Primeiras impressões: nova geração do BMW X1 está melhor e mais ousada

A 30 metros de distância, é difícil dizer que o BMW X1 2023 não é do tamanho dos maiores X3 e X5. Ele corresponde às suas proporções quase exatamente, apenas em uma escala menor. Também é bonito, com linhas limpas e esculpidas que evitam em grande parte as controvérsias estéticas de outros BMWs recentes. Mas a beleza do novo X1 não é superficial: há mais potência, mais diversão ao volante e sistemas mais modernos também.

Leia mais: BMW produzirá Série 3 e nova geração do X1 no Brasil

Leia mais: BMW anuncia R$ 50 milhões para ampliar produção em Manaus

Sob a carroceria, o novo e de repente muito crescido X1 manteve a plataforma de tração dianteira UKL2, compartilhada com o Mini Countryman e o Mini Clubman. “UKL” significa “Untere Klasse”, que se traduz em “classe inferior”. Contudo, os compradores não devem supor que este BMW mais barato é de alguma forma uma máquina de condução “menor”.

O uso da arquitetura existente também não limita os talentos dinâmicos do veículo. O chassi foi ajustado de forma abrangente e a aptidão da BMW para tornar os veículos divertidos está viva e preservada.

Não há uma versão M equivalente às AMG dos Mercedes GLA e GLB, mas entre a multidão de crossovers de luxo – que inclui Audi Q3, Lexus UX e Volvo XC40 –, o X1 é a escolha mais atlética e ainda mais rápida agora.

No evento para a imprensa especializada organizado pela BMW no sul da Califórnia, experimentei o X1 pelas mesmas estradas que há pouco tempo usei para testar o M240i e o M3. Embora você não possa esperar que um crossover compacto se comporte como esses esportivos, o X1 se mostrou mais entusiasmado do que antes. Ele também possui infoentretenimento e experiências internas amplamente aprimorados, tudo a um preço apenas marginalmente mais alto do que antes.

Escultura em Canyon

A potência vem do motor 2.0 turbo de quatro cilindros, da série B48, que produz 248 cavalos de potência e 40,8 kgfm de torque – 13 cv e 5 kgfm mais poderoso do que antes. E agora está acoplado a uma transmissão automática de dupla embreagem e sete marchas que, apesar de ter uma marcha a menos do que o antecessor, nunca deixa de responder com precisão aos comandos do seu pé direito. Parece mais rápido do que antes, embora os números em linha reta sejam praticamente os mesmos.

Existem várias opções de rodas e pneus e um pacote M Sport, que adiciona uma suspensão adaptativa e uma variedade de ajustes centrados na dirigibilidade. Mas mesmo o modelo básico tem uma personalidade envolvente. O antigo X1 já era divertido, mas as respostas do novo parecem um pouco mais nítidas e há menos ruído na estrada. A arrancada até os 100 km/h leva 6 segundos.

O X1 estava perfeitamente feliz rasgando estradas entre cânions e sinuosas montanhas, embora não com a velocidade de algo como um M3. Ele comunica bem seus limites. Os pneus não uivam em protesto, a menos que você faça algo realmente tolo. E o SUV não fica todo torto se você entrar em uma curva um pouco rápido demais e tiver que corrigir.

Rodas de 18 polegadas com pneus para todas as estações são padrão, mas os pacotes M Sport e xLine abrem opções de 19 ou 20 polegadas. Para aqueles que realmente querem dirigir vigorosamente e não moram em nenhum lugar onde neva, esses pneus aprimorados tornarão o X1 ainda mais divertido. Eles também aumentam a velocidade máxima de 208 para 240 km/h.

O X1 não é realmente um off-road sério e a suspensão firme pode ficar cansativa após algumas horas de estradas de terra. No entanto, ele conta com controle de descida em rampa e uma adequada distância do solo de 20,6 cm, como convém a um SUV, e por isso deve se comportar muito bem em estradas com um pouco de lama ou neve.

O que não é tão bom? O sistema start-stop de economia de combustível, que foi mais lento na retomada e mais intrusivo no cotidiano do que deveria. Os outros sistemas do X1, no entanto, foram aprimorados.

Displays curvos, iDrive 8 e assistente pessoal inteligente

Se há uma área em que o novo X1 é melhor do que o antigo, é a experiência digital. Para comparar com precisão onde o X1 estava antes, passei alguns dias com um X2 (mecanicamente idêntico ao antigo X1 e compartilhando grande parte de seu interior) logo após meu passeio no novo X1. A diferença é gritante.

Ao entrar, o motorista é imediatamente recebido pelo novo display curvo da BMW. A versão do X1 é menor do que a vista no iX, mas não menos visualmente impressionante. O painel de instrumentos digital de 10,3 polegadas e a tela de infoentretenimento de 10,7 polegadas são muito mais modernos do que a antiga tela de 8 polegadas e os medidores analógicos da geração anterior. Há mais resolução, belos gráficos coloridos novas e úteis configurações.

Embora o sistema iDrive 7 do modelo antigo fosse fácil de operar se você o conhecesse, há menos curva de aprendizado na nova interface do iDrive 8 e os menus são mais visuais e menos distrativos em movimento, ainda que a tela seja muito maior e mais próxima da linha de visão do motorista. O X1 agora oferece Apple CarPlay e Android Auto e Intelligent Personal Assistant (IPA) atualizado.

Comandos de voz funcionavam bem no modelo anterior, mas o novo assistente é muito mais capaz de entender a fala humana, compatível com os sistemas de comando de voz recentemente atualizados da Mercedes-Benz e da Lexus. Basta ativá-lo dizendo “hey BMW”. O IPA está sempre ouvindo e às vezes é ativado quando você está conversando sobre BMWs com seus passageiros.

Espaço interior

Cerca de duas polegadas a mais no geral e uma polegada mais larga e mais alta do que antes, o novo X1 é um pouco maior por fora, mas um pouco menor por dentro. Mas ainda supera todos os seus rivais, com exceção do GLB, mais longo.

Medindo 4,51 cm no comprimento, o X1 está onde o X3 estava quando era novo, no início dos anos 2000. O X1 já tinha uma área de banco traseiro maior do que o Audi Q3 e o Lexus UX e ainda tem, embora as pessoas altas na parte de trás terão que se encolher um pouco.

Na frente, os bancos são bem reforçados e firmes sem serem desconfortáveis, muito de acordo com outros BMWs.

Em resumo, o novo X1 oferece a mesma personalidade lúdica que tinha antes, apenas com mais refinamentos e sistemas muito mais modernos envolvidos, visualmente agradável ​​por dentro e por fora. É difícil não gostar dele.

A BMW já confirmou a produção do novo X1 no Brasil, onde o modelo deve estrear no próximo ano.