Um grande deque de madeira e um painel ao fundo, com a imagem de uma praia. Poderia ser apenas uma referência ao litoral, mas no repertório da maison fundada por Gabrielle Chanel, estes são códigos inconfundíveis: indicam que a coleção do inverno 2024/25 da marca tem tudo a ver com Deauville, a pequena cidade de praia na Normandia, Norte da França, onde a estilista abriu a sua primeira boutique de roupas femininas, em 1912.
Nos passeios à beira-mar, ela observava o ir e vir das mulheres vestidas com toda a pompa característica daquele início de século – mas com muito pouco conforto para a ocasião. Chanel então propôs algo muito novo para a época: roupas feitas com o jérsei comumente usado para confeccionar roupas íntimas masculinas. O tecido tinha o caimento perfeito para dar mais liberdade às mulheres! Liberdade era palavra-chave para Coco Chanel, que deu início a uma revolução de costumes por meio do guarda-roupa feminino.
Nesta coleção desenhada pela diretora criativa Virginie Viard, o mergulho na Deauville seminal de Chanel resulta em peças encorpadas como pede o inverno, mas com o balanço e a atitude despojada das caminhadas de fim de tarde ao som das ondas do mar e, ainda, com todo o charme que o balneário inspira. As silhuetas criadas com tweed, jeans, lamê e seda são mais soltas e cruzam shapes dos anos 1920 e 1970.
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Listo abaixo 3 referências que marcam a nova coleção da Chanel:
1. As cores
A paleta tem branco e preto, mas o rosa-azul do pôr-do-sol, o dourado solar e os beiges que remetem à areia da praia ajudam a embalar a ideia de um inverno litorâneo.
2. A estampa
O rolo de filme se transformou em estampa. É que a coleção também fala de cinema, já que a cidade tem uma conexão com a Sétima Arte. O desfile começou com um filme inspirado em Um Homem, Uma Mulher, de 1966, dirigido por Claude Lelouch, em que Brad Pitt e Penélope Cruz iniciam um romance… Em Deauville.
3. Os chapéus
De abas grandes e maleáveis, os chapéus são outra referência importante, já que Coco Chanel também libertou as mulheres dos enormes e (hiper) adornados chapéus dos anos 1910.
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Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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