Alemanha, Itália e França comunicaram hoje (15), que suspenderão o uso das vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca, após vários países relatarem possíveis efeitos colaterais graves, embora a OMS (Organização Mundial da Saúde) tenha dito que não havia ligação comprovada e que as pessoas não devem entrar em pânico.
Dinamarca e Noruega pararam de dar a vacina na semana passada, após relatarem casos isolados de sangramentos, coágulos sanguíneos e contagem baixa de plaquetas. Islândia e Bulgária seguiram o exemplo, e Irlanda e Holanda anunciaram suspensões ontem (14).
A Espanha deixará de usar a vacina durante pelo menos 15 dias, noticiou a rádio Cadena Ser citando fontes não reveladas. O principal cientista da OMS, Soumya Swaminathan, reiterou hoje que não houve mortes documentadas relacionadas às vacinas contra Covid-19.
“Não queremos que as pessoas entrem em pânico”, disse Swaminathan em uma coletiva de imprensa virtual, acrescentando que não houve nenhuma associação, até agora, identificada entre os chamados eventos tromboembólicos relatados em alguns países e as vacinas contra Covid-19.
As decisões de alguns dos maiores e mais populosos países europeus aprofundarão as preocupações com a distribuição lenta de vacinas na região, que está sendo vitimada por uma escassez devido a problemas na produção de vacinas, inclusive a da AstraZeneca.
Na semana passada, a Alemanha disse que está lidando com uma terceira onda de infecções, a Itália está intensificando lockdowns e hospitais da região de Paris estão próximos da lotação.
O ministro da saúde alemão, Jens Spahn, disse que, embora o risco de coágulos sanguíneos seja baixo, não pode ser descartado.
A França disse que está suspendendo o uso da vacina enquanto aguarda uma avaliação da EMA (Agência Europeia de Medicamentos da União Europeia, na sigla em inglês) esperada para amanhã (16). A Itália disse que sua interrupção é uma “medida preventiva e temporária” enquanto aguarda o parecer da agência reguladora.
A Áustria e a Espanha pararam de usar remessas específicas, e procuradores de Piedmont, região do norte italiano, já haviam confiscado 393.600 doses, porque um homem morreu horas depois de ser vacinado. A Sicília, outra região da Itália, já o havia feito depois que duas pessoas morreram pouco depois de receberem vacinas.
A OMS apelou aos países para não suspenderem as vacinações contra uma doença que já causou mais de 2,7 milhões de mortes em todo o mundo. O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que existem sistemas em vigor para proteger a saúde pública.
Ele disse que uma reunião de uma comissão de aconselhamento sobre a AstraZeneca acontecerá amanhã. O Reino Unido disse não ter nenhum receio, e a Polônia disse crer que os benefícios superam qualquer risco.
A EMA disse não haver indícios de que os acontecimentos foram provocados pela vacinação e que o número de coágulos sanguíneos relatados não foi maior do que o visto na população geral. (Com Reuters)
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