Não muito tempo depois de os proprietários da Cybertruck começarem a receber seus carros, juntei-me a um grupo de pessoas que estavam conhecendo duas dessas picapes futurísticas perto do meu local de trabalho. O clima era casual e curioso. Uma delas foi alugada pelo YouTuber Kyle Conner, e a outra era propriedade de Ben Levin, um dos primeiros sortudos compradores.
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Curiosa, pedi para entrar em uma das Cybertruck e dar uma olhada. A diversão de descobrir coisas em um carro novo nunca envelhece. Mas esta picape não é como qualquer outro veículo. Não há maçanetas nas portas. E isso é apenas o começo do que é diferente.
Veja fotos da Tesla Cybertruck:
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Foto: divulgação Picape pode ter até três motores elétricos e começa em US$ 60 mil
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação “É uma picape incrivelmente útil”, segundo Elon Musk, CEO da Tesla
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
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Foto: divulgação Picape pode ser equipada com até três motores e chegar aos 100 km/h em 2,6 segundos
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Foto: divulgação Tesla Cybertruck
Picape pode ter até três motores elétricos e começa em US$ 60 mil
Para abrir a porta, bati em uma pequena luz na coluna B e ela se abriu. Logo depois que comecei a dar uma olhada, alguém me pediu para estacionar a caminhonete. Então eu o fiz. (E essa foi a extensão do meu test-drive; pretendo dirigi-la novamente em breve e compartilharei minha longa experiência quando o fizer).
Mas demorei um minuto para me achar. O primeiro desafio? Encontrar o seletor de marcha. Não há botões e nem alavancas. Não há painel de instrumentos para o motorista ou hastes no volante. Os piscas, o limpador de para-brisa e os faróis são mostradores no volante.
O único lugar onde o seletor de marcha pode estar é na central multimídia. Ao pressionar o freio da Tesla Cybertruck, uma imagem dela aparece na tela. No lado esquerdo há uma linha vertical com um ícone da picape, que serve como seletor. Arraste-o até o topo da tela para dirigir e para baixo para dar ré. Depois que entendi, foi simples.
Há vários pontos cegos, e espelhos e câmera de visão traseira são uma necessidade. Como em outros Teslas, o teto é de vidro fumê, assim como a estreita janela traseira, que proporciona muito brilho e pouca visibilidade. A tampa da caçamba obscurece ainda mais o que você pode ver pela janela traseira; com ela fechada você vê apenas o interior.
Volante brilhante e rodas traseiras que esterçam
É uma novidade até mesmo empunhar o volante, achatado tanto na base quanto no topo. E a direção usa o sistema steer-by-wire, que é essencialmente uma direção eletrônica baseada em computador, muito mais preciso do que a direção hidráulica típica. Funciona mais ou menos como a direção de um videogame, em que você precisa fazer movimentos mínimos, mesmo em curvas amplas.
Além disso, a Cybertruck possui rodas traseiras que esterçam até 7 graus. Pode não parecer muito, mas permite que este carro longo, alto e de ângulo agudo se encaixe em uma vaga de estacionamento ou contorne curvas em uma estrada elegantemente.
Depois de ligar o motor, ajustei os espelhos e comecei a dar ré. Preciso ser honesta: sou uma motorista competente, mas essa não é minha manobra favorita. E num veículo novo com tantas características inovadoras? Que pertence a outra pessoa? Na frente de uma multidão? Meus nervos estavam em alta, mas também a necessidade de acertar.
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Movimentei-me lentamente, olhando para frente e para trás entre a imagem da câmera traseira na tela e os espelhos retrovisores laterais em forma de triângulo, onde eu podia ver as rodas traseiras girando. Tive que estacioná-la entre uma Ford F-150 Lightning e uma Rivian R1T para um comparativo filmado por Conner para Out of Spec Reviews, seu canal no YouTube. A pressão estava alta.
Contudo, a Cybertruck foi impressionante. O tal volante steer-by-wire é bom, mas as rodas traseiras esterçantes são fantásticas – e necessárias. O tamanho e a forma deste utilitário tornarão naturalmente difícil manobrar, um problema que o eixo traseiro ajudará a resolver.
Em poucos segundos, a Cybertruck foi colocada de maneira correta e fácil entre as outras duas picapes, com seu design futurista e sua barra de luz frontal brilhante se destacando entre dois desenhos mais convencionais. Foi muito mais fácil estacioná-la do que eu imaginava.
Caverna pós-apocalíptica sobre rodas
Levei mais alguns minutos para absorver tudo. O Cybertruck é fiel à sua missão e intenção: uma caverna humana para um mundo pós-apocalíptico que irá protegê-lo da queda de destroços e de munições que se aproximam enquanto você foge do perigo.
O modelo que experimentei era equipado com tapetes para todos os climas, assentos em couro sintético e console central com porta-copos (porque mesmo depois de um apocalipse, você precisa de porta-copos para suas bebidas). A área para os pés é ampla e o teto de vidro faz com que o interior pareça aberto. O banco traseiro é espaçoso e parecia adequado para carregar as mochilas e equipamentos guardados ali.
O que levanta outra questão: onde você coloca seu equipamento? A caçamba da picape, que tem uma tampa retrátil com trava, obviamente é um lugar, mas as coisas deslizam enquanto você dirige.
Outra opção é o frunk, o porta-malas dianteiro cada vez mais popularizado entre os elétricos. No caso da Cybertruck, o frunk é bastante considerável. Depois que Kyle terminou seu vídeo e estávamos saindo, os dois caras que dirigiam o Cybertruck abriram o compartimento para pegar suas malas, aquelas do tipo que cabe no compartimento superior de um avião. Isso foi bastante impressionante.
Também fiquei impressionado com as barras de luz dianteira e traseira, o revestimento das rodas e o limpador de para-brisa. Sim, limpador: há apenas um, que tem o tamanho e o formato de um taco de beisebol enorme. É um detalhe que não tinha notado nas fotos, mas que realmente se destacou pessoalmente.
A tampa traseira é elétrica e acionada por um botão, retraindo-se para a parte traseira da caçamba quando aberta.
Mas provavelmente o elemento externo mais impressionante é o revestimento metálico do Cybertruck, revestido de aço inoxidável com 0,071 polegadas de espessura. Parece bastante sólido, muito mais do que a folha de aço inoxidável que cobre sua geladeira ou máquina de lavar louça.
Os painéis de aço inoxidável do Cybertruck têm bordas retas e afiadas, em vez das bordas pintadas levemente arredondadas que conhecemos de outros veículos. As portas e a tampa do Cybertruck também não possuem juntas de borracha que possam suavizar o fechamento.
Usamos uma cenoura e um pacote de cachorro-quente para ver o quão resistente o Cybertruck seria ao entrar em contato com algo como um dedo humano. Nenhum dos componentes resistiu. O frunk e as portas quebraram facilmente a cenoura ao meio e transformaram os cachorros-quentes em mingau. Nota para pais com crianças entrando ou saindo da picape, ou qualquer pessoa que manuseie qualquer uma das portas ou peças móveis de um Cybertruck: cuidado com os dedos.
Vale o hype?
Depois de passar a tarde com o Cybertruck, entendi. Tem havido muito rebuliço em torno de motoristas que o levam para desafios fora de estrada e atolam. Eu realmente não tenho certeza se o levaria para muito longe do asfalto, pois é largo e longo e não parece tão ágil quanto outros veículos de quatro rodas, mesmo com direção nas traseiras.
E apesar de todo aquele aço por fora, não há chapas inferiores para proteger de pedras e lama. Mesmo que a Cybertruck não tenha as peças analógicas, como cárter ou eixo de transmissão, que justifiquem a presença dessa chapa sob o chassi, ainda é um recurso útil para se ter em uma trilha.
A fantasia que ganha vida aqui é a do carro de videogame para a vida real. E para quem quer viver nesse mundo, o Cybertruck te leva até lá.
*Fundou a Girls Guide To Cars para dar às mulheres, as maiores compradoras de carros, uma voz no mercado. Também é vice-presidente do World Car Awards, onde colabora com os principais jornalistas de todo o mundo para nomear os melhores carros de cada ano.
(Traduzido por Rodrigo Mora).