Com a nova geração do Macan se avizinhando, a Porsche lançou no Brasil as últimas atualizações da primeira fase do SUV compacto, lançado em 2014.
Principal novidade é a estreia do Macan T. “É o primeiro carro esportivo de quatro portas que levará a denominação especial, que anteriormente era reservada somente aos modelos 911 e 718”, explica a Porsche.
O sobrenome da versão vem de “Touring”, e sugere um modelo mais afiado dinamicamente sem conflitar com o esportivo principal. Vendido por R$ 479 mil, fica abaixo das opções S (R$ 569 mil) e GTS (R$ 669 mil).
Estes, aliás, ficaram mais potentes. No Macan S, o 2.9 V6 biturbo ganhou 26 cv, chegando agora a 380 cv; no Macan GTS, o mesmo propulsor agora rende 440 cv, salto de 60 cv.
Tais reconfigurações, mais a leve reestilização da linha, devem garantir ao Macan fôlego para seguir como best-seller e porta de entrada para o universo da marca: 80% dos compradores dos mais de 600 mil exemplares vendidos desde 2014 são novos clientes; no mais, é o Porsche mais vendido para mulheres.
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Primeiras impressões
Ao vivo, as discretas mexidas na dianteira e na traseira não interferiram no já acertado desenho do Macan, reconhecido por suas proporções elegantes.
Se o Cayenne pode soar exagerado para um Porsche, o SUV menor entrega equilíbrio entre a dirigibilidade dos cupês e conversíveis (a essência da marca, afinal) e a comodidade e o espaço de um utilitário esportivo.
Na cabine, chama atenção o novo console central, que trocou botões táteis por uma superfície sensível ao toque. Uma nova alavanca de seleção de marchas também se apresenta, enquanto o relógio analógico na parte superior do painel passa a ser item de série.
Há espaço de sobra para as pernas de quem viaja na frente; atrás, acomodar dois adultos e uma criança não deve gerar protestos. Contudo, o túnel central da transmissão impede que um terceiro adulto acomode adequadamente as pernas.
Mesmo na configuração de entrada o acabamento é irretocável, com fartura de couro e precisão nos encaixes das peças.
Ajuste elétrico de profundidade e altura da coluna de direção e extensor de assento são duas ausências incompreendidas em um carro de R$ 439 mil, ainda que seja a porta de entrada para o universo Porsche.
Mas nada que impeça uma ergonomia impecável, com o típico quadro de instrumentos destacando o conta-giros, os comandos do console central à mão e um volante de diâmetro correto e bem posicionado à frente do motorista. Os pedais e o apoio do pé esquerdo mais afastado completam a excelente acomodação do motorista.
Aqui no Macan o motor é um 2.0 turbo de quatro cilindros, do qual engenheiros da marca extraíram 265 cv e 40,8 kgfm de torque. Trata-se do mesmo propulsor do Macan T – o V6 fica reservado ao S e ao GTS.
Associado a um câmbio de dupla embreagem e sete marchas (o consagrado PDK), motor e câmbio levam o SUV aos 100 km/h em 6,4 segundos. No breve test drive promovido pela marca, foi possível traduzir a frieza dos números para a realidade.
Ou seja: nas saídas de semáforo, o Macan salta à frente dos demais carros com vigor; é preciso atenção para não ultrapassar os limites de velocidade. Na estrada, as ultrapassagens são certeiras e rápidas. As trocas de marchas são precisas e praticamente não há queda do giro do motor.
Nas curvas, chama atenção a excelente estabilidade e a obediência da direção, sempre apontando prontamente para onde o condutor manda.
E, se quiser rodar mais suave, o motorista tem na mão um carro dócil e confortável.
Em 2023, um inédito Macan elétrico – já em etapa final de testes – conviverá com outras versões a combustão, que provavelmente manterão as motorizações que neste momento estreiam por aqui.