.
A JD Sports atingiu quase US$ 8 bilhões em vendas depois de expandir suas operações nos EUA ao adquirir a Shoe Palace, com sede na Califórnia, e toda a sua rede de 167 lojas por US$ 325 milhões. Já a Puma, que ultrapassou US$ 5,9 bilhões em vendas, pode estar prestes a ganhar posições no ranking se seus resultados continuarem positivos como o balanço do último trimestre, que mostrou um aumento de 25,8% nos ganhos.
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