A ilha italiana da Sicília, no sul do país, é um enorme pedaço de terra vulcânica de 10 milhões de m² no Mediterrâneo com uma população de cinco milhões de pessoas. Mas ao longo de sua costa noroeste estão as três pequenas Ilhas Égadi, mais de 280 km de Túnis, das quais a maior, Favignana, tem menos de 5 km em seu ponto mais largo com uma população de pouco mais de 4.000 pessoas. A única maneira de chegar lá é de barco, a 17,7 km da cidade siciliana de Trapani. Por isso, embora atraia turistas durante a temporada, ainda é um lugar pouco familiar, rochoso, recluso e cheio de cavernas, onde a paz e a tranquilidade são a regra, e as praias são relativamente áridas.
Quatro ventos fortes sopram em Favignana – o Mistral do noroeste, o Scirocco do sudeste, o Greco do nordeste e o Líbio do sudoeste – cujo nome vem de uma rede de pesca chamada levanzo.
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Não é o lar de cadeias de hotéis ou campos de golfe, e os coloridos barcos de madeira no porto são propriedade de pescadores para os quais a indústria do atum é uma tradição da região que aguarda a chegada dos bluefins (considerado como um dos maiores peixes do mundo) e sua captura em massa chamada mattanza que ocorre de maio a junho. A indústria de conservas foi criada no local por Vincenzo Florio, mais conhecido como o produtor do vinho Marsala, e construída em uma fábrica na ilha por Ignazio Florio, ao mesmo tempo empregando 800 homens e mulheres, enquanto as freiras da região cuidavam de seus filhos.
Hoje, o processamento e o enlatamento ocorrem nas proximidades de Trapani, e a produção de atum não é mais a mesma. Você ainda pode visitar a vasta fábrica de processamento cor de areia rosa com seus finos arcos e torres onde enormes quantidades de peixes foram preparadas para enlatamento e, se tiver sorte, poderá encontrar um veterano ainda cantando o antigo dialeto em homenagem ao atum enquanto eram pescados.
Durante a Segunda Guerra Mundial, segundo a história, a invasão do general Patton na Sicília o levou a enviar dois oficiais em uma expedição a cada uma das Ilhas Égadi em um barco de pesca que eles compraram por US$ 3. Uma vez em Favignana, o tenente-coronel italiano ficou muito feliz em entregar as ilhas aos norte-americanos e livrar-se dos alemães.
Para chegar a Favignana, você pega a balsa da Liberty Lines saindo de Trapani, uma viagem de meia hora (cerca de US$ 25 ida e volta). Ao desembarcar, dirija-se ao café ali mesmo nas docas e peça a especialidade, um delicioso café expresso com creme de pistache (que você pode comprar lá ou em qualquer boa mercearia italiana). Como ninguém leva um carro para a ilha, você pode caminhar pela cidade em uma manhã de lazer ou alugar uma bicicleta nas docas – há uma grande placa verde dizendo “ALUGUE” – por cerca de US$ 12 por dia, ou encontrar bicicletas mais velhas pela metade desse preço. Elas serão necessárias para visitar uma das várias praias de Favignana, incluindo Cala Rossa, talvez a mais movimentada, e Bue Marino entre rochas e cavernas e com um food truck que vende sanduíches de atum. Você também pode alugar barcos com guias para navegar pela ilha. As praias, apesar dos arredores rochosos, têm mais areia fina do que muitos trechos pedregosos no Mediterrâneo e as vistas das montanhas e outras ilhas são maravilhosamente calmantes.
O centro da cidade, se você quiser chamar algo tão pequeno e compacto de centro da cidade, tem os prédios desbotados pelo sol do sul do Mediterrâneo e o excesso de oferta de igrejas, junto com o Palazzo Florio do século 19, e agora também um museu de história local. A ilha oferece uma série de pousadas, muitas na praia ou perto dela, como a La Praya 5, atualmente com preço de US$ 166 por noite, com café da manhã. Os novos quartos da Cave Garden estão situados sobre as cavernas e custam US$ 178.
Os apartamentos da Calamoni di Favignana são novos e elegantemente decorados, bem situados ao lado dos vinhedos da família Firriato e a uma curta caminhada do mar. Com suítes e vilas de um e dois quartos, os preços começam em torno de US$ 1.000 por noite.
Há muitas trattorias boas e causais na ilha, todas com menus à base de frutos do mar. O extremamente popular, curiosamente chamado Quello Che C’e C’e, na Via Garibaldi, que se traduz aproximadamente como “É o que é”, está sempre lotado durante a temporada, e as mesas ao ar livre são procuradas e ocupadas cedo, mas as refeições são rápidas no local. As massas custam cerca de US$ 15, os pratos principais, cerca de US$ 25. A focaccia é irresistível.
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Tive uma refeição esplêndida e muito alegre na Trattoria del Pescador, a mais antiga da cidade, situada na Piazza Europa desde 1974. É rústica, folclórica e muito bonita, e você será recebido pelo afável proprietário Rino, que trará um prato com uma variedade de pescados do dia, que depois será preparado por sua esposa Rosa. Em cada mordida em sua comida há o sabor salgado do Mediterrâneo. A comida é simplesmente brilhante e os pratos abundantes e feitos para serem compartilhados. Começamos com alguns antepastos, depois uma massa com ovas de bottarga e outra com mexilhões pequenos e tenros na casca. Havia também um macarrão busiate feito na hora, cujo furo no meio dos longos fios foi aberto com uma agulha de tricô. Um lustroso sarago (dourado) foi temperado com molho salmoriglio de óleo, pimenta e limão, enquanto um preo (peixe aqui conhecido como dentice) carnudo foi simplesmente grelhado. O macarrão custa entre US$ 14 e US$ 27, os pratos principais variam de US$ 17 a US$ 33, sendo que alguns dos peixes são vendidos por peso.
Com a refeição bebemos um Firriato Favinia 2012 feito com uvas Nero d’Avola e depois do jantar um Passitio 2015 do mesmo produtor. Você pode pular o bolo de cassata enjoativamente doce para a sobremesa.
No final da tarde, estávamos de volta à balsa, cortando as águas agitadas e, à medida que Favignana se afastava, parecia retornar ao mar como uma fada aguardando o pôr do sol.
Veja, na galeria de fotos, mais detalhes sobre Favignana:
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Reprodução/Forbes Litoral, Cala Rossa, ilha Favignana, Ilhas Aegadian, na Sicília, Itália.
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Reprodução/Forbes Barcos de pesca, Porto dei Pescatori, ilha Favignana, Sicília, Itália.
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Reprodução/Forbes Barcos de pesca de atum na antiga fábrica de Florio, em Favignana, Sicília.
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Reprodução/Forbes Um mural de cerâmica no porto de Favignana mostra a história da pesca do atum que é uma grande indústria.
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Reprodução/Forbes O Palazzo Florio, agora um museu, foi a casa da família Florio, responsável por introduzir a pesca e o comércio do atum na região.
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Reprodução/Forbes Os vinhedos Firriato ficam ao longo da costa e ancoram o resort da família.
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El Pescatore é um restaurante Favignana de frutos do mar deliciosamente rústico. As massas de frutos do mar são a assinatura da Trattoria del Pescador
Litoral, Cala Rossa, ilha Favignana, Ilhas Aegadian, na Sicília, Itália.
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