Qualquer figura pública pode ser vítima de uma deepfake maliciosa — principalmente com os avanços exponenciais de ferramentas de inteligência artificial generativa. Porém, além dos criminosos, as celebridades precisam estar atentas a outros players, como empresas de mídia e até mesmo grandes companhias de tecnologia, como a OpenAI.
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Na última semana, a atriz Scarlett Johansson publicou um posicionamento referente ao uso indevido de sua voz na nova ferramenta de IA da OpenAI, um assistente virtual integrado ao ChatGPT que conversa com o usuário em tempo real.
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“Como resultado das ações de Sam Altman [CEO da OpenAI], fui obrigada a contratar um advogado. Consequentemente, a empresa concordou em remover a voz ‘Sky’. Em um momento em que todos estamos lidando com deepfakes e a proteção de nossa imagem, trabalho e identidade, essas questões merecem absoluta clareza”, escreveu Johansson.
Em entrevista recente à Forbes Brasil, Paula Vergueiro, presidente da Comissão de Direitos Autorais, Direitos Imateriais e Entretenimento da OAB RJ, afirma que a OpenAI testou os limites das regras de proteção aos direitos autorais. “Estamos diante de mais um caso de falta de transparência no desenvolvimento de ferramentas de IA generativa.”
O ex-piloto Michael Schumacher, vítima de um acidente de esqui em 2013, também teve sua identidade violada em abril deste ano, quando a revista alemã Die Aktuelle publicou uma “entrevista” gerada por IA com o campeão de sete títulos mundiais de Fórmula 1.
A família de Schumacher processou a publicação e recebeu uma indenização de 200 mil euros (R$ 1,1 milhão).
“Casos que envolvem personalidades mundialmente reconhecidas são benéficos para iniciarmos debates sobre questões que podem afetar a todos”, comenta Vergueiro.
Em janeiro deste ano, a cantora Taylor Swift, primeira artista a entrar na lista de bilionários da Forbes apenas com composições musicais e performances, sofreu com o compartilhamento de imagens falsas sexualmente explícitas na rede social X (antigo Twitter).
A repercussão do caso chegou à Casa Branca, que anunciou planos para a criação de uma legislação específica para combater o uso indevido da tecnologia. Parlamentares norte-americanos também manifestaram a necessidade de criminalizar deepfakes pornográficas.