Desenhada por Maria Grazia Chiuri, a coleção do verão 2024 da Dior é diferente de tudo o que a gente já viu na marca. A estilista mergulhou em um tema delicado, que trata da intuição e dos saberes ancestrais femininos, e de como essas características foram “colocadas na fogueira” ao longo do tempo.
A renda em uma abordagem rebelde (e não delicada), a assimetria, o claro e o escuro – muitas roupas pretas e brancas, ou cinza e champanhe –, um acabamento que imita o queimado nas bordas de algumas peças e as estampas de sol, lua e signos (um certo misticismo, do qual M. Dior também era adepto, sabia?) ajudaram a contar essa história.
O cenário era marcante: uma grande instalação em vídeo assinada pela artista italiana Elena Bellantoni. Os telões, enormes, mostravam imagens e frases publicitárias de diferentes décadas, e que servem de exemplo (ou seria prova?) de como as mulheres podem ser estereotipadas a partir de ideias sexistas – tal como aconteceu na Idade Média, grande referência para a construção do clima da coleção.
A temporada traz um tema que leva à reflexão, com certeza. No entanto, vale notar que Maria Grazia também mostra que a mulher Dior do verão 2024 não deixa de ser extremamente elegante, ou de vestir proporções bem pensadas, com acessórios delicados, para dizer o que pensa.
Veja alguns momentos importantes do desfile da Dior:
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Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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