Fabricantes de seringas do Brasil anunciaram ontem (5) que fornecerão 30 milhões de seringas e agulhas para o programa de vacinação contra Covid-19 do país depois que o governo disse que requisitaria estoques excedentes das fabricantes.
Executivos dos três principais fabricantes se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Saúde, e ficou acertado que cada um forneceria 10 milhões de seringas para os estágios iniciais do plano de vacinação.
Nenhum vacina foi aprovada ainda para uso no Brasil e o governo espera começar a inocular grupos prioritários com vacinas importadas antes do final do mês, bem atrás de alguns vizinhos, como Argentina e Chile.
“Não faltarão seringas para as vacinas que vão chegar ao país”, disse Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo).
“Foi uma requisição administrativa e as empresas são obrigadas e entregar o pedido. É quase um confisco, só que o governo vai pagar.”
O Brasil tem o segundo maior número de mortos pela Covid-19 do mundo, depois dos Estados Unidos, e Bolsonaro, que tem minimizado a gravidade do coronavírus, está enfrentando críticas por não organizar uma resposta eficaz à pandemia.
Fraccaro disse que o governo decidiu requisitar suprimentos de seringas depois do fracasso de um pregão eletrônico na semana passada. O governo buscava comprar 331 milhões de seringas, mas comprou apenas 8 milhões, ou 2,5% de sua meta, após definir preços de referência abaixo dos lances das empresas.
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O governo concordou com a entrega gradual das seringas ao longo deste mês dentro das capacidades de produção das empresas e fará nova concorrência em uma ou duas semanas com preços ajustados, afirmou Fraccaro à Reuters por telefone.
GOVERNO SUSPENDE COMPRA DE SERINGAS
O Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas que seriam usadas na vacinação contra a Covid-19 pois o preço do produto teve alta devido ao interesse da pasta e a decisão foi de aguardar a normalização do preço, disse hoje (6) o presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Facebook.
“Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade”, escreveu Bolsonaro na rede social.
“Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande”, acrescentou o presidente.
O governo abriu uma licitação para a compra de seringas e agulhas para a campanha de vacinação contra a Covid-19, mas conseguiu comprar apenas um pequeno percentual do que se propunha.
Diante do fracasso da concorrência, o Ministério da Saúde decidiu requisitar os estoques excedentes dos fabricantes brasileiros desses insumos e impor barreiras à exportação desses produtos. (Com Reuters)
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