O famoso retrato de Marilyn Monroe feito em 1964 pelo artista pop Andy Warhol foi arrematado por US$ 195 milhões, incluindo taxas (R$ 1 bilhão na cotação atual), em leilão hoje (9) em Nova York. O valor é o mais alto para uma obra de arte do século 20 vendida em leilão e o mais alto para uma obra de arte americana, superando as marcas de US$ 179,4 milhões em 2015 para “Les Femmes d’Alger” (Versão O) de Pablo Picasso e US$ 110,5 milhões em 2017 para uma pintura de 1982 de Jean-Michel Basquiat.
“Shot Stage Blue Marilyn” é um de uma série de retratos que Warhol fez da atriz após a morte da atriz em 1962 e desde então se tornou uma das peças mais conhecidas da pop art. Mantida na coleção dos negociadores de arte suíços Thomas e Doris Ammann, foi colocada à venda em Nova York pela casa de leilões Christie’s. O nome do comprador não foi revelado.
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O retrato de Marilyn também quebrou o recorde anterior para uma obra de Warhol em leilão. Até hoje, o valor mais alto para uma obra do artista tinha sido os US$ 105,4 milhões pagos em 2013 para “Silver Car Crash (Double Disaster)”.
A serigrafia foi vendida como parte de um leilão da coleção de arte privada de Doris e Thomas Ammann, os falecidos irmãos negociantes de arte suíços que eram amigos íntimos de Warhol. Uma seleção com curadoria de 36 obras-primas da coleção Ammann foi leiloada nesta noite. Todas as receitas das vendas serão revertidas para a Fundação Thomas e Doris Ammann, uma organização recém-criada dedicada a melhorar a vida das crianças em todo o mundo.
“‘Shot Sage Blue Marilyn’ é o auge absoluto do pop americano”, disse Alex Rotter, presidente de arte dos séculos 20 e 21 da Christie’s, em comunicado anunciando o leilão. “A pintura transcende o gênero do retrato, superando a arte e a cultura do século 20.”
Porém, os valores passam longe do que conseguiu a obra mais cara já vendida em leilão no mundo. O título pertence a “Salvator Mundi”, tela de Leonardo da Vinci arrematada por US$ 450 milhões em 2017. O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, foi identificado como o comprador pela inteligência dos EUA, segundo o Wall Street Journal. “Salvator Mundi” tinha uma estimativa de leilão de US$ 100 milhões.
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Warhol criou “Shot Sage Blue Marilyn” em 1964 – dois anos após a morte repentina de Monroe – usando uma foto promocional do filme “Niagara”, de 1953, e deu à atriz um rosto rosado, sombra azul e lábios vermelhos contra um fundo de sálvia. A obra é uma das cobiçadas “Shot Marilyns” de Warhol, uma série de telas com o retrato da estrela em uma variedade de cores. Seu título refere-se a um incidente em que uma mulher atirou em uma pilha de quatro retratos de Marilyn no estúdio de Warhol com uma pistola, embora “Shot Stage Blue Marilyn” não tenha sido atingido por uma bala.
(com Reuters)