A Stellantis superou nesta quarta-feira (22) previsões de resultados, impulsionada por preços altos de veículos e sinergias acima do esperado com o processo de fusão que originou a companhia. O grupo, porém, alertou que o cenário mostra pressão sobre os preços diante do processo de normalização das cadeias de fornecedores.
Em meio à forte demanda, a escassez de componentes eletrônicos permitiu que as montadoras aumentassem os preços dos veículos. A Stellantis disse que seu lucro operacional para o ano de 2022 aumentou 29%, apesar de uma queda de 2% nas vendas.
“O poder de precificação ficará sob pressão devido ao reequilíbrio entre oferta e demanda”, alertou o presidente-executivo, Carlos Tavares. “Acreditamos que, por meio da forte carteira de pedidos que temos, temos algum tempo para nos adaptar… O nome do jogo é reduzir os custos totais de produção mais rapidamente do que a erosão do poder de precificação”, acrescentou Tavares.
A Stellantis, criada há pouco mais de dois anos a partir da fusão de Fiat Chrysler e Peugeot PSA, disse que seu lucro operacional no segundo semestre do ano passado cresceu 17%.
O grupo automotivo anunciou um programa de recompra de ações no valor de até 1,5 bilhão de euros para 2023 e disse que pagará um dividendo de 4,2 bilhões de euros relativos aos resultados de 2022, ou 1,34 euro por ação.
A companhia disse que alcançou sinergias de caixa de 7,1 bilhões de euros no ano passado, superando a meta de 5 bilhões até 2024 que havia estabelecido no momento da fusão.
O lucro operacional medido pelo Ebitda no segundo semestre de 2022 foi de 10,95 bilhões de euros, superando a estimativa média de 9,63 bilhões de euros, segundo pesquisa da Reuters com analistas.
A margem Ebitda ajustada foi de 12% no período de julho a dezembro, abaixo dos 14,1% nos primeiros seis meses do ano. Mas a empresa ainda atingiu meta de margem de “dois dígitos” no ano passado.
O Stellantis, que no Brasil é o maior grupo automotivo do país, não informou desempenho por região. A empresa, porém, afirmou que a região chamada de “terceiro motor” – Oriente Médio e África, América do Sul e China e Índia e Ásia Pacífico – teve crescimento de receita líquida de 34%, “fazendo progresso em alcançar a meta de ser mais de 25% do faturamento global até 2030”, segundo o balanço.