Há 20 anos, Paula Hermanny foi estudar na Califórnia. Ao começar a frequentar as praias americanas, percebeu um nicho de mercado e decidiu fazer ela mesma um biquíni que carregasse o melhor do nosso país de um jeito singular, nascia assim a Vix, um beachwear que valoriza a silhueta feminina e se adapta à diferentes culturas, americana e brasileira.
“Nossos produtos foram logo notados pelas principais publicações de moda americanas”, conta. Os primeiros best-sellers, a calcinha Ripple e Cheeky – com efeito “empina bumbum”, fizeram a marca reverberar no cenário internacional. “Vestimos de Beyoncé a Kate Middleton, de Gisele Bündchen a Hailey Bieber, e conquistamos espaços importantes em multimarcas do peso de Saks, Harrods, Nordstrom, Bloomingdale’s e Net a Porter”, orgulha-se.
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Seguindo seu DNA de marca global, ela acaba de abrir as portas do seu primeiro espaço exclusivo fora do núcleo BR/USA. O endereço é Saint Tropez, vizinho da Chanel, Museu do Cinema e Hotel de Paris. “A cada verão, um novo balneário desponta como o hotspot da vez. Mas a cidade permanece como um clássico, uma referência dessa estética resort ‘effortless chic’ e atemporal que inspira todas as criações que saem do nosso ateliê para o mundo. Essa sinergia é natural, por isso a escolha”, explica Paula.
E as novidades não param por aí. Paula acaba de assinar sua primeira collab com uma personalidade. A escolha foi a mezzo brasileira mezzo italiana Bianca Brandolini – sua cliente de longa data. Juntas, criaram uma coleção-cápsula que celebra o estilo resort brasileiro e a arte do Rio de Janeiro.
Confira a conversa exclusiva da Forbes com Paula Harmanny a seguir.
Paula, como começou a fazer beachwear?
Na época que criei a Vix, tinha acabado de mudar do Brasil para estudar nos Estados Unidos. Chegando em San Diego, na Califórnia, me surpreendi com os biquínis sem charme que vi na praia. Tive a ideia de adaptar a modelagem perfeita do Brasil para o mercado americano, com peças handmade com detalhes especiais. Meu objetivo era criar uma marca que imprimisse um lifestyle por trás dos produtos. Até hoje, fico impressionada ao lembrar como foi rápido que conquistamos nosso espaço nas publicações de moda americanas, nas melhores multimarcas de lá e no armário de mulheres icônicas do cenário internacional.
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Quais são os maiores desafios de ter uma marca brasileira baseada nos EUA?
A marca já nasceu nos Estados Unidos, então os desafios sempre foram nossa realidade. Fora as questões de modelagem, como tops com maior sustentação e calcinhas com maior cobertura, a logística e toda a parte de planejamento de produto são desafiadoras.
As peças são fabricadas nos EUA ou no Brasil?
Toda nossa produção é feita no Brasil. Fabricamos 100% dos nossos biquínis no nosso ateliê, em Petrópolis. São peças bem trabalhadas, com acessórios bordados, matéria-prima exclusiva, ou seja, com um grau de complexidade para serem feitas. E se no Brasil temos diversas lojas próprias, nosso modelo de negócio americano é mais fortemente ligado ao wholesale, por conta da nossa parceria com players como Saks, Nordstrom e Bloomingdale ‘s. Não podemos furar prazos de jeito nenhum, por exemplo. Fora as diferenças de sazonalidade. Mas, com nossos aprendizados durante todos esses anos, conseguimos manter um sortimento coeso e um posicionamento de marca em sintonia tanto no Brasil quanto fora, além de uma reputação com essas multimarcas incríveis, nossas clientes até hoje.
Falou sobre a modelagem dos biquínis para as americanas. As peças que vendem nos EUA são as mesmas que vendem no Brasil?
Como começamos nos Estados Unidos, sempre oferecemos a calcinha “full”, para quem quer mais cobertura. No entanto, a cada temporada, aumenta a procura e as vendas da modelagem ‘cheeky’, aquela menorzinha, com efeito empina-bumbum. O Brasil é mesmo referência em resort wear e as americanas também gostam de peças statement em propostas que a gente chama de ‘sexy-chic’. Temos as estações invertidas, então o que fazemos é oferecer o mesmo vestido com mangas para os EUA e sem mangas para o Brasil, por exemplo.
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Qual é a preferência das americanas e das brasileiras?
Por incrível que pareça, as americanas gostam mais de cor e estampas alegres. Já as brasileiras preferem as peças lisas em tons mais neutros.
Por que decidiu abrir sua primeira loja na Europa em Saint Tropez?
A cada verão, um novo balneário desponta como o hotspot da vez. Mas a cidade permanece como um clássico, uma referência dessa estética resort ‘effortless chic’ e atemporal que inspira todas as criações que saem do nosso ateliê para o mundo. Essa sinergia é natural, por isso a escolha.
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A fachada da loja em Saint Tropez
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Por dentro da loja em Saint Tropez
A fachada da loja em Saint Tropez
Como foi fazer uma collab com a Bianca Brandolini?
Foi tão natural, de verdade. Ela já usava as nossas peças, era nossa cliente. A gente começou a notar isso e, quando pisquei, estávamos juntas no ateliê, co-criando. Ela é filha de brasileira, tem apartamento no Arpoador e vem várias vezes por ano para o Brasil. Uma menina solar, com uma elegância despretensiosa, sabe? Viaja pelo mundo com leveza, tem um olhar sensível. Tudo fluiu muito bem.