Existem muitos equívocos sobre veículos elétricos (EVs), previsivelmente porque a maioria dos consumidores acredita que eles são simplesmente versões elétricas de veículos a combustão – para eles, as montadoras simplesmente trocaram o motor movido a gasolina ou diesel por um motor elétrico.
Os 10 elétricos mais vendidos no Brasil em julho, segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico):
-
Foto: divulgação BYD D1: 143 emplacamentos
-
Foto: divulgação Volvo XC40: 106 emplacamentos
-
Foto: divulgação BYD Yuan Plus: 97 emplacamentos
-
Foto: divulgação Chevrolet Bolt: 84 emplacamentos
-
Anúncio publicitário -
Foto: divulgação BYD Dolphin: 80 emplacamentos
-
Foto: divulgação Volkswagen ID.4: 50 emplacamentos
-
Foto: divulgação Volvo C40: 44 emplacamentos
-
Foto: divulgação Jac E-JS1: 39 emplacamentos
-
Foto: divulgação BMW iX3: 39 emplacamentos
-
Foto: divulgação Mini Cooper S E: 29 emplacamentos
-
Foto: divulgação Hyundai Kona: 26 emplacamentos
BYD D1: 143 emplacamentos
A verdade é que os EVs são muito mais complexos eletronicamente, mas muito mais simples (com menos partes móveis) mecanicamente, o que torna a experiência de compra e propriedade muito diferente.
1 – Elétricos são mais caros que os veículos a combustão
No geral, os veículos elétricos custam entre 10% e 40% a mais do que seus equivalentes somente a combustão. Isso normalmente se traduz em valores entre US$ 8.000 e US$ 25 mil superiores. Não culpe as montadoras pelo sobrepreço, pois o custo de fabricação de um EV é significativamente maior graças a minerais caros, como lítio, cobalto e níquel, que são usados para fabricar as baterias. Para piorar as coisas, baterias maiores são necessárias para veículos com alcance estendido.
2 – Descontos e incentivos para reduzir o custo de compra
Para tornar as compras de EVs mais atraentes, há incentivos, abatimentos e créditos fornecidos aos compradores. Em 2008, o governo federal dos EUA começou a oferecer créditos fiscais de até US$ 7.500 para a compra de um EV ou um híbrido plug-in (PHEV). No ano passado, uma lei direcionada à redução da inflação revisou o programa de descontos para incentivar as montadoras a fabricar mais carros eletrificados, com fortes incentivos para aquelas que fabricam seus veículos elétricos no mercado interno. Atualmente, existem descontos e incentivos federais, estaduais, de fabricação e até mesmo de serviços públicos locais para aqueles que estão no mercado de um veículo elétrico novo ou usado.
3 – São mais convenientes para dirigir e possuir
A propriedade de um veículo elétrico exige uma unidade de carregamento doméstica, o que praticamente elimina a necessidade de visitar uma estação pública no uso cotidiano. Assim, os proprietários acordam com um veículo elétrico totalmente carregado todas as manhãs – sem a necessidade de visitar um posto de gasolina. E como não precisam de “aquecimento” (ao contrário dos veículos a combustão, que precisam de tempo para aquecer seus lubrificantes), podem ser usados em viagens curtas frequentemente, com vários ciclos de partida/parada, sem a preocupação com danos mecânicos, estando sempre prontos. E, como benefício adicional, o ar-condicionado aquece quase imediatamente nos dias frios de inverno.
4 – Requerem manutenção mínima
Carros a combustão têm cronogramas de serviço muito abrangentes para cobrir trocas de óleo e demais fluidos, substituições de velas de ignição e de correia dentada etc. Em contraste, os elétricos têm um motor relativamente simples que é virtualmente livre de manutenção – não há trocas de óleo, velas de ignição para desgastar ou caixas de câmbio para reparar. Como usam frenagem regenerativa (o motor é recarregado durante a desaceleração), pastilhas e rotores de freio também duram muito mais.
5 – Têm uma vida útil muito longa
Embora os veículos com motores convencionais, com a manutenção em dia, provavelmente tenham uma vida útil de aproximadamente 350 mil quilômetros, os EVs são equipados com motores elétricos com vida útil quase ilimitada. Em outras palavras, um EV que foi bem mantido mecanicamente (e cosmeticamente) poderia, teoricamente, ultrapassar 1 milhão de quilômetros antes de precisar de um grande reparo.
*Michael Harley é um especialista da indústria automotiva que ocupou cargos importantes na Kelley Blue Book, J.D. Power and Associates, Autoblog, AutoWeb, Autotrader, CarExpert e Autobytel. Como um respeitado analista da indústria, foi citado pelo Wall Street Journal, New York Times, Los Angeles Times e USA Today. Michael apareceu no Good Morning America da ABC, CBS, NBC e Fox News, e seu trabalho apareceu nas revistas Forbes, New York Daily News, European Car, Excellence, Robb Report e Panorama. Michael atuou como jurado do North American Car, Utility and Truck of the Year (NACTOY) e World Car Awards (WCA), e atuou como presidente da Motor Press Guild, a maior associação de mídia profissional da América do Norte. Ele também é membro do Trunk Slammers, uma sociedade apenas para convidados de motoristas entusiastas. Seu primeiro livro, One More Than 10: Singer and the Porsche 911, foi publicado em 2015. Michael e sua família moram no sul da Califórnia.
(Traduzido por Rodrigo Mora).