
Um novo artigo da Variety parece funcionar como uma espécie de análise pós-lançamento de “Branca de Neve”, que teve um desempenho fraco nas bilheteiras após um fim de semana de estreia abaixo do esperado. O artigo foca na atriz Rachel Zegler e em suas declarações nas redes sociais contra Trump e a favor da Palestina durante a promoção do filme — período em que também sofreu assédio racista online.
Os tweets foram considerados relevantes a ponto de Marc Platt, produtor de renome do filme, viajar para Nova York para conversar com Zegler sobre sua publicação “Free Palestine”. A atriz manteve sua posição e não excluiu a postagem.
A mensagem transmitida é clara, retratando Zegler como uma estrela que pode ter prejudicado seu próprio filme por causa de política, sem dar muita atenção ao fato de que a produção simplesmente não foi bem recebida. O filme passou por múltiplas refilmagens, algo que não tem relação com as opiniões políticas de Zegler, e o resultado final foi a adaptação live-action da Disney com a pior avaliação já registrada. Isso pode ser facilmente comprovado pelos números. Classificados por arrecadação nas bilheteiras, aqui estão os índices de aprovação de cada uma dessas adaptações:
- O Rei Leão – US$ 191 milhões (R$ 1,146 bilhão), 51% de aprovação da crítica
- A Bela e a Fera – US$ 174 milhões (R$ 1,044 bilhão), 71% de aprovação da crítica
- Alice no País das Maravilhas – US$ 116 milhões (R$ 696 milhões), 50% de aprovação da crítica
- Mogli: O Menino Lobo – US$ 103 milhões (R$ 618 milhões), 94% de aprovação da crítica
- A Pequena Sereia – US$ 95 milhões (R$ 570 milhões), 67% de aprovação da crítica
- Aladdin – US$ 91 milhões (R$ 546 milhões), 57% de aprovação da crítica
- Malévola – US$ 69 milhões (R$ 414 milhões), 54% de aprovação do público
- Cinderela – US$ 67 milhões (R$ 402 milhões), 84% de aprovação da crítica
- Branca de Neve – US$ 43 milhões (R$ 258 milhões), 42% de aprovação da crítica
- Mufasa: O Rei Leão – US$ 35 milhões (R$ 210 milhões), 56% de aprovação da crítica
Certamente, há alguma variação e alguns outros desempenhos fracos, mas “Branca de Neve” é a adaptação com a menor arrecadação e uma das piores avaliações do público. O artigo da Variety também sugere que “Branca de Neve” seria o filme mais icônico do catálogo da Disney, mas, embora a personagem seja muito conhecida, trata-se de um remake de um filme lançado originalmente em 1937, há quase cem anos. Não é surpresa que adaptações mais recentes e populares, como “O Rei Leão”, “A Bela e a Fera”, “A Pequena Sereia” e “Aladdin”, tenham tido um desempenho melhor.
É provável que a Disney não enfrente tantos problemas com suas próximas adaptações live-action, como “Lilo & Stitch” e “Moana”, que não são filmes de 90 anos atrás. No entanto, isso não terá qualquer relação com seus elencos ou com posicionamentos políticos dos atores.
Zegler, frequentemente citada como um dos poucos pontos positivos nas críticas de “Branca de Neve”, não é a responsável pelo fracasso do filme nas bilheteiras, e os problemas reais parecem ser bastante evidentes.