Performante é a mais recente evolução do SUV superesportivo Lamborghini Urus, que existe desde o final de 2017. Neste estágio maduro do ciclo do produto, o plano de negócios do CEO da marca italiana, Stephan Winkelmann, entra em ação com variantes sutis para impulsionar as vendas e transformar os “early adopters” em novos clientes.
Veja fotos do Lamborghini Urus Performante:
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Foto: divulgação Lamborghini Urus Performante
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Foto: divulgação Lamborghini Urus Performante
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Foto: divulgação Lamborghini Urus Performante
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Foto: divulgação Lamborghini Urus Performante na cor Viper Green
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Foto: divulgação Lamborghini Urus Performante
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Lamborghini Urus Performante
Não se trata de uma evolução selvagem do Urus, mas adiciona truques aerodinâmicos, é mais leve, comprovadamente mais rápido e oferece outros factóides de desempenho para aumentar o nível da categoria.
Como o Urus se baseia na plataforma MLB – mesma base de Porsche Cayenne, Bentley Bentayga e Audi Q7 –, o desenvolvimento em Sant’Agata (sede da Lambo) sempre foi uma questão de calibração do trem de força, da suspensão, dos freios e, claro, uma personalização externa e interna.
Em outras palavras, além da carroceria que ecoa a linguagem de design daquele lendário caminhão de reconhecimento militar do deserto, o LM002, dos anos 1980, o Urus tem tudo a ver com o trabalho do computador – e com elementos de engenharia compartilhados, o diabo está nos detalhes, e os detalhes significam a diferença entre as marcas do Grupo Volkswagen.
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A potência vem da mais alta especificação do 4.0 V8 biturbo do conglomerado, que viu a luz do dia pela primeira vez no Porsche Panamera. No Urus são 665 cavalos de potência, um pouco mais do que o Urus padrão e um pouco mais do que o mesmo V8 encontrado no Porsche Cayenne Turbo GT, embora isso seja talvez um erro de arredondamento para fins de marketing.
O torque chega a 86,7 kgfm, e combina com as trocas rápidas e nítidas, mas também suaves da transmissão automática de oito marchas. Resultado: 0 a 100 km/h em insanos 3,3 segundos, o que é tão rápido quanto alguns supercarros de poucos anos atrás e alguns milésimos mais rápido do que o SUV em sua configuração padrão. Nas arrancadas de semáforo o Urus brilha. Velocidades de passeio e de três dígitos são separadas por suspiros.
Deixe o câmbio no modo automático para mudanças de marcha perfeitas, ou acione o modo manual para o desafio adicional de pressionar as aletas atrás do volante antes de atingir a faixa vermelha do conta-giros. Seja como for, o Urus salta de um jeito impressionante para um carro que pesa 2.160 kg.
Com a Bentley aposentando seu W12 biturbo para aplacar as demandas ambientais, o Urus Performante e as versões Turbo GT e e-Hybrid do Porsche Cayenne são os três melhores e mais distintos desempenhos desta plataforma MLB e sua variante MLB-Evo.
A competência do Urus em estradas sinuosas combinada à utilidade cotidiana reafirma o argumento de que os supersuvs são os sucessores dos GT’s dos anos 1950 e 1960, assumindo o papel de modelos como o Lamborghini Espada, de duas portas. Ok, SUVs são algo mais próximos a peruas de quatro portas e não Gran Turismos em sua essência, mas cumprem uma missão semelhante: são grandes, rápidos e eficientes em garantir conforto em viagens de longas distâncias.
E, graças a todos os sensores e intervenções tecnológicas do século 21, o Urus é totalmente funcional no tráfego matinal (e infernal) das grandes cidades. Como é de se esperar de um carro do Grupo Volkswagen, a relação homem-máquina é excelente. Grande como é, o Urus torna-se uma extensão de si mesmo quando em movimento. As linhas de visão são excelentes, o veículo é fácil de se colocar em uma esquina, em uma espiral íngreme e apertada de garagem ou em um drive-through fortemente limitado – essas lindas rodas não vão acabar raspadas no meio-fio.
Estilo
Chefe de design da Lamborghini, Mitja Borkert precisava de comprimento extra para oferecer aquele arco gracioso típico dos carros da marca, e por isso optou pela versão de entre-eixos mais longo da plataforma MLB. O resultado prático é um excelente “pé-direito” traseiro e uma moldura alta da porta traseira. Tenho mais de 1,80 m de altura e não tive problemas para acessar o banco de trás. Há amplo espaço para as pernas, joelhos, cabeça e pés na segunda fileira. nos fundos para uma carona até o campo com seus amigos idiotas. Quanto ao porta-malas, o Urus pode levar de carrinhos de bebê à bagagem de viagem de uma família inteira.
Uma vez que Lamborghinis devem ser exuberantes e frenéticos – como uma jujuba psicodélica –, as opções de cor incluem Green Viper (verde), Arancio Borealis (laranja) e Giallo Inti (amarelo), remetendo aos Countach e Miura dos Swingin’ Sixties e dos Groovin’ Seventies. Mas, se não for chamativo o bastante, o cliente pode recorrer ao ateliê de personalização Ad Personam e pintar a carroceria no roxo Viola Parsifae. Vale lembrar que Lamborghinis não são flores de parede, não são para os tímidos e retraídos e não são sutis.
Negativos? Provavelmente devido às rodas opcionais de 23 polegadas com enormes Pirelli (285/35 na frente e 325/30 na traseira, o que é muito pneu), em alguns trechos de paralelepípedos e remendados da avenida o carro balança levemente de um lado para o outro, um movimento que os engenheiros do chassi chamam de “shimmy lateral”. Chame de preço da beleza. Dito isto, nem essa questão limitou o ângulo de esterço do Urus.
Outro negativo? As mudanças de marcha para cima são pura seda, mas ao reduzir manualmente com os paddle shifts fica claro que esta é uma transmissão convencional com conversor de torque e não uma caixa de dupla embreagem, já que o trem de força bufa levemente.
Depois de vários anos atuando simultaneamente como CEO da Lamborghini e da Bugatti – tendo transformado a marca francesa de um obstáculo manco nos lucros do Grupo Volkswagen para uma empresa vibrante no auge da aspiração –, Stephan Winkelmann agora está focado exclusivamente na montadora italiana.
E com isso o Urus empurrou a produção anual total da Lamborghini para mais de 9 mil unidades, um fato que não passou despercebido pelos rivais de Maranello, que reagiram com o Purosangue. O Urus representa 58% das vendas globais anuais da Lamborghini e 57% das vendas nos EUA.
Assim como o Cayenne e o Macan na Porsche, o Urus – em resumo um quatro portas espetacular para o dia a dia com desempenho de supercarro – gera lucro, permitindo que a Lamborghini financie o desenvolvimento de supercarros exclusivos que definem a marca.
*Como editor de revistas e profissional de marketing de montadoras, Mark Ewing passou sua vida em torno de carros esportivos e especiais. Twitter: @markewing1941.
(Traduzido por Rodrigo Mora)