Se mantido o intervalo de 12 anos entre uma geração e outra, o Volvo XC90 avançará à terceira fase somente em 2026. Até lá, é preciso atualizar o utilitário de luxo para mantê-lo competitivo.
Junte-se a isso a meta da Volvo de oferecer uma gama 100% elétrica até 2030 e o resultado é um XC90 – primeiro modelo híbrido da Volvo no Brasil – com mais autonomia para a linha 2023.
“Mudar para o 100% elétrico é um desafio e sabemos que dirigir um modelo híbrido geralmente é um trampolim para tornar-se totalmente elétrico. Por isso, a partir de agora, estamos com uma nova opção, fazendo com que as pessoas possam usar o modo elétrico a maior parte do tempo”, explica João Oliveira, diretor geral de Operações e Inovação da Volvo Car Brasil.
Novidades na propulsão híbrida se concentraram no reforço das baterias, que ao receberem uma terceira camada de células tiveram sua capacidade elevada em 62%, chegando agora a 18,8 kWh.
Resultado principal é um alcance no modo elétrico de até 71 km, contra cerca de 44 km no modelo anterior.
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“Mas o que isso muda no dia a dia para as pessoas? É mais um passo rumo à eletrificação. É uma forma que estamos dando às pessoas para se acostumarem a andar 100% eletrificadas”, complementa Rafael Ugo, diretor de Marketing da Volvo.
Com mais pessoas dirigindo no modo puramente elétrico, a Volvo Cars estima uma redução de 50% na emissão de CO2 na atmosfera.
De resto, há também mais força: a potência saltou de 412 cv para 468 cv, enquanto o torque foi de 65 kgfm para 72 kgfm.
As atualizações servem também para o XC60, cujos preços vão de R$ 399.950 (Inscription Expression) a R$ 466.950 (Polestar).
O XC90 parte de R$ 509.950, na configuração Inscription Expression, e vai até R$ 563.950, caso da opção R-Design.
Em um curto test drive pela famosa Ruta 40, na região da Patagônia, na Argentina, vencemos o primeiro trecho, de aproximadamente 40 quilômetros, apenas no modo elétrico. E isso em condições desfavoráveis às baterias, que no frio (termômetros marcavam -5 graus) tendem a render menos.
Outro ponto que se destacou foi o motor elétrico responder melhor nas retomadas, que geralmente demandam a força do propulsor a combustão.
Nas acelerações, percebemos que o salto de potência deixou o XC90 mais ágil. Segundo a Volvo, o 0 a 100 km/h caiu para em torno de 5 segundos – o que nos pareceu condizente com o comportamento do SUV.
Aniversário
A renovação do XC90 ocorre no ano em que o modelo completa 20 anos. Primeiro modelo do tipo na prateleira da Volvo, tinha sete lugares, motores de cinco, seis e oito cilindros e uma série de equipamentos avançados ou até mesmo inéditos para a época, como sistema frontal para minimizar impactos e ferimentos em pedestres e um dispositivo que detectava e reduzia o risco de capotamento.
Nas diretrizes para a concepção do modelo, porta-malas com piso plano, propriedades de condução equivalentes às de um carro normal e liderança no segmento em economia de combustível eram prioridades.
Após 636.143 unidades produzidas, a primeira geração do XC90 se despediu em 11 de julho de 2014. No seu lugar na fábrica de Torslanda, na Suécia, um totalmente renovado XC90 começou a ser fabricado.
Revelada no Salão de Paris de 2014, a segunda geração do XC90 representou o primeiro Volvo após a compra da marca sueca pela chinesa Geely e o primeiro a usar a moderna plataforma modular SPA (Scalable Product Architecture).
No Brasil, o SUV estreou em setembro de 2015 com a missão de incomodar BMW X5, Audi Q7, Mercedes-Benz ML e Land Rover Range Rover Sport. Partia de R$ 319 mil na versão Momentum e chegava a R$ 363.000 na Inscription, sempre equipado com motor 2.0 de 320 cv.
O jornalista viajou a convite da Volvo Car Brasil.