Influenciadores digitais e viajantes frequentes gostam de se gabar das suas habilidades de fazer as malas, batendo no peito que nunca, sob nenhuma circunstância, levaram uma mala despachada em um voo.
Bom para eles. Mas é mais fácil dizer do que fazer de fato. Levar pouca bagagem é um desafio para viagens mais longas ou para grandes eventos, como casamentos, que podem exigir várias trocas de roupa ou pares de sapatos. Espremer roupas e itens essenciais para uma semana em uma pequena bolsa de mão geralmente é impossível – para não dizer inconveniente.
Leia também:
- Empresa neozelandesa lidera ranking das 25 melhores aéreas do mundo
- 13 dicas para viajar mais gastando menos em 2023
- Quando viajar com estilo é sobre comer (muito) bem dentro de um avião
E decidir não despachar uma mala vem com seus próprios aborrecimentos. Quando ninguém leva bagagem despachada, os viajantes têm que brigar pelo espaço limitado nos compartimentos superiores. Um estudo divulgado no início deste ano descobriu que 90% dos passageiros consideram o voo estressante, sendo a parte mais irritante da viagem o processo de embarque.
Veja, na galeria a seguir, as principais informações que você precisa saber antes de decidir por uma bagagem despachada ou de mão
-
Getty Images Qual o risco estatístico de perder a bagagem?
Nos EUA, as taxas de manuseio incorreto para voos internacionais são oito vezes maiores do que para os domésticos.
No ano passado, houve “um aumento exponencial na taxa de extravio de bagagem” em 74,7%, para 7,6 malas por mil passageiros, de acordo com o estudo 2023 Baggage IT Insights da SITA, especialista em comunicações e tecnologia da informação em transporte aéreo.
Na verdade, a taxa global de extravio de bagagem aumentou desde a pandemia, de 5,6 malas por mil passageiros em 2019 para 3,5 malas em 2020 e 4,44 em 2021. Essa tendência não surpreende, já que era esperado ver uma queda nas malas extraviadas durante a pandemia, quando houve menos voos, e um aumento com o retorno do volume de viagens.
-
Unsplash O risco real
O salto entre os números de 2021 e 2022 pode parecer terrível, mas o risco real de que uma bagagem despachada não chegue à esteira de bagagens permaneceu abaixo de 1% no geral.
E essas chances são muito melhores do que algumas décadas atrás. “Se você olhar historicamente, os números ainda representam uma redução de quase 60% em relação à tendência de malas perdidas desde 2007”, diz Sherry Stein, chefe de tecnologia da SITA Americas. “Portanto, a indústria certamente melhorou muito além de onde estava.”
-
Unsplash Cancelamentos e atrasos
Cancelamentos e atrasos também podem desempenhar um fator. Os números para 2022 foram exacerbados por um verão caótico de dezenas de milhares de interrupções de voos, à medida que a demanda por viagens disparou durante um período prejudicado pela escassez de equipe e problemas na cadeia de suprimentos.
Também vale ressaltar que a grande maioria das malas nunca é realmente perdida. A maioria das bagagens extraviadas acaba sendo devolvida a seus donos, embora possa demorar.
-
Unsplash Tecnologia em ação
A tecnologia está ajudando nessa frente. “No mercado dos EUA, a maioria das companhias aéreas adotou o rastreamento RFID [identificação por radiofrequência] e a capacidade de fornecer essas informações de status aos seus passageiros, pelo menos em seus voos domésticos operando nos Estados Unidos”, diz Stein. “Mas quando começamos a falar sobre transferências, onde eles têm conexões com uma operadora potencialmente internacional, é aí que fica um pouco instável.”
Para lidar com o manuseio incorreto da transferência, a SITA desenvolveu o sistema WorldTracer Auto Reflight. Ele identifica automaticamente as malas que provavelmente não farão o voo de conexão planejado e as remarca para o próximo voo possível – tudo isso mantendo o passageiro informado. A SITA estima que esse tipo de automação poderia economizar até US$ 30 milhões por ano para a indústria.
-
Anúncio publicitário -
Getty Images Como avaliar se é seguro despachar sua mala
Os dois maiores fatores de risco são se você está voando internacionalmente e se sua rota envolve voos de conexão. O risco de extravio de bagagem cai drasticamente quando você reserva um voo direto. Isso porque cerca de um terço dos erros de manuseio ocorre durante a transferência de malas para um voo de conexão. Quanto mais voos de conexão e mais transferências entre companhias aéreas, maior o risco.
O relatório da SITA descobriu que as taxas de manuseio incorreto para voos internacionais – onde as malas têm maior probabilidade de serem transferidas de um voo para outro – são oito vezes maiores do que para voos domésticos.
Itinerários que envolvem, digamos, uma empresa dos EUA e uma internacional podem levar a problemas. “As companhias aéreas podem ou não ter o mesmo sistema de etiquetagem. Portanto, às vezes, precisam alterar a etiqueta da bagagem para que seja legível em sua própria infraestrutura”, diz Stein, acrescentando que o setor aéreo internacional está trabalhando em um padrão único de interoperabilidade.
-
Unsplash Dica inteligente #1
Reserve um voo cedo. Voos de fim de dia são estatisticamente mais propensos a serem cancelados ou atrasados.
Isso porque acontece o efeito dominó, em que um voo atrasado leva a um segundo e depois a um terceiro, fazendo com que os aviões não cheguem aos aeroportos de partida no tempo estipulado. Essa situação pode fazer com que os passageiros e as suas malas voem para o mesmo aeroporto, mas em aviões diferentes.
-
Unsplash O que você deve fazer se a companhia aérea “perder” sua mala?
Não espere para registrar uma reclamação. Para fazer isso, você precisa encontrar o balcão de bagagem da sua companhia aérea. Se você teve um voo direto ou uma conexão em uma única companhia aérea, isso é óbvio. Mas se o seu itinerário envolveu mais de uma empresa, você deve registrar a reclamação junto à transportadora da sua última conexão. Esta companhia é responsável por entregar sua mala para você.
Dê ao funcionário uma cópia da etiqueta de bagagem que você recebeu no check-in para que a companhia aérea possa verificar suas informações – nunca é demais tirar uma foto da etiqueta antes de entregá-la. Forneça à companhia aérea seu endereço local e informações de contato e não saia do aeroporto sem o número de telefone do balcão de bagagens perdidas, bem como um número de rastreamento.
Além disso, o aplicativo da sua companhia aérea geralmente permite que você verifique proativamente o status da sua bagagem – um excelente motivo para baixar o app, mesmo que temporariamente.
-
Pexels Exija a sua compensação
Verifique a política da sua companhia aérea sobre compensação por bagagem extraviada, que varia de acordo com a empresa. Por exemplo, a Delta Air Lines considera que “despesas razoáveis são geralmente determinadas como US$ 50 por dia durante os primeiros 5 dias de atraso da bagagem”, enquanto a política da American Airlines é mais subjetiva, concordando em reembolsar os viajantes “por itens que você precisa imediatamente ao ficar longe de casa sem suas malas.”
A maioria das companhias declarará uma mala oficialmente perdida entre cinco e 14 dias após o voo, mas isso também varia de uma aérea para outra. Uma bolsa oficialmente perdida merece uma compensação maior. Para voos domésticos dentro dos EUA, a regulamentação do Departamento de Transporte limita a responsabilidade das companhias aéreas a US$ 3.800 por passageiro.
No Brasil, a empresa tem sete dias para localizar a bagagem em viagens nacionais ou 21 dias no caso de voos internacionais. Caso o prazo não seja cumprido, a empresa deverá indenizar o passageiro em até sete dias. O valor limite de indenização é de 1.131 DES (Depósitos Especial de Saque), equivalente a R$ 7.238 na cotação atual.
-
Pexels Dica inteligente #2
Ao fazer as malas para um voo, pense nos itens mais importantes. Embora as chances de sua bagagem despachada ser extraviada sejam muito pequenas, nunca são zero. Portanto, nunca coloque na bagagem despachada nada que seja absolutamente necessário nos primeiros dias de sua viagem (remédios, óculos etc.) .
Você agradecerá a si mesmo se estiver entre os poucos azarados que se separam de suas bagagens.
Qual o risco estatístico de perder a bagagem?
Nos EUA, as taxas de manuseio incorreto para voos internacionais são oito vezes maiores do que para os domésticos.
No ano passado, houve “um aumento exponencial na taxa de extravio de bagagem” em 74,7%, para 7,6 malas por mil passageiros, de acordo com o estudo 2023 Baggage IT Insights da SITA, especialista em comunicações e tecnologia da informação em transporte aéreo.
Na verdade, a taxa global de extravio de bagagem aumentou desde a pandemia, de 5,6 malas por mil passageiros em 2019 para 3,5 malas em 2020 e 4,44 em 2021. Essa tendência não surpreende, já que era esperado ver uma queda nas malas extraviadas durante a pandemia, quando houve menos voos, e um aumento com o retorno do volume de viagens.