Enquanto a China Association of Automobile Manufacturers (CAAM) projeta que o mercado chinês venderá 8,5 milhões de veículos movidos a eletricidade em 2023, a frota total de eletrificados em circulação no Brasil alcançou 131.007 unidades em janeiro passado, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
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Contudo, a alta de 41% nos emplacamentos de carros e comerciais leves eletrificados em 2022 (49.245 exemplares) sobre 2021 (34.990) revela o avanço dos elétricos e híbridos no mercado nacional, ainda anos-luz distante do chinês por que aqui, diferente de lá, modelos do tipo estão concentrados no segmento de luxo.
Entre os elétricos, os mais vendidos no segmento premium foram:
Volvo XC40: 1.913 emplacamentos
Não surpreende o elétrico mais vendido não somente do segmento de luxo, mas de todo o mercado de elétricos ser o XC40. Por R$ 399.950, junta num pacote razoavelmente compacto (são 4,40 metros de comprimento) espaço interno (bons 2,70 m de entre-eixos e 414 litros de porta-malas), acabamento luxuoso ser ostentação, ótima dirigibilidade, status, conforto, tecnologia e um desempenho que deixa para trás muito esportivo.
Ao entrar no carro, sequer precisamos ligá-lo. Já está tudo pronto para partir, basta engatar Drive e sair. Desde as informações expostas no sucinto painel de instrumento até a operação da central multimídia na vertical, tudo é simples e fácil, uma tradução automotiva da filosofia sueca de não complicar a vida. Carros perfeitos não existem, mas o XC40 fica bem perto disso.
Volvo C40: 584 emplacamentos
Tudo o que o XC40 representa, mas com mais estilo – e apenas 1 litro a menos para as bagagens. Mais aerodinâmico, supera por pouco a autonomia do SUV de estilo convencional: 247 km ante 231 do XC40. Mas os estimados 28 minutos para recarregar de 10 a 80% (com carregamento rápido DC de 130 kW) da bateria são os mesmos. Custa um pouco mais, no entanto: R$ 429.950.
Mini Cooper SE: 384 emplacamentos
Nesta terceira geração, o Cooper S E carrega uma bateria de 32,64 kWh de armazenamento, dividida em 12 módulos, cujo tempo de recarga em um Wallbox de 11 kW é de duas horas e dez minutos. Quando conectada a uma corrente rápida (DC), pode ser restaurada em 29 minutos. Ela abastece um motor de 184 cv e 27,5 kgfm de torque.
A autonomia de 234 km não é o ponto forte do Cooper S E, mas neste caso o alcance não é prioridade, pois o Mini é um carro essencialmente urbano, além de confortável e espaçoso para motorista e passageiro, caprichosamente bem acabado, descolado, rápido e, sobretudo, divertido. É disso que se trata um Mini, afinal – e prova-se agora que a matriz energética fica em segundo plano nesse intento. Pois de resto está tudo ali: direção direta e aguçada, suspensão firme e o tal do “kart feeling”.
Não chega a ser uma barganha, mas o preço de R$ 257.990 é interessante para um carro com a carga cultural e emocional do Mini.
Audi e-tron: 335 emplacamentos
Lançado em 2019, o e-tron não está no time dos futuristas (BMW iX), mas também não pode ser classificado como um minimalista tal qual o XC40. Afora a ausência do ronco do motor, percebe-se que este é um Audi diferente por duas dicas: a grade frontal fechada e os retrovisores reduzidos, que abrigam não espelhos, mas uma câmera que projeta para a parte inferior das portas dianteiras as imagens captadas externamente. Funciona? Funciona. É dispensável? É.
No mais, a cabine do e-tron exibe o laytout que como poucos atualmente casa elegância e modernidade. Não é extravagante como os Mercedes, tampouco sóbrio quanto os Volvo – o painel de instrumentos Virtual Cockpit não é mais novidade, mas ainda encanta pelo visual e e facilidade de leitura. Equipado com dois motores, o e-tron soma 408 cv e 67,7 kgfm de torque, suficientes para embalar com vigor seus elevados 2.730 kg. Com a versão S Sportback, ganha-se estilo e força: 503 cv e 99,2 kgfm de torque. Como todo Audi, seu maior trunfo é a mensagem de qualidade, robustez, vanguardismo e desempenho combinados num carro só.
Porsche Taycan: 241 emplacamentos
Apesar de ser a primeira incursão da Porsche em veículos elétricos, o Taycan é um cupê de quatro portas excepcionalmente bem executado e muito rápido – na versão Turbo S, talvez mais do que o corpo humano possa suportar, já que os olhos chegam a apertar quando pisamos com mais fúria no acelerador.
A posição de dirigir é típica dos Porsches à combustão: banco rente ao chão, volante bem na vertical e uma oferta de comandos que rodeia o motorista. Mas há peculiaridades, como o painel de instrumentos digital dividido em três ambientes e alavanca do câmbio ao seu lado, onde geralmente vai a ignição de outros modelos. Partindo de R$ 629 mil, pode chegar a R$ 1.099.000 na topo de linha Turbo S.
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