Para Marcos Piangers, a beleza de educar um filho está na vulnerabilidade dos pais. “A gente tem que ensinar os nossos filhos que a gente tem defeitos e que o pai e a mãe têm vulnerabilidades e falhas, e superar essas falhas é a nossa tentativa diária”, diz o escritor e palestrante.
Autor da série de livros “Papai é pop”, Piangers ficou conhecido por criar vídeos e abordar em suas redes sociais sua experiência como pai e dar conselhos sobre paternidade.
Na nova campanha de Dia dos Pais da Reserva, o autor e palestrante se une à marca para amplificar ainda mais a mensagem da importância da paternidade ativa.
Quais foram as principais lições que você aprendeu ao vivenciar a paternidade ativa?
Para o homem, é um desafio grande virar um cuidador, porque nós não somos incentivados nem a cuidar da gente mesmo. Então aprendi a cuidar de mim, investigar minhas próprias emoções e olhar para os meus traumas e gatilhos.
Como envolver-se ativamente na vida dos filhos e criar uma conexão emocional sólida com eles?
O básico é dar amor, atenção, afeto, carinho e segurança. Tudo isso tem que ser dado abundantemente para as crianças. Os cinco primeiros anos vão formar cerca de 90% do cérebro da criança, e essa confiança de afeto e carinho dentro de casa é fundamental para a gente criar vínculo. A quebra desse vínculo é o maior terror para uma criança, então, como se envolver? Você vai precisar de um pouquinho de tempo livre – e de qualidade. Você vai precisar fazer menos churrasco com os amigos, tomar menos cerveja em happy hour e envolver seus filhos nas tarefas de casa e, às vezes, até no trabalho. Muitas vezes, meus amigos me perguntavam “Você tá de babá?”, e eu dizia: “Não, eu tô de pai. É isso que o pais fazem”.
O que os pais podem adotar para se tornarem mais presentes e engajados?
Em primeiro lugar, conseguir fazer um detox digital e deixar o celular em modo avião quando você está dentro de casa e entender que essas telas tiram a nossa capacidade de conversar e nos conhecer. Outro exercício que eu acho maravilhoso é quando a gente dá um minuto para os nossos filhos, mesmo que a gente esteja correndo. Esse 1 minuto atento, em que a criança fala qual é a demanda dela, fortalece o vínculo, garante para a criança essa atenção plena e a sensação de que o pai está disponível quando ela precisa. E, por último, a ideia do tempo exclusivo. É importante ter um momento exclusivo para cada um dos filhos, um momento em que só você e seu filho vão estar. De preferência, que seja um hábito frequente, uma espécie de tradição em família, para ele saber que naquele momento da semana ele vai poder sair só ele e o pai e ele vai poder contar algumas coisas que ele não quer contar na frente da mãe ou do resto da família. Esses momentos exclusivos são riquíssimos: são quando eles se mostram de verdade para a gente e a gente pode se mostrar de verdade para eles.
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