O Instituto Butantan entregou hoje (5) mais 1,1 milhão de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, o que leva a 9,8 milhões o número de doses entregues pelo instituto à pasta.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, o presidente do Butantan, Dimas Covas, disse também que novas entregas diárias de 600 mil doses devem começar no dia 23 de fevereiro, após a chegada nesta semana de 5,4 mil litros do insumo farmacêutico ativo (IFA) para o envase de 8,6 milhões de doses da vacina.
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Um novo lote de 5,6 mil litros, suficiente para 8,7 milhões de doses deve chegar na próxima semana, reafirmou. Ele disse ainda que, para completar o primeiro lote acordo com o ministério, de 46 milhões de doses até abril, são necessários a importação de mais 12 mil litros de IFA.
“Em dois movimentos, o primeiro de 8 mil litros, que aguardamos autorização, e o segundo de 4 mil litros, que também aguardamos autorização para a exportação lá na China”, disse Covas.
O Ministério da Saúde deve exercer a opção para mais 54 milhões de doses da vacina e Covas afirmou que os 33,6 mil litros de IFA referente a este montante devem começar a chegar ao Brasil em março até junho. O Butantan tem de entregar o lote adicional ao ministério até setembro.
Na quinta, em entrevista à Reuters, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista à Reuters que autorizou o Butantan a comprar mais 20 milhões de doses da CoronaVac, para além dos 100 milhões já acertados com a Sinovac, que atenderão o Estado no período de setembro a janeiro de 2022, quando o instituto deve começar a fabricar integralmente a CoronaVac, sem necessidade de importação do IFA da China.
JUDICIALIZAÇÃO
Na entrevista coletiva desta sexta, Doria afirmou que o Ministério da Saúde desabilitou 3.258 leitos de terapia intensiva em São Paulo destinados exclusivamente ao tratamento da Covid e financiados pela pasta, doença que já matou 54.324 pessoas no Estado e mais de 228 mil no Brasil.
Doria afirmou que a decisão da pasta mostra um “viés político” que atingiu também outros Estados e prometeu judicializar a questão.
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“É gravíssimo isso que estamos denunciando aqui neste momento”, disse Doria. “Se m7antiver essa decisão, quero já antecipar aqui, vamos judicializar, vamos ao Supremo Tribunal Federal e essa súmula do Supremo Tribunal Federal, se for favorável a São Paulo, vai ser favorável também a todos os demais Estados brasileiros.”
Em nota, o Ministério da Saúde acusou Doria de mentir ao afirmar que houve desabilitação de leitos por um viés idoeológico. Disse ainda que São Paulo recebeu recursos emergenciais no ano de 2020 para o combate à pandemia e que o acordo feito com os Estados era de que essa ação seria temporária.
“O Ministério da Saúde informa que não houve nem há nenhum ato administrativo de desabilitação de leitos de UTI para Covid-19”, disse a pasta, acrescentando que, com o fim da vigência do Estado de Calamidade Pública em 31 de dezembro, os recursos foram aplicados até o final do ano passado.
“O governador do Estado de São Paulo mente ou tem total desconhecimento do ato. Como o ônus da prova cabe àquele que acusa, resta ao governador comprovar o que chamou de crime e de quebra de acordo federativo. Esse tipo de desinformação é um desserviço ao povo brasileiro”, disparou a pasta.
Procurado, o governo do Estado de São Paulo não comentou de imediato a resposta do ministério. (Com Reuters)
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