O diretor de cinema David Lynch morreu nesta quinta-feira (16), aos 78 anos, anunciou sua família em um post no Facebook. “Gostaríamos de ter um pouco de privacidade neste momento. Há um grande buraco no mundo agora que ele não está mais conosco”, diz a postagem.
Um dos nomes mais lendários de Hollywood, Lynch fez fama por suas produções surreais e perturbadoras, misturando elementos de suspense e horror. Indicado quatro vezes ao Oscar, seu currículo incluiu filmes como “Veludo Azul”, Mulholland Drive” e a série “ Twin Peaks”. Em 2019, recebeu um prêmio honorário da Academia por suas contribuições ao cinema
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A causa de morte não foi divulgada, mas Lynch revelou em 2024 que havia sido diagnosticado com enfisema pulmonar após uma vida inteira como fumante.
Vida e carreira de David Lynch
Nascido em Missoula, no estado americano de Montana, Lynch passou sua infância em diversas cidades, experiências que influenciaram profundamente sua visão artística.
Após estudar artes na Filadélfia e se aventurar no mundo dos curtas, Lynch iniciou sua carreira cinematográfica com o longa-metragem “Eraserhead” em 1977, uma obra que rapidamente se tornou cult.
Em 1980, dirigiu “The Elephant Man”, que lhe rendeu aclamação da crítica e múltiplas indicações ao Oscar. Seguiram-se trabalhos notáveis como “Blue Velvet” (1986) e “Mulholland Drive” (2001), consolidando sua reputação de mestre do surrealismo no cinema. Na televisão, Lynch revolucionou o formato com a série “Twin Peaks” (1990), que se tornou um marco cultural e influenciou gerações de cineastas.
Com suas obras visualmente deslumbrantes e perturbadoras, repletas de sequências de sonhos e imagens bizarras, Lynch foi considerado um mestre do surrealismo e um dos cineastas mais inovadores de sua geração.
Enigmático artista e devoto da meditação transcendental, ele preferia não explicar seus filmes complexos e desconcertantes, entre eles “Coração Selvagem”, o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes de 1990. Seu estilo de fazer filmes levou ao termo Lynchian, que a revista Vanity Fair descreveu como estranho, assustador e lento. Em seus filmes, o cineasta inseriu o macabro e perturbador no ordinário e mundano e aumentou o impacto com música.
Além de sua contribuição ao cinema e à TV, Lynch era um artista multifacetado, dedicando-se também à pintura e à música, com diversos álbuns e publicações em seu nome.
Em seus últimos anos, dedicou-se a fazer documentários, curtas-metragens, pinturas e um canal no YouTube. Ele lançou álbuns, videoclipes, trilhas sonoras e livros, incluindo seu livro de memórias de 2018 “Room to Dream”.
O aclamado diretor foi casado quatro vezes e pai de quatro filhos. “Eu amo o que faço e posso trabalhar em coisas que quero trabalhar. Gostaria que todos tivessem essa oportunidade”, disse ele ao Vulture.com em uma entrevista de 2018.
*com Reuters