O par de pulseiras de diamantes favorito de Maria Antonieta foi vendido em um leilão em Genebra por mais de R$ 45 milhões (Us$ 8 milhões). Acredita-se que a última rainha da França tenha contrabandeado as raras pulseiras enquanto estava presa durante a Revolução Francesa.
O valor de cerca de R$ 45 milhões (US$ 8 milhões), incluindo taxas, superou as estimativas do leilão. As apostas eram de que a venda chegaria ao valor aproximado de R$ 12 milhões a R$ 16 milhões (US$ 2 a US$ 4 milhões). As joias de Maria Antonieta, em particular, são uma mercadoria de alto valor no mercado – em 2018, um colar de diamantes e pérolas que pertencia à rainha foi vendido em um leilão por cerca de R$ 200 milhões (US$ 36 milhões).
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Maria Antonieta comprou as duas pulseiras de diamantes de três fios por volta de 1776 de seu joalheiro pessoal Charles Auguste Boehmer por 250.000 libras, o equivalente a cerca de R$ 30 milhões (US$ 4,6 milhões), na cotação atual, de acordo com o historiador Vincent Meylan.
O especialista em joias da casa de leilões Christie’s, Jean-Marc Lunel, comentou que o fato do par de pulseiras ter permanecido intacto é um “milagre”, dizendo que conjuntos semelhantes foram separados ao longo dos séculos.
Segundo a Christie’s, quando Maria Antonieta foi presa no Palácio das Tulherias em janeiro de 1791, quando a Revolução Francesa estava em pleno andamento, ela secretamente embalou suas joias favoritas em um baú de madeira e contrabandeou-as para a Áustria para protegê-las na esperança de poder recuperar as joias após a guerra.
No entanto, Maria Antonieta foi guilhotinada em outubro de 1793. As pulseiras foram posteriormente devolvidas para sua filha Marie Thérèse, da França, sua única filha sobrevivente, que as passou para membros de sua família, em cuja coleção permaneceram desde então.
Algumas das joias da coroa francesa acabaram no mercado depois que o governo francês vendeu muitas peças durante um leilão em 1887, logo após a queda de Napoleão III, um movimento para evitar que parentes reais reivindicassem as joias e o poder político associado a elas.
A procedência das pulseiras é confirmada por uma entrada nos livros de contabilidade do marido de Maria Antonieta, o rei Luís XVI, agora mantidos nos Arquivos Nacionais da França em Paris. Os registros detalham como Maria Antonieta negociou algumas de suas pedras preciosas e pediu emprestado ao rei o equivalente a cerca de R$ 3 milhões (US$ 500 mil) para comprar as pulseiras.
A mãe da rainha, a imperatriz Maria Teresa da Áustria, mais tarde repreendeu-a por causa das pulseiras, escrevendo em uma carta de 1776 que “a notícia de Paris me diz que você acaba de realizar uma compra de pulseiras… para isso, você atrapalhou suas finanças.”
A arte da época mostra que as pulseiras se tornaram um dos acessórios preferidos da rainha. Um retrato do pintor sueco Adolf Ulrik Wertmüller de 1785 mostra Maria Antonieta usando o conjunto. Sua filha Marie Thérèse também usou uma das pulseiras quando foi pintada por Antoine-Jean Gros três décadas depois, em 1816, para um retrato que ainda permanece na coleção do Palácio de Versalhes.