Lançado em outubro de 2009 para ser o utilitário esportivo de entrada da BMW, o X1 perdeu personalidade ao avançar à segunda geração, sete anos depois: a tradicional tração traseira deu lugar à dianteira e o peculiar estilo que se aproximava de algo como um hatch anabolizado foi sobreposto pelo contorno mais genérico dos SUVs.
Agora, a terceira desembarca no Brasil sem rupturas de caráter, mas apresentando evoluções em desempenho, conforto e tecnologia. São três versões: sDrive18i GP (R$ 296.950), sDrive20i X Line (R$ 328.950) e sDrive20i M Sport (R$ 349.950).
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Baseado em uma evolução da plataforma UKL, que estreara justamente no modelo anterior, nesta terceira encarnação o X1 ficou maior. São 4,5 m de comprimento, 2,69 m de entre-eixos, 1,84 m de largura e 1,64 m de altura, acréscimos de 61, 22, 24 e 20 milímetros respectivamente.
Na prática, o X1 ficou mais imponente, altivo, quase se passando por um SUV de categoria superior; lá dentro, está notoriamente mais amplo, sem dever espaço para qualquer passageiro, seja ocupante da primeira ou da segunda fileira de bancos. O porta-malas carrega até 476 litros com os bancos na posição normal e 1.527 litros com os bancos rebatidos.
Há também avanços na motorização. Além de um estreante 1.5 turbo de três cilindros, 156 cv e 23,4 kgfm de torque (que já foi usado no extinto X2 e agora equipa a configuração de entrada do X1), as versões X Line e M Sport guardam sob o capô um 2.0 turbo de nova geração, que aqui rende 204 cv e 30,6 kgfm de torque, ganho de 12 cv e 2 kgfm em relação ao antecessor. Ambos estão associados a um câmbio de 7 marchas de dupla embreagem.
De acordo com o programa Conpet, do Inmetro, a versão sDrive18i tem consumo aferido de 11,4km/l em ciclo urbano e 13,5km/l na estrada. Já as versões sDrive20i alcançam médias de 10,7km/l e 13km/l, em ciclos urbanos e de estrada, respectivamente.
Como é o novo X1
Aos poucos, a experiência digital vai sobrepondo a experiência ao volante – e na prateleira da BMW, cuja quintessência é o prazer de dirigir, as exceções rareiam. O X1 não é uma delas.
É o que o quadro de instrumentos e a central multimídia integrados não deixam negar, e se as telas têm engolido a humanidade fora dos carros, dentro deles não seria diferente. Na última edição do Consumer Electronics Show (CES), a própria BMW mostrou um conceito com um head-up display que se estendia por todo o para-brisa.
Esses dois tablets (de 10,2 e 10,7 polegadas) encantam os olhos com seus grafismos e causam dois efeitos. Um é a escassez de botões físicos, o que pode incomodar aqueles desacostumados a operar o ar-condicionado ou o rádio por toques (em resumo todo mundo da Geração Z para trás); e o outro é a criação de um enorme porta-objetos entre os passageiros da frente. Destaca-se ali a genial solução para amparar o smartphone.
A ergonomia é excelente, com bons ângulos de distância e profundidade do volante e o sempre desejado extensor de assento, recurso que deveria ser, mas por motivo desconhecido não é padronizado no segmento de luxo. O acabamento na cabine é impecável, mesclando superfícies emborrachadas, alumínio e couro.
O console central suspenso que aglutina o seletor de marchas, volume do sistema de som, modos de direção e freio de estacionamento eletrônico tem se tornado marca registrada dos últimos modelos da BMW.
Forbes Motors experimentou a versão M Sport, que entregou desempenho empolgante nas acelerações, retomadas e se mostrou bem estável. As trocas de marchas são rápidas e, se o desejo for um passeio frugal, o conjunto abandona uma certa esportividade em prol de uma condução suave.
Enquanto a primeira geração ficou marcada por uma tocada mais afiada – embalada pela pureza da tração traseira – e a segunda por uma certa apatia, a terceira encarnação do X1 será lembrada por ter sido a primeira a comportar uma versão 100% elétrica – próximo lançamento da gama, o iX1 chega ainda em 2023.
Antes, contudo, será a vez do X1 nacional, programado para este mês.