Se as coleções cruise têm sua razão de ser entrelaçadas com as malas de viagem de uma clientela globe-trotter, parece perfeito que a primeira coleção do tipo assinada pelo diretor criativo Sabato de Sarno para a Gucci tenha sido apresentada em Londres – foi na capital da Inglaterra, afinal, que a história da casa italiana começou. Aos 16 anos, e a contragosto da família, Guccio Gucci desembarcou na cidade. Sem falar inglês e apenas com alguns trocados no bolso, o jovem que viria a se tornar o fundador da grife italiana encontrou um emprego dentro do hotel Savoy, onde trabalhou como porteiro e ascensorista a partir de 1897 – foi justamente essa experiência que permitiu a ele criar intimidade com o universo da bagagem, após uma análise cuidadosa de forma, função, estética e qualidade. A casa Gucci abriria suas portas quase duas décadas depois, em Florença, com uma linha de malas e produtos voltados à arte de viajar. Abaixo, o que mais você precisa saber sobre a coleção apresentada nesta segunda-feira (13/05), na Tate Modern.
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O REMIX: “Britishness” com sotaque italiano
Foi com essa frase que a marca definiu o tom da coleção. E o que isso quer dizer? A sensualidade elegante que vem se mostrando marca registrada da era de Sarno na grife ganhou influência do rigor e precisão tipicamente associados ao dress code proposto historicamente pela moda britânica, em locais como a Savile Row. Pense em um vestido minimalista e sexy, de um ombro só, construído com tecido de alfaiataria, em um paletó tingido de cinza-chumbo ou então nos casacos alongados de abotoamento duplo, e você vai entender.
O ACESSÓRIO: Três vezes Blondie
Se a trilha sonora apresentou uma nova versão de “Heart of Glass”, a passarela revelou também uma reinterpretação de Blondie – só que desta vez, estamos falando do modelo de bolsa que leva o nome da banda americana. Enquanto isso, na fila A, ao lado de uma lista de convidados de peso (que incluiu de Dua Lipa a Solange Knowles) lá estava ela: Debbie Harry, a front-woman e vocalista do Blondie! Roubaram a cena, no entanto, as bolsas de tamanho máxi (do tipo “cabe tudo” para quem pega um vôo longo), sugerindo uma mudança no rumo das proporções de acessórios apresentados por Sabato até o momento.
A COR: é (quase sempre) o marrom
Mostrando mais uma vez seu talento para compor cartelas de cor, Sabato deixou claro que, ao menos nessa coleção, o marrom deve ter espaço garantido no seu guarda-roupas. O tom surgiu em profusão na sequência inicial do desfile, com acabamento e shapes que remetem aos casacos de camurça amplamente popularizados na década de 70 – o vestidinho curto que levava o icônico Horse Bit como aviamento não deixou dúvida alguma quanto a essa intenção. O vermelho Ancora segue presente – uma de suas inspirações, afinal, é o tom de vermelho que reveste o interior do icônico elevador do hotel Savoy.
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O COMEBACK: denim, denim, denim
Logo no primeiro look que surgiu na passarela a gente pôde ver: o jeans ganhou uma importância inédita dentro das peças runway da grife. Solto do corpo, em tamanho extra-grande, ele surgiu liso e clássico em calças, acompanhado de blusas cujos decotes remetiam às batas seventies. Depois, apareceu coberto por um motivo floral, que ilustrava pequenas camomilas selvagens, abrindo passagem para uma seção do desfile orientada às belezas inspiradas pela natureza, em contraste com o feeling mais urbano que predominou nas últimas três coleções de Sarno.
O JOGO: é o de mostra-esconde
Pernas à mostra em microshorts, blusas com golas de laços feitas de tecidos transparentes, construções têxteis que remetem à delicadeza da renda branca: apesar da alta concentração de peças oversized, a inteligência ao pensar novas maneiras de fazer do corpo (e da mulher que veste a roupa) os protagonistas segue no raciocínio do estilista, sugerindo contrastes contemporâneos. A modelagem-novidade ficou por conta do vestido jardineira, sobrepondo sutiãs de renda (que, por sua vez, dão continuidade à proposta da lingerie como outerwear presente na última coleção da marca – sobre a qual já você leu na Forbes Life Fashion!). Outro bom exemplo está na sequência final, de vestidos delicados e esvoaçantes, feitos de tecidos ultrafinos com efeito plissado ou ombré, que surgiram acompanhados por jaquetões de acento esportivo.
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Divulgação|Gucci Desfile da Gucci em Londres
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Divulgação|Gucci Desfile da Gucci em Londres
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Desfile da Gucci em Londres
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Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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