Levar o Rock in Rio a São Paulo? Esse sempre foi um pedido de políticos, artistas, marcas e outros parceiros para Roberto Medina, fundador do festival em 1985. Porém, a impossibilidade de existir um RIR em terras paulistanas deixou espaço para que Medina e sua equipe pensasse em como fazer história também na grande metrópole. O The Town surgiu e, no próximo domingo (10), deve concluir sua primeira edição com mais de 100 mil pessoas passando pela área VIP e 500 mil pessoas por todo o evento.
“O falecido prefeito Bruno Covas fez várias tentativas de trazer um grande evento de música com o DNA do Rock in Rio a São Paulo. Quando conversamos a respeito, e eu visitei o Autódromo de Interlagos, pedimos vários tipos de ajustes e melhorias. Ainda faltam alguns, mas muita coisa mudou para que o The Town nascesse”, disse Medina na terça-feira (5) ao comentar os primeiros dias do evento e as expectativas para o futuro do projeto.
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O impacto estimado do evento para São Paulo é de R$ 1,7 bilhão e mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. “Como eu sempre gosto de dizer, esse projeto é para afastar nosso complexo de vira-lata e entender que o brasileiro é muito competente no que faz”, diz Medina. Sobre os planos em relação ao futuro do The Town, o empresário assume um compromisso com a cidade: “nosso vínculo com São Paulo é para sempre e o próximo será menor em público, maior em espaço e com foco ainda melhor em experiências”, completa.
O poder da música
Medina ressaltou a importância da música para a conexão entre as pessoas. “Enquanto algoritmos polarizam e separam, a música tem o poder de nos unir. Estamos divididos, não me refiro ao Brasil, é o mundo, e a música tem esse papel de tocar as pessoas para nos ouvirmos mais. No último domingo, presenciar o show que o Bruno Mars fez no The Town foi um dos momentos mais marcantes para mim em todos esses anos. Em 2024, vamos comemorar 40 anos de Rock in Rio e há muito o que refletir aqui sobre o que também queremos para o futuro do The Town”, afirma.
Brasil como referência
“O Brasil, com o Rock in Rio, mudou muitas coisas no mundo da música. Naquela época, não havia festivais, eram shows de apenas um gênero. O Rock in Rio é maior que qualquer evento de música americano. Nós consideramos um dia para cada tribo. Além disso, fomos os primeiros a iluminar a plateia. Tiramos o foco do artista para a plateia que, de fato, é o mais importante. Nessas quatro décadas, nunca tivemos incidentes por um motivo: o Rock in Rio é um espaço para crianças, avós, avôs, todos.”
Tecnologia e memória
Ainda de acordo com Medina, o pior momento de realizar festivais como o Rock in Rio e o The Town é presenciar a Cidade do Rock sendo desmontada. “Infelizmente, a economia do Brasil não nos permite manter um espaço como esse aberto o ano inteiro. E eu acredito na tecnologia para resolver isso. Faremos isso a partir da holografia. Não vai ter gente, mas a cidade e a memória estará ali. Muitos podem dizer que isso não faz sentido, mas para nós, sim , faz e vamos experimentar.”