A potencial vacina da chinesa Sinovac contra a Covid-19 será incorporada ao calendário do Programa Nacional de Imunizações, afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com governadores hoje (20), apesar das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ao imunizante que será produzido no país pelo Instituto Butantan.
Em vídeo com fala do ministro durante o encontro divulgado no Twitter do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Pazuello destacou que o imunizante que está sendo produzido pelo Butantan será uma vacina brasileira como diversas outras produzidas no instituto, que é ligado ao governo paulista.
LEIA MAIS: Pfizer visa aprovação para uso emergencial de vacina contra Covid-19 nos EUA em novembro
“O Butantan já é o grande fabricante de vacinas para o Ministério da Saúde, para o SUS. Setenta e cinco por cento das vacinas que nós compramos para vacinar os brasileiros vêm do Butantan. O parque fabril deles é muito potente”, disse Pazuello.
“E essa vacina da Sinovac é a mesma tecnologia que o Butantan usa para as demais vacinas H1N1 e outras. As vacinas são de todos os brasileiros, são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde e vão ser distribuídas pelo Plano Nacional de Imunização”, continuou o ministro.
A decisão do ministério foi tomada após governadores levantarem a preocupação de que a disputa política entre Doria e Bolsonaro evitasse que o governo federal adotasse a vacina chinesa, chamada de Coronavac, que tem um cronograma mais adiantado do que a vacina da AstraZeneca que já foi contratada pelo ministério.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), um dos presentes ao encontro, afirmou que a reunião serviu para se começar a pensar em uma proposta para uma estratégia de vacinação em todo país.
“O ministro já anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem interesse em adquirir vacinas ao mesmo tempo em que trabalha com as mais diversas alternativas existentes”, disse ao sair do encontro.
A expectativa do ministério, segundo disse Pazuello aos governadores, é que a vacina da Sinovac esteja disponível a partir de janeiro de 2021.
Na semana passada, o governo de São Paulo apresentou dados das primeiras fases de testagem da Coronavac. De acordo com o coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 no Estado, João Gabbardo, a vacina teria tido 98% de eficácia comprovada e sem efeitos colaterais graves.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que os efeitos registrados até agora são apenas de dor de cabeça leve em alguns casos e dor no local da picada
Em nota, o governo de São Paulo confirmou que chegou a um acordo com o Ministério da Saúde para aquisição pelo governo federal de 46 milhões de doses da Coronavac até dezembro de 2020, após aprovação do medicamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O próprio ministério divulgou nota, pouco depois, com a mesma informação.
VEJA TAMBÉM: Número de casos de Covid-19 no mundo passa marca de 40 milhões
A inclusão da vacina no calendário nacional de imunizações não significa obrigatoriedade de vacinação, mas que o governo federal vai disponibilizar o medicamento para todo país em determinada época, como se faz atualmente com a vacina contra a influenza.
A obrigatoriedade ou não de pessoas serem vacinadas virou mais uma disputa política entre Bolsonaro e Doria. Depois de o governador afirmar que em São Paulo a vacina seria obrigatória, Bolsonaro reiterou por diversas vezes que o Ministério da Saúde não determinaria a imunização compulsória.(Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.