Peça fundamental na história do basquete brasileiro, Hortência Marcari conquistou inúmeros títulos, incluindo uma medalha de prata na Olimpíada de Atlanta em 1996. Após sua carreira como atleta, ela continua a influenciar o esporte como comentarista e incentivadora.
Em uma Olimpíada marcada por inovações e, por que não, polêmicas, a coluna conversou com a eterna “Rainha” do basquete brasileiro para saber suas impressões sobre os Jogos Olímpicos da França e aproveitou para falar sobre a estreia de seu filho, João Victor Marcari Oliva, hoje no hipismo, ao lado de seu cavalo Feel Good, como o único representante do país na modalidade dressage. “Independente de ganhar medalha ou não, quero que meu filho se divirta e curta esse momento.” Confira a conversa a seguir.
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Quais são as suas impressões sobre a Olimpíada de Paris até agora?
Hortência: Sou meio suspeita porque eu amo Olimpíada. Acho que a união de todos, de todos os esportes, é uma sensação maravilhosa, todos os atletas juntos no mesmo lugar, acho muito legal. E estou podendo, inclusive, aprender sobre esportes que não estava acostumada a assistir. Mas, não estou me referindo ao desempenho do país, do Brasil em si, mas, no geral, tá muito legal. Você vê atletas se emocionando, chorando, decepcionados por não ganhar uma medalha, mas tudo isso faz parte do dia-a-dia. São sensações diferentes que vão do 8 ao 80.
Com relação à abertura da Olimpíada, que dividiu opiniões, o que você achou?
Hortência: Bom, eu achei que funcionou muito bem para a televisão. Aprender sobre a cultura da França, foi muito legal, foi um show. A maneira diferente como foi acesa a pira, que é a coisa que a gente mais espera, que um atleta mais gosta, foi totalmente diferente. Do lado do atleta, ele gosta de participar deste momento, mas nesta Olimpíada não deu para estar perto, os atletas passaram pelo Rio Sena e foram embora. Eles não viram um monte de coisas que, geralmente, dentro do Estádio Olímpico, se vê. Foi muito diferente. Acho que, pelo lado do atleta, não foi tão emocionante, não foi tão legal. Mas é uma coisa diferente, a gente não está acostumado a ver, e tudo que é diferente, gera um pé atrás. Mas, no geral, foi legal, eu gostei.
“Outro dia me perguntaram qual conselho eu daria para os atletas que iriam para a Olimpíada. Eu disse: fique longe do celular”
O quanto o excesso de redes sociais atrapalha a concentração dos atletas durante a Olimpíada?
Hortência: Outro dia me perguntaram qual conselho eu daria para os atletas que iriam para a Olimpíada. Eu disse assim: fique longe do celular. Por quê? Porque quando você acontece alguma coisa, uma vitória, uma derrota, qualquer coisa que você poste ali, não é todo mundo que vai gostar e não é todo mundo que também vai criticar. Você recebe algumas mensagens bacanas e tal, mas quando um atleta recebe mensagens negativas, bate muito forte na cabeça. Quer postar, posta, mas não vai ver o resultado, não vai ver o que as pessoas comentaram. Acho que o comentário é desnecessário neste momento. Então, de preferência, são 20 dias que você fique longe, só vá lá para falar com a sua família, para falar no WhatsApp com a sua família. Eu sei que muitos atletas, muitas pessoas utilizam as redes sociais para mostrar os bastidores, para ganhar seguidores, tudo. É normal, mas posta e não veja a mensagem que está ali, porque realmente atrapalha demais se o atleta não tiver uma concentração, um foco muito forte.
Como mãe, qual seu sentimento com a estreia de seu filho, João Vítor, no hipismo?
Hortência: O que a mãe espera de um filho? Que o filho seja feliz. Independente se vai ganhar medalha ou não, eu quero que o meu filho se divirta, que ele curta esse momento, e eu sei que ele está curtindo, eu sei que ele está feliz, que ele está aproveitando bastante essa oportunidade de estar ali, interagindo, vivendo esse momento maravilhoso.
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